segunda-feira, 31 de maio de 2010

Tradução: Habibi Albi

Tradução da música Habibi Albi da Ranin a pedido da Aline Viana.
OBS: Os comentários desse vídeo são categórios: a dancinha é muito fraquinha! Confiram o protótipo de Britney Spears das Arábias!


Habibi Albi - Querido do meu coração

Querido do meu coração
Ele preocupa, perturba e machuca meu coração e a mim
Ele me atormenta, me faz sofrer

Se eu estivesse desperta naquela noite por ele
Se tivesse pensado nele
Mas ele me esquecerá

Ele esquecerá a paixão
E se ele me trair
Ele voltará para mim e me ouvirá
Mas então sofrerei de novo

Querido, seu amor é como fogo
E essa separação é como fogo
Dia e noite estou pensando em você

Meu coração tanto percebeu
Que dele só haveria sofrimento
Mas minha alma continua com ele

Sou tudo para ele
Estou apaixonada por ele, minha alma está com ele
Por que ele me traiu?
Ah, e eu aqui morrendo de amor, por que me apaixono só com um olhar seu?
Estou tão apaixonada por ele

Isso é porque espero ansiosamente por ele
Será que ele me tomaria desse jeito?
Será que ele pensa que sou um brinquedo em suas mãos?
Juro por seus olhos que mostrarei a ele que não sou assim

Querido do meu coração!

Letra:

7abeeb Alby 7ayat Alby Sha3'al Alby
Ta3ab Alby Gara7 Alby
Byezlemny Bey2lemny Ye3azebny Beyegra7ny
Beyet3ebny
Law Asharlow Wi Afakarlo Beyensany Wi Yensa El Sho2
Wi Yesebny
Wi Law Be3to Beyerga3ly Wi Men Tany Ye7'alebny
x2

7abibi 7obo Nar 2orbo Nar Wi Bo3do Nar
Wi Leil Nahar Mash3'ola Beh
Wi Meno Yama Alby Dab Wi Meno Yama
Shaf 3azab Wi Lesa Ro7y Feeh
x2

7abeeb Alby 7ayat Alby Sha3'al Alby
Ta3ab Alby Gara7 Alby
Byezlemny Bey2lemny Ye3azebny Beyegra7ny
Beyet3ebny
Law Asharlow Wi Afakarlo Beyensany Wi Yensa El Sho2
Wi Yesebny
Wi Law Be3to Beyerga3ly Wi Men Tany Ye7'alebny

Eli Ana Koly Leh Wi Daiba Feh Wi Ro7y Feh
Nadeet 3aleh Baye3bny Leh
Ya Wely Dayba Doob Wi Ezzay Atoob Ya Doob
Ya Doob Men Nazra Wa7da Dobt Feeh
x2

7abeeb Alby 7ayat Alby Sha3'al Alby
Ta3ab Alby Gara7 Alby
Byezlemny Bey2lemny Ye3azebny Beyegra7ny
Beyet3ebny
Law Asharlow Wi Afakarlo Beyensany Wi Yensa El Sho2
Wi Yesebny
Wi Law Be3to Beyerga3ly Wi Men Tany Ye7'alebny

Howa 3ashan Ba7en Leh Wi Dobt Feh Ahoon 3aleh
Yesebny Leh Keda
Howa Fakerny Eh La We7yat 3eneh
La3rafo Eny Mosh Keda
x2

7abeeb Alby 7ayat Alby Sha3'al Alby
Ta3ab Alby Gara7 Alby
Byezlemny Bey2lemny Ye3azebny Beyegra7ny
Beyet3ebny
Law Asharlow Wi Afakarlo Beyensany Wi Yensa El Sho2
Wi Yesebny
Wi Law Be3to Beyerga3ly Wi Men Tany Ye7'alebny

domingo, 30 de maio de 2010

Investir é necessário...

Pelos casos que leio, e atualmente pela minha vida, tenho percebido que abraçar a dança do ventre como arte é viver de altos e baixos. Talento e paixão não necessariamente nos são suficientes para continuarmos dedicando horas da nossa vida para dançar e participar dos eventos, dinheiro também é determinante!! E quem tem tanto para "investir"?

Primeiramente, aulas! Chega um momento na vida da dançarina que a aula consiste somente numa reprise monótona de tudo o que ela já conhece, nada de novo acontece, nada de novo se aprende, e em muitas vezes ela se pergunta onde está o ânimo para continuar. Nesse momento, a dançarina tem duas escolhas: ou para definitivamente de dançar, até mesmo indo fazer outra dança, como Flamenco, Ballet, Jazz, Dança de Salão, etc (pois fazer aulas de dança do ventre não é mais um atrativo) ou começa a investir em sua profissionalização, com workshops, buscando outras professoras (para adquirir um vocabulário e uma leitura diferentes), cursos ou aprendendo novas modalidades, como folclores (dabke, saidi, khaleege dos Emirados, algo que aborde especificamente cada um deles).

Quem ama de paixão essa arte, vai querer de todo coração investir num aprendizado que acrescente à sua formação de dançarina do ventre, mas isso exige dinheiro!! No Rio de Janeiro, um workshop sai em média R$50 com professores locais. Se o profissional tiver algum renome, o workshop fica em média R$150. Agora, se quiser fazer um workshop com alguém de fora (Brasil ou Estrangeiro) em média se gastará R$500. Somando todos esses investimentos, a dançarina deverá desembolsar uma boa quantia para continuar estudando.

Vale a pena gastar? Claro que sim! Uma bailarina que estuda se aperfeiçoa cada vez mais. Mas nem todas, por mais talentosas que sejam, conseguem fundos para se manter estudando, o que geralmente acaba em muitas abstenções para o mundo bellydancer...

Além disso, a dança do ventre exige uma "aparição", a bailarina ganha muitíssimo se apresentando em mostras de dança, participando de concursos, dançando em shows, isso tudo não só faz bem à autoestima, como também acrescenta experiência, maturidade e, claro, conhecimento. Novamente gastos!! Não só com as inscrições, mas também com a roupa! Ela conta pontos, de carisma e para avaliação de sua performance também (assim como cabelo, maquiagem, unhas, dançarina do ventre tem que ser diva!)! Eu tentei fazer uma roupa pra mim, mas quem disse que tenho talento pra isso?! E paciência! Aff!

Reconheço que não é só a dança do ventre que necessita de dinheiro para o aperfeiçoamento, mas é uma prática que estudar muito não necessariamente garante um retorno. Muitas das vezes, as dançarinas pagam - e caro - para fazer diversos cursos e workshops, que no final não se traduzem em reconhecimento para elas mesmas. Aí começamos a pensar realmente se vale a pena tanta dedicação para algo que não temos certeza se levaremos adiante. Isso ocorre porque a concorrência é cruel, nem todas as dançarinas famosas são as melhores, como mesmo mostrou a Amar el Binnaz sobre a Rania nos EUA. Mas quem não tem os tubos para gastar, deve desistir?

Nesses últimos dias eu estava dando "adeus" à dança do ventre, mas novamente me puxaram de volta. Coisas típicas que acontecem comigo: estava eu numa festinha, pediram pra dançar. Tentei fugir (começo a pensar que vou carregar ao menos um xale de medalhinhas na bolsa quando for a uma festa, nunca estou preparada!!), mas lá fui eu dançar "Ya Helou Ya Zein" do Tony Mouzayek, todo mundo se animou, meu amigo, Karif Savah, que faz dança árabe e cigana foi dançar comigo (primeira vez que danço com um parceiro!), foi um encantamento geral! No final, Karif me disse: "Celia, não desista! Olha como eles gostaram!". Isso me comoveu, acho que vai demorar uns séculos para eu estudar tudo o que quero, com o Tito do Egito, com a Lulu From Brazil, com a Orit Maftsir, mas vou continuar na área, eu quero continuar...

O foco passa a ser, portanto, a determinação. Infelizmente não tenho como investir na minha formação como gostaria, mas vou fazer de pouquinho em pouquinho. Não tenho a intenção de ser uma estrela mesmo, acho que não fará diferença se eu alcançar meu objetivo em 20 anos, hehehehe. Pras meninas em crise como eu, espero que possam se motivar a permanecer na dança do ventre, vamos estudar coisas novas por DVDs, aprender passos novos no youtube (sou expert nisso!), pois se a dança te faz tão bem, te faz feliz e deixa as pessoas ao seu redor encantadas, não desista!


Se alguém tiver me filmado, coloco aqui!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Tradução: Suk Bina

Tradução da música Suk Bina do Tony Mouzayek a pedido da Deba.
OBS: "Suk Bina" tem o sentido de "levar", "guiar", só que "de carro". Não é só levar, é um levar "motorizado", hehehe. Para ficar mais bonito, deixei como "leve-nos" mesmo.


Suk Bina - Leve-nos

Leve-nos, motorista, nesta estrada que beira as águas (Corniche - caminho ao longo do mar ou do rio Nilo)
Comeremos milho e tomaremos suco de manga
Passo a passo, se assim quiser
Vamos dirigindo suavemente, passo a passo

Leve-nos aos poucos, oh minha doçura ("Ya fulali", de "fol", uma flor com cheiro adocicado)
Leve-nos um a um, oh doçura
Eles dizem que ela não é boa para mim
Você é meu único desejo
Ela me disse que é minha e que estamos destinados um ao outro

Leve-nos aos poucos, oh doçura
Leve-nos um a um, oh doçura
Oh, como eles me difamam
Como me difamam!
O ódio deles aumentou e eles me insultam
Querida, eles me oprimem por seu amor

Letra:

Suk bina yasta ala el kornuch
Nakol durah winechrab manga
Wiwahda, wiwahda inchala tiych
Machiyen helwin, dinga dinga
Tab khedna denga, denga ya fulali
Machina wahda, wahda ya fulali

Alu el walad much min tobi
Winta yamana eini tubi
Alet nasibi wimaktubi
Matakhodna dinga, dinga ya fulali
Machina wahda, wahda ya fulali

Ah ya lamoni, yalamoni
Kitret awazlak wilamoni
Ya wad buhubak zalamoni
Matakhodna dinga, dinga ya fulali
Machina wahda, wahda ya fulali

Suk bina yasta ala el kornuch
Nakol durah winechrab manga
Wiwahda, wiwahda inchala tiych
Machiyen helwin, dinga dinga
Tab khedna denga, denga ya fulali
Machina wahda, wahda ya fulali

Agradecimentos a DayDream

sábado, 22 de maio de 2010

Evento: 3º Festival de Danças Árabes de Sergipe


Galerinha do Nordeste, evento à vista! 10 grupos de dança do ventre realizarão um festival em Aracaju para divulgar esta arte tão pouco conhecida no Nordeste. E o mais legal: o evento é beneficente, para assistir ao show é necessário apenas doar dois quilos de alimentos não-perecíveis na entrada! O festival acontece no dia 28/05 às 20h no Teatro Tobias Barreto. A última edição reuniu nada menos que 800 espectadores! Compareçam lá e me contem como foi!hehe

Uma mostra deste Festival:

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Tradução: M2oltesh Leeh

Tradução da música M2oltesh Leeh do Hany Shaker a pedido da Maira Nobrega.


M2oltesh Leeh - Por que você não me disse?

Por que você não me disse desde o início que pretendia partir?
Por que você não me disse que você queria um tempo, que não havia futuro para nós?

Você me fez esperar várias noites
Esperei que você voltasse, minha preciosa
Pensei que eu fosse alguém abandonado, enquanto na verdade você não tem um amor
Você não tem um amor

É possível que seus olhos tenham me esquecido?
Eu costumava viver por você
A saudade à noite chama por você
E meu coração fica confuso nesta tortura com você

Você me fez esperar várias noites
Esperei que você voltasse, minha preciosa
Pensei que eu fosse alguém abandonado, enquanto na verdade você não tem um amor
Você não tem um amor

Letra:

M2oltesh Leeh Mn Al2wel Lma Anta Nawy T3'yb
M2wltesh Le7 Hatawel W Mfeesh Beena Nasyb

5ltny Astana Lyaly W Astana T3wd lee Ya 3'aly
Atreeny Ana Elly Bany W Anta Malksh 7abeeb
Anta Malksh 7abeeb

M3awl Tnsany 7abeby 3neek
W Ana Kont B3esh 3la Tool Gwak
W Elshoa Blel Bynady 3alek
W Al2lb a7tar B3zabw M3ak

5ltny Astana Lyaly W Astana T3wd lee Ya 3'aly
Atreeny Ana Elly Bany W Anta Malksh 7abeeb
Anta Malksh 7abeeb
Anta Malksh 7abee

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O amor no Islã (E onde entra a dança do ventre...)

Bem, algumas pessoas me conhecem e sabem que o blog e a dança do ventre não resumem meu contato com o mundo árabe. Eu também não tenho ascendência árabe - que eu saiba - mas a minha pesquisa acadêmica é toda voltada para o mundo árabe, em especial para o mundo árabe medieval. Estou lendo atualmente sobre um autor que pouca gente conhece: Ibn Hazm. Alguém, alguém?! Não? Bem, encontrei algo muito legal no Hazmizinho que liga à dança do ventre, pelo menos no emaranhado de ideias que perpassam minha cabeça... Vamos aos fatos!

Ibn Hazm é conhecido por uma obra muito importante, "O Colar da Pomba", que trata do amor romântico. O que seria isso? O amor de se apaixonar, da "dor de cotovelo", do suspirar, do ansiar, da dor, o "amor de Camões", "Amor é fogo que arde sem ver, é ferida que não se sente", por aí! Sim, mas Ibn Hazm é anterior a Camões, ele escreve sobre esse amor no séc. XI, quando os ocidentais ainda ensaiavam um amor cortês (que é esse amor apaixonado), alguns estudiosos chegam a afirmar que esse tipo de literatura surgiu pela influência das obras islâmicas no mundo ocidental, sem querer desmerecer as trovas de amor da Alta Idade Média, é claro...

Bem, qual é a ligação com a dança do ventre! Quem eram as amadas dos homens? (Isso quando não eram homens mesmo, mas isso fica pra outra história). As amadas eram as escravas!! Elas possuíam mais liberdade que as mulheres livres, elas saíam às ruas, andavam sem véu, elas que dançavam também. Claro, não posso dizer que a dança do ventre era praticada em Al-Andalus (terra do Ibn Hazm) como era no Egito, porque no Egito desde que o mundo é mundo, a dança do ventre existe, está além da escrita da história. Mas independente disso, a obra me trouxe a impressão que a dança não estava presente só num local estritamente feminino ou com o viés da prostituição, mas também entre os apaixonados. Aí logo me veio a imagem de uma dançarina linda surgindo entre os convidados e encontrando o olhar de um homem verdadeiramente apaixonado!! Ai que emoção!

A escrava poderia se casar com um homem livre e assim se tornar uma "mulher livre", o que paradoxalmente faria perder a liberdade, mas além dessa situação, o que me chama a atenção no relato de Ibn Hazm é perceber que a paixão nunca deixou de existir, mesmo numa sociedade que reprimia e segregava a mulher das relações sociais. Essa repressão não vinha de uma concepção de inferioridade da mulher, muito pelo contrário, mas pelo poder que a mulher possuía sobre o homem, ela poderia dominá-lo sobretudo pelo sexo (pois as mulheres, segundo a crença islâmica, possuem nove vezes mais desejo sexual que os homens), e era necessário mantê-la satisfeita e presa para que não se sobrepusesse ao homem!

Mulheres de um lado, homens do outro, eram então as escravas que estabeleciam a ligação com o mundo masculino, que então representavam a beleza e a sedução femininas, que traziam a dança, o canto, a paixão. E vendo pelo lado do amor, que eram valorizadas, ansiadas, desejadas, queridas, estimadas com os melhores sentimentos.

Para quem se interessar, este site tem vários poemas da obra "O Colar da Pomba" em espanhol. O livro é em prosa e em verso, e trata de todas as formas de se apaixonar e suas consequências. Para quem não lê em espanhol, uma breve tradução de um de seus poemas:

Quando estou ao seu lado,
Meus passos são como o prisioneiro
A quem levam ao suplício
Quando vou ao seu encontro, corro como a lua cheia
Quando atravessa os confins do céu
Mas, ao seu lado, ando devagar
Como se movem as altas estrelas que se fixam no céu.

E para quem fala inglês, o poeta Robert Bly declama poemas de Ibn Hazm em "O Colar da Pomba":

sábado, 15 de maio de 2010

Evento: Workshop "Solo de Derbake"

Para quem é fã do estilo da Casa de Chá Khan El Khalili fica a dica de um workshop no final deste mês! Abaixo a dançarina Nur num solo de derbake!

Dia: 30/05
Horário:
10h30 às 12h30
Local: Centro de Compasso - Rua 13 de Maio, 2141 - Centro, São Carlos - SP.
Referência: Próximo à Catedral
Informações e Inscrições: (16) 3374.1116 e (16) 3413.4979
Valor: R$95,00

terça-feira, 11 de maio de 2010

Folclore: Saidi

Eu tenho fé que um dia eu vou conseguir girar o bastão no Saidi!! Há alguma incapacidade nata que impede que meu bastão gire perpendicularmente, não sei o que há!! Mas se não fosse esse "pequeno" problema, eu com certeza seria uma das adeptas deste folclore animadíssimo, o preferido para muitas dançarinas do ventre!

O Saidi é uma dança do Alto Egito, de uma região entre Gizé e Edfu. O Saidi provavelmente surgiu como uma forma de distração dos camponeses egípcios. A marca registrada do Saidi é o bastão de bambu, o qual o dançarino, dependendo da sua habilidade, pode aparecer com dois ao mesmo tempo. O Saidi se divide em dois tipos:

Raks Assaya: Saidi feminino, é o que geralmente conhecemos com o nome de Saidi propriamente dito. A dançarina segura o bastão e realiza movimentos de equilíbrio e desenvoltura com ele, associando, evidentemente movimentos da dança do ventre.

Tahtib: Saidi masculino, comumente com dois bastões. O nome "tahtib" significa "dança com bastões", e já foi considerada uma arte marcial, como é a capoeira para nós brasileiros (uma fronteira entre a dança e a luta corporal). Segundo comentam estudiosos, o tahtib já estava presente desde a época dos faraós, algo que seria comprovado por figuras nos templos que se assemelham a esse tipo de dança (como podemos ver na figura ao lado, a arte Sebekkah). Basicamente o Tahtib traz muita energia, e o bastão tem uma conotação de masculinidade, praticamente um representante da sexualidade masculina.

Para o dançarino egípcio Ashraf Hassan, o Saidi surgiu como uma dança tipicamente masculina, e com o tempo abarcou as mulheres. Na dança feminina, o bastão foi mais "enfeitado", geralmente nem se usa só bastão, mas uma bengala de bambu ou madeira (esse também encontrado no Tahtib). O Raqs Assaya é como uma paródia do tahtib, não desmerecendo, claaaro, a versão feminina.

O ritmo base para este folclore é o Saidi, que já falamos aqui! As mulheres costumam ser graciosas, diferentemente dos homens que estão "ostentando sua masculinidade" na dança. Digo realmente "costumam", porque temos muitas variações por aí, como a própria Maíra Magno que tem um saidi bem masculino, forte, denso. Nos dois estilos, o bastão poderá ser variado de formas semelhantes: girando para frente ou para trás, segurado com ambas as mãos em linha horizontal, apoiado nos ombros verticalmente, batido no chão com força, apoiado no chão como uma "bengala", e por aí vai.

Do folclore Saidi, o que creio ser mais característico é o "saltinho". É um salto com ginga, não creio ser possível explicar, é preciso ver. Esse é o "saltinho" que identifica que você reconheceu o folclore saidi numa música clássica, independente de haver um bastão com você ou não. A graça do Saidi está reunida nesse simples passo, que não precisa ser repetido do início ao fim da música, mas que deve ser evidenciado na sua dança.

Raks Assaya com Maíra Magno:



Tahtib viril com esses egípcios:

sábado, 8 de maio de 2010

Tradução: Ashteky Menno

Tradução da música Ashteky Menno da Nancy Ajram a pedido da Viviane.


Ashteky Menno - Devo brigar com ele?

Enquanto estive em seus braços e diante de seus olhos
Eu não senti nenhuma paixão
Ele costumava falar palavras de ternura, mas agora não há mais palavras

Devo brigar com ele? Devo me distanciar dele?
Ele não vem, ele não se importa, estou cansada

Devo lamentar novamente?
Devo ouví-lo se ele voltar para mim?
Calculei seus passos, o memorizei e até o compreendi

Deus, Deus,
Ele diz que quer voltar para mim
Deus, Deus
O que ele quer do meu coração?
Deus, Deus
Ele não diz que me esquecerá
Deus, Deus
Oh, por que ele ainda espera por mim?

Oh, por causa dele meu coração se perdeu, e agora está confuso
O que ele pensa de mim? Que vou morrer por ele?
Na verdade é fácil para mim esquecê-lo

Devo brigar com ele? Devo me distanciar dele?
Ele não vem, ele não se importa, estou cansada

Letra:

We ana ben 2edek w 2osad 3enek mesh 7assa gharam
ma3 2eno kan bey2ol kalam mesh ay kalam

Ashteki Menno Tab ab3ed 3ano
la kani wala mani ma khelest ana

a7en leeh tany .. asma3o law gany
darasto 7afazto fehemto ana

2alah 2alah 3ayez yerga3ly tany
2alah 2alah 3ayez men 2alby eh
2alah 2alah mesh 2al enno 7aynsany
2alah 2alah bey7en tany leh

ana ashteky menno tab ab3ad 3anno
la kani wala many ma khelest ana

yany menno yah dana 2alby tah w e7tar wayah
7owa fakrny eh ya3ny 7amot 3alih
ah dana sahl ansah

Ashteki Menno Tab ab3ed 3ano
la kani wala mani ma khelest ana

a7en leeh tany .. asma3o law gany
darasto 7afazto fehemto ana

2alah 2alah 3ayez yerga3ly tany
2alah 2alah 3ayez men 2alby eh
2alah 2alah mesh 2al enno 7aynsany
2alah 2alah bey7en tany leh

ashteki menno tab ab3ad 3anno
la kani wala mani ma khelest ana

domingo, 2 de maio de 2010

Tradução: Fi El Awel

Tradução da música Fi El Awel do Mohamed Mohie a pedido de Roberta.


Fi El Awel - No começo

No começo nós deixamos que nossos corações se conhecessem
E pensamos que eles apenas trocariam breves saudações
Mas ultimamente nosso amor nos tomou intensamente
E nos encontramos dizendo: "Oh Deus, que belo problema é esse!"

Por que nos permitimos esse amor um ao outro?
Esse amor é a causa dessa tamanha dor em nossos corações e de nossa ansiedade
Nós éramos livres, e agora como estamos: nós escolhemos essa dor por vontade própria
E persistimos nela até que estivéssemos sofrendo
Nós nos amamos tanto e parece tão fantástico amar desse jeito

Continuamos amando um ao outro
Nós nos apaixonamos tão intensamente
Estamos cansados de tudo isso, desse coração atormentado,
Não há uma só noite que possamos dormir completamente

Nós somos culpados por não ouvir os conselhos dos outros
E por termos rejeitado qualquer "mão amiga"
Nós ansiamos, nunca sonhamos que viveríamos juntos nosso sonho
Pois jamais havíamos nos amado e sido tomados por essa dor

Letra:

Fi Al Awel , Sibna olobna tsallem
olna salam lellah
Fi Al A'akher sabna hawana
w ba'adeen olna la hawl lillah

Ma kan malna w mal el hob?
shaghal balna w ta'ab el alb
Ma konna bhalna w adina bieedna

ekhtarna ta'abna w rohna maah
dawebna el hawa dawebna
we olna a'gabna el hawa we gameel

we eshi'na w lamma te'bna
alina se'ebna seherna elllil
olna ya retna sme'ena kalam
wala maddina edeen le salam
wala hannina ne'ish ayam
wala habbina w olna el A'ah

sábado, 1 de maio de 2010

Como interpretar músicas árabes

Olá Habibas (como diz a Amar El Binnaz)!

Hoje estava estudando algumas dançarinas no youtube e me lembrei de algo que as pessoas sempre reparam quando me veem dançar: a interpretação de partes da música. Parece algo meio bobo, dependendo da pessoa pode ficar até caricato, mas faz uma diferença visual muito grande ver uma dançarina expor o significado da música. É por essas que eu busco colocar traduções de músicas aqui, pois saber o que a música diz é que nos faz expressar com sentimento na nossa dança e na nossa expressão o que ela quer dizer.

Ok, mas nós não temos memória astronômica para lembrar das letras de todas as músicas que gostamos de dançar, mesmo para quem sabe alguma coisa de árabe - como eu, mas falo fusha, o clássico, e não o dialetal - não dá para entender toda a música quando ela está tocando. Acho que só para quem é fluente em algum dialeto -sírio-libanês ou egípcio, os mais comuns nas músicas - para saber exatamente a tradução de cada estrofe.

Além disso, acho estranho uma dançarina que canta do início ao fim a música com uma cara morta. Cante, mas com expressão! E também outra coisa que não gosto: não precisa interpretar todas as frases da canção: "O seu amor me apunhalou", por exemplo, nada de se esfaquear imaginariamente no meio do palco! Ou sair fazendo caras e bocas em cada trecho, acho que tem momentos mais intensos que podem ser explorados com interpretação, como o início de um refrão, ou quando o cantor faz uma voz bem dramática.

Então como solucionar isso: tenha em mente expressões em árabe que aparecem na grande maioria das músicas! E quando elas aparecerem, você sabendo seu significado, pode incrementar sua performance com um quê de interpretação. Quais são as expressões? Uma listinha básica:
  • Bhebak (birrébaqui) - "eu te amo"
  • Habibi (rrabibi) - "meu querido", "meu amado" - ninguém sabia!!heheh
  • Omri (omiri) - "minha vida"
  • Ahlan (arrlan) - "venha", "seja bem-vindo"
  • La (la) - "não"
  • Aiwa (aiuá) - "sim", "isso", "claro"
  • Yalla (ialá) - "vamos", "venha" (para animar o pessoal)
  • Eh (ê) - "o quê", "como assim?"
  • Leh () - "por quê?"
  • Esma (ismá) - "ouça"
  • Oul (ul) - "fale"
  • Ayouni (aiuni) - "meus olhos" (quer dizer o mesmo que "habibi")
  • Showaya (chuaiê) - "toque" o derbake, o instrumento musical
  • Keda (quida) - "assim", "desse jeito"
  • Qalbi (albi) - "meu coração"
  • Taala (taala) - "venha", "se aproxime"
  • Raqs (raquis) - "dançar", "dançando"
  • Enta, Enti (enta, inti) - "você" (masculino e feminino)
Então minha gente, acho que essas palavras que costumam aparecer uma ou outra na maioria das músicas são ótimas para jogar uma interpretação. Por exemplo, na música "Wahashtini", você não precisa saber exatamente o que quer dizer o resto da frase (desde que você tenha certeza que é algo bom, e nada trágico - confira a tradução antes, mas não precisa memorizá-la), se o cantor canta "taala" você pode com as mãos "chamar" o público.

Aqui o exemplo-mor de interpretação de uma música na dança do ventre: Dina, a dançarina egípcia mais copiada atualmente!

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