sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Tradução: Hekm el alb

Tradução da música Hekm el alb do Wael Kfouri a pedido da Fábia Melo.

Hekm el alb - A escolha do Coração

Há pessoas que encontramos

E depois esquecemos que a conhecemos
E há pessoas que encontramos

E depois ficamos com medo de deixá-las
E há pessoas que se mantêm conosco nos caminhos

E permanecemos apaixonados

Este é o coração, sua escolha
Ele pode escolher e amar
O coração fica feliz quando se ama
E há corações que permanecem acesos

Há pessoas que nos adoram
O seu amor por nós é sobrenatural
E há pessoas que nos esquecem,
E estas nós amamos mais

Há pessoas que se tornam restritas
E as pessoas as adoram e seu amor é insano
Mesmo que seu amor se torne doloroso para os outros
Elas vivem felizes.

Letra:

ناس بنتلاقه فيهم بننساهم بعد الملقى
nas bnetla2a fihon bnensahon ba3d el-mal2a

ناس بنتلاقه فيهم وبتعز علينا الفرقه
nas bnetla2a fihon o bt3iz 3alaina el-fer2a

وناس بنترافق ع دروب نحنا وياهم بندوب
o nas bnetfara2 3a drpub n7ne weyahon be-ndoub

ومين بيعرف شو المكتوب بنفارق ما لابنبقى
o meen bey3ref sho el-maktoub be-nfare2 malla mneb2a

هيدا القلب وحكم القلب هو بيختاره وبحب والقلوب بتتهنى بالحب
hayda el-2alb o 7ekm el-2alb, hoi beykhtaro o bey7eb, o 2loub tet-hanna bel-7ob

وقلوب بتبقى بتبقى محترقه
o 2loub bteb2a me7ter2a

ناس بيعشقونه كتير حب النا مش عادي
nas bey3sha2oh kteer, 7obbon elna mesh 3ady

ناس بينسونه وبنصير نعشقهم نحنا زيادة
nas beynsoona o benseer, ne3sha2hon n7na be-zyade

وفي ناس بتقسى وبتخون ناس بتعشق حبها جنون وحتى بعذابها بتكون عم تعيش بسعادة
o fi nas bte2sa o betkhoun, nas bte3sha2 7obha jnoun, o 7atta be-3ad'abha betkoun, 3m t3ish be-sa3adeh

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Primeiros Passos de Isis Zahara


Isis Zahara é uma dançarina mais conhecida no Brasil por seus diversos vídeos no youtube de apoio didático e subsídio para as alunas iniciantes da dança do ventre. Eu mesma quando comecei a me interessar pela dança acabei caindo nos vídeos dela e pude aproveitar muito de suas dicas. Mais tarde pude conhecer seu blog que também é recheado de informações bastante pertinentes para todos os interessados e amantes da dança do ventre. Talvez, o que poucos sabem é que ela já estuda dança do ventre desde 1993, já se apresentou em diversos países, tem formação em Antropologia e é mestre em Danças Étnicas pela Unicamp. Atualmente, Isis dá aulas em seu próprio studio na cidade de Den Bosch na Holanda e pelo skype. Além disso, não podemos nos esquecer de seus DVDs: "Great Belly Dance Beginners (01 e 02)" e "Great Belly Dance Intermediate Tabla Solo". O sucesso é tanto que a primeira edição do DVD para iniciantes está esgotada.


Não seria interessante saber como foi o início de Isis Zahara, que ajuda tantas meninas hoje com seu material de apoio para estudos online? Então vamos lá, porque além de nos contar sobre sua trajetória, Isis também toca em assuntos bastante interessantes nesta entrevista. Aproveitem.

Porque você começou a dançar a dança do ventre?
Eu tenho uma ligação com a cultura egípcia antiga desde criança devido ao meu nome de batismo: Isis. Mas, o primeiro contato com as danças do Oriente Médio veio através do meu pai. Por volta dos anos 90 ele começou a estudar a Ordem Mevlevi dos dervishes da Turquia e eu tive, pela primeira vez a noçao de que a dança pode ser um ato de oraçao e estar conectada com significados mais profundos além da beleza estética. Na mesma época o bailarino e coreógrafo Ivaldo Bertazzo estava começando a utilizar a técnica da Dança do Ventre na sua teoria sobre Cadeias Musculares e fazia uma conexão como processo da identidade corporal. Mas, eu precisava unir essas informações com prática da Dança do Ventre, assim eu cheguei até diversas mestras. Com a Sharazad pude aprender a Dança o Ventre dos Balcans. Por ser de origem armenia os movimentos faziam parte do que hoje podemos classificar de estilo clássico turco ou cabaret clássico. As entradas continham espacatos, movimentos de chão (postura de sereia). Lulu From Brazil já tinha uma ligação mais realista, no sentido de citar nomes de bailarinas árabes e conectà-las aos movimentos. Tempos depois ela produziu uma série em VHS, onde são detalhados alguns passos e estilos de grandes estrelas do estilo egípcio e eu considero indispensável para quem está iniciando. Com a Nájua eu aprendi o que podemos chamar de estilo Libanês e Khallege, Soraia Zaied com percussao e folclore. Depois veio o advento dos workshops, Raqia Hassan, Shokry Mohamed, Hossam Ramzy....e o estilo egípcio pareceu tomar conta do Brasil.
Em meio a toda essa febre eu ganhei um vídeo da Suhaila Salimpour e percebi que nos EUA um outro movimento estava acontecendo, que havia um estilo próprio e que as americanas tinham um apuradíssimo material técnico. Assim corri atrás de Suzanna Del Vechio, Anahee Sophian e a própria Suhaila Salimpour. Mas o conhecimento adquirido nas aulas nunca que me foi suficiente. Eu nunca me adequei com a idéia de padrão, então preferi seguir um caminho independente fazendo aulas particulares, comprando livros, DVDs e indo atrás de informaçoes que eu considerava consistentes. Essa curiosidade me levou a pesquisar a Dança do Ventre do ponto de vista antropológico na Universidade e desencadeiou em uma tese de Mestrado sobre a Mulher, Corpo e Sacralidade na Dança. A Toca da Musa, minha primeira escola de Dança do Ventre foi, fundada em 2004, no distrito de Barao Geraldo, próximo a Universidade Estadual de Campinas. Com o intuito de trabalhar com a Dança do Ventre nas suas diversas facções eu fazia um pequeno questionário sobre o que a aluna pretendia com a Dança. Assim dividia em linhas de estudo técnico, teórico e terapêutico. Atualmente, tenho uma escola de Dança na cidade de Den Bosch, no sul da Holanda e um contato direto com as comunidades árabes que residem na Europa. Isso me favorece no aprendizado mais profundo da cultura do Oriente Médio e dos Balcans. Também proporciona que eu viaje com mais frequência aos lugares fora da temporada de festivais e ir além do que os guias propõem.

Como foram as primeiras aulas?
Eu sempre tive muita curiosidade em saber o por quê de cada movimento ou estilo história etc... Mas, uma coisa eu me lembro que me marcou. Quando somos leigos em relaçao a Dança do Ventre, a primeira coisa que vem em mente é a figura da Odalisca seduzindo um sheik ou sendo obrigada a dançar para ele. Enfim a figura da sedução feminina, através dos movimentos e de uma roupa esvoaçante, está sempre presente. É a idéia que o Ocidente construiu através dos viajantes europeus e depois pelo cinema hollywoodiano. Essa idéia atrai muitas pessoas, mas também distancia outras que buscam uma outra concepção sobre a Dança do Ventre. Na minha segunda ou terceira aula eu tive acesso a um artigo da bailarina americana Morocco (Por isso é importante termos acesso a bons profissionais que pode nos direcionar para as informações). Neste artigo Morocco narra uma experiência vivida por ela mesma em uma tribo berbere no Marrocos. Nesta tribo os movimentos de ondulação da pelvis eram ensinados de mãe para filha para facilitar a dilatação da musculatura pelvica durante o parto. Toda a técnica da Dança estava voltada para o nascimento, para a figura do bebê conectando diversas gerações da tribo num outro contexto em que o homem não participava diretamente. Eu percebi o vácuo entre o olhar do Ocidente sobre a Dança e a realidade em suas raízes. Nao que a sensualidade nao faça parte, faz e muito. Mas a questao de ponto de vista sobre uma tradição muda completamente a forma como ela é transmitida. Através deste artigo eu comecei a entender que a Dança do Ventre, como conhecemos atualmente foi contruída pelo olhar ocidental sobre o mundo árabe.

Quais eram as suas dificuldades e como você as superou?
A grande dificuldade quando se está estudando, aprendendendo, é encontrar uma profissional que saiba direcionar didaticamente. Eu tive muita dificuldade em encontrar as pessoas que realmente fizeram diferença na minha busca. Na cidade em que eu morei por muito anos não havia profissionais qualificadas e o acesso à escolas não era tão simples com agora. Eu precisei correr atrás de materiais de apoio como DVDs para suprir as datas em que eu não podia frequentar as aulas pessoalmente. Juntar dinheiro, viajar e pagar por aulas particulares. Foi difícil porque muita gente se qualifica como profissional e não conhece o próprio conteúdo que está pretendendo ensinar. Não sabe o que significa uma dor no joelho ou o que aquecimento e alongamento realmente representam para o corpo. Também história, cultura, estilo, a Dança não é somente: 1-2-3-4 giro ou acento! Ela é um contexto que justifica a diferença de uma Samia Gamal, de uma Farida Fahmy, de uma Dina.

Uma história peculiar sua com a dança do ventre.
Aconteceu nos primeiros anos em que eu comecei a dar aulas. Eu sempre optei por iniciar o aquecimento com alguns passos de folclore, Dabke, Assaya, Fellahin, pequenas sequências, de fácil entendimento para depois iniciar a aula técnica e optava primeiro pelos estilos libanês e turco por exigirem movimentos mais amplo de quadril. Na escola em que eu dava aulas haviam outras professoras e muitas vezes as alunas alternavam e trocavam de classe. Um dia, uma delas chegou para mim e disse “Vc não dá aula de Dança do Ventre!” – eu fiquei parada, “como não!?” e ela me respondeu “A outra professora falou que o que vc faz não é dança do ventre. Ela nunca viu ninguem dar pulinhos, para cá para lá e com o cabelo ficar jogando...isso tudo é mentira!” Eu fiquei olhando para a garota e pensando: ”Que bela profissional hein!? Além de não saber o que está falando ainda tem coragem de criticar quem leva a sério!” Mas, com muuuuita elegância e profissionalismo eu solicitei que os alunos da escola assistissem o vídeo de um conhecido coreógrafo egípcio chamado Mahmoud Reda que tratava das danças Baladi e um VHS com danças folcloricas do mundo árabe, em que era possível identificar, pelo menos como exemplo, Khaleege, Dabke, etc...

Um recado para quem está começando ou continua estudando.
Atualmente estamos vivendo um momento em que as informações estão facilmente disponíveis. Quando se tem muita informação à disposição nada mais indispensável que seguir um bom profissional capaz de direcionar você ao caminho correto. Eu acredito que o material disponibilizado no youtube, nos blogs e sites devem ser utilizados como complemento, ferramenta de apoio às aulas e não como o único meio de estudo. Tem muita gente que posta qualquer coisa. A vontade de aprender tem que ser maior e suficiente para superar todos os sacrifícios. O caminho aparentemente mais fácil será o mais difícil no futuro. Existe um provérbio árabe que eu utilizo muito: Para se abrir janelas é preciso construir paredes. Ou seja, todo mundo necessita de uma estrutura sólida de conteúdo e isso não se conquista pelo caminho mais fácil. Diz também um provérbio cristão, Deus ajuda quem cedo madruga. A conquista do profissionalismo na Dança é um processo de suor e de investimento.
Example
Como em toda carreira profissional a pessoa precisa amadurecer o conhecimento dentro dela e isso acontece com o tempo. Não adianta pensar que porque você tem facilidade em executar isso ou aquilo mais rápido poderá dar aulas, isso já é um sinal de imaturidade. As pessoas têm que entender que a dança é uma semente. Você planta em seu interior e essa semente leva um tempo para brotar. O corpo vai se preparando, tomando forma para conceber essa árvore que vem nascendo e ela levará a vida toda, é um processo sem fim de aprendizado. Se você pretende ser uma boa profissional, seguir uma carreira como bailarina de Dança do Ventre ou como terapeuta Corporal utilizando a Dança etc... Não se comporte como um rato que invade a casa, rouba as informações e sai correndo pelo buraco da parede. Se comportando dessa forma você só atrairá pessoas que farão o mesmo com você. Treine humildade, respeito, ética como qualidades presentes na Dança.
*

Isis se apresentando com Sami Bordokan em 2007


(não poderia faltar um vídeo com uma de suas aulas on line)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Crianças na Dança do Ventre

Alguns não vêem problema nenhum, outros fazem algumas ressalvas e outros abominam. Os comentários que vou tecer aqui são apenas partes da minha humilde opinião. A idéia do post surgiu depois de assistir algumas apresentações bem executadas por crianças, que por vezes chegam a superar muita bailarina por aí (guardadas as devidas proporções!).

Vejamos as dancinhas das fofoletes:


Little Samia Gamal é ótimo!!!

Mas observe que a pequenininha executa alguns passos com certa precisão que considero de nível intermediário já pro avançado, faz uma ótima dissociação do corpo, tem uma postura e posicionamento de braços interessante, difícil de ver nas crianças. Não deu pra rastrear, mas tudo indica que a menina é do Oriente Médio.


Com um nome desse preciso dizer de onde ela vem? Ela força umas caras, né... Mas não disse que ia trazer a perfeição. Contudo, não dá para negar a habilidade técnica desta garotinha.

O Youtube possui mil vídeos disponíveis de crianças dançando, mas o que diferencia essas duas de tantas outras é uma certa precisão, graciosidade e leveza ao conduzir a dança. É uma coisa muito engraçadinha ver criança dançando, não é verdade? Isso acontece porque, em geral, elas são coisinhas desengonçadas, sem consciência formal do que estão fazendo, do significado de uma dança, ou mesmo da música que estão dançando. Aí, é raro ver críticas. O negócio muda de figura quando elas começam a dançar bem. Sim, as críticas aparecem em outros vídeos no quais temos crianças dançando "mal" (ou como crianças, sem direcionamento, só na espontaneidade), por causa principalmente da exposição. Mas sinto que a crítica é mais contundente quando elas dançam bem, ainda que em ambos os vídeos haja críticas quanto à exposição e o direcionamento da dança do ventre a uma criança.

Para a pouca receptividade quando a dança é bem executada por uma criança há diversas respostas: "A criança não está aproveitando a infância e se focando no aprendizado de uma técnica". Mas ela está fazendo o mesmo na escola com a matemática, o inglês... A diferença é o que você valoriza. O corpo é uma ferramenta altamente repreendida em nossa sociedade, e isso traz consequências para essa mesma sociedade. Essa repressão é fruto de um processo histórico e, no fim, ao ignorarmos as potencialidades do corpo perdemos muito no que diz respeito ao conhecimento do mundo sim, e também de convivência social, aceitação do prazer/bem-estar individual, etc. A dança tem valor terapêutico e disciplinar, não consigo enxergar problema na dança em si. Outra resposta comum: "A dança é sensual e não deve ser praticada por crianças, pois pode acelerar um desenvolvimento sexual não adequado a sua idade". Não sei não hein, ainda mais se focarmos no Brasil e o funk, axé e até mesmo o samba dando sopa por aí. Tenho, inclusive, minhas dúvidas quanto a isso em outras danças não-brasileiras, como balé, jazz, enfim, mais prestigiadas pelos pais. Acho que quando sua querida filha entrar em contato com essas expressões culturais, não custa nada você, pai ou mãe, acompanhar esse contato, assim como com certeza você faz para qualquer outra coisa nesta jornada de descobrimento do mundo de toda criança. E cá entre nós, nossas músicas estão em português compreensível, enquanto que a música árabe está longe disso - boa parte das bailarinas dançam somente o que sentem com a melodia da música - sem falar que boa parte do conteúdo dessas músicas é bem poético. Essa associação de sensualidade com a dança árabe nós sabemos de onde vem, não é mesmo? Novamente o problema não está na dança.

Tentando finalizar esse assunto que dá pano pra manga: as crianças são pequenos seres humanos suscetíveis aos mesmos desejos que os adultos, só que sem a carga de maturidade que vamos recebendo ao longo de nossas experiências, logo é um público delicado e que absorve informações de forma rápida.

Example

Acreidito que o problema está no direcionamento que dão para a dança. Escolher a dança para as crianças exige técnica diferenciada e um acompanhamento dos pais (sim, ter filhos é coisa SÉRIA, dá trabalho, acho que essa todo mundo devia saber, né?). Assim como o inglês e a matemática estão presentes na vida de uma criança com um direcionamento específico para a idade delas e um acompanhamento dos pais, a dança, a arte, o exercício físico devem merecer a mesma atenção. Se é um desejo da criança, porque não? Até porque, quando fazemos as coisas com prazer tudo sai melhor, fala a verdade aí. Talvez aquelas duas meninas alcançaram um certo nível de "excelência" por causa do prazer que aquela atividade, dançar, lhes proporciona. Existe o outro lado da moeda? Existe: elas podem ser "vítimas" de mães "frustradas" que refletem em suas crias seus desejos e vontades, entre outras possibilidades negativas. Mas não temos como saber se é o caso daquelas pequerruchas. Outra possível resposta está ligada aos passos ensinados que em tese não correspondem com a idade delas. Nesse caso, não posso falar muita coisa, pois envolve profissionais da área da psicologia do desenvolvimento, fisioterapeutas, educadores físicos. Só penso, como historiadora, que esse apego às verdades científicas podem ser contemplados com parcimônia, pois cada ser humano é diferente e nem sempre se encaixam nos padrões estabelecidos pelas ciências, o que não significa também ignorar as contribuições dos estudos especializados.


Diante dos vídeos, fiquei feliz e admirada por esses pequenos seres e senti uma motivação a mais para me dedicar com mais afinco à dança.

domingo, 18 de setembro de 2011

A Difícil Relação entre o Ego e a Crítica

Ei, ei, ei, QUEM É VOCÊ PARA ME CRITICAR?!!!

Senhoras e senhoras, essa frase não é minha, longe de mim! Ela está aqui para ilustrar o mais novo estrelismo que pintou no nosso blog para lembrarmos como é difícil ter um espaço para termos nossa opinião. Afinal, para TER OPINIÃO nós temos que SER ALGUÉM, senão temos que nos resignar e ficar calados ou achar tudo lindo, não é mesmo?

Volta e meia aparece um troll no blog para espinafrar algum post, comentário, vídeo, foto, etc, faz parte, acho que todo mundo que faz algum sucesso na internet tem que lidar com isso. Eu continuarei defendendo com unhas e dentes o meu direito de opinar, de falar, de esclarecer, de informar quem quer que apareça por aqui. E também me desculpar quando for necessário, ainda que não haja NADA no blog que atinja negativamente alguém, tudo é escrito com o mais objetivo e sincero sentimento: a paixão.

Acontece que também aparece por aqui quem acha que é tão bom, mas tããão bom, que está acima do bem e do mal. Geralmente esses eu ignoro, pois eu já havia comentado como é difícil criticar no meio da dança do ventre aqui, mas teve gente se inflamando seriamente! E olha que eu nem critiquei, eu até elogiei! Só revelei um segredinho, ops! Não sabia que era segredo, sorry! Se sentiram ofendidos? Não era para ofender, era uma constatação, sabe, eu posso NÃO SER NINGUÉM para vocês, mas sou ALGUÉM para outras pessoas, lugares e até instituições. E mesmo que eu não seja uma assumidade na dança do ventre e estivesse criticando abertamente uma coreografia que não gostei, qual é o problema? Tenho que me calar porque não me consideram relevante? E se não me consideram relevante, por que vieram ao MEU blog reclamar da minha opinião? Incongruente, não?

E nesse caso, pode parecer para mentes menores que eu que não suportei a crítica de não ter minha opinião aceita publicamente, mas quem quiser fazer um tour pelos comentários dos meus posts vai perceber que as críticas e debates que merecem minha atenção são devidamente respondidos, sugestões atendidas, palavras ou informações corrigidas quando revistas, o blog representa a minha paixão e meu respeito pela arte árabe expressas na dança do ventre, mas eu não me fecho para outras opiniões e pessoas, muito menos me considero a magnânima que não pode ser questionada ou criticada!

Alguns "profissionais" da dança do ventre andam com o ego tão inflado que a pessoa não vê nada além de si mesma. Para eles a vida se resume em variáveis simples: se você não gostou ou não concordou com algo deles, é porque não entendeu. Se você insiste em defender seu ponto de vista, vira um "quem é você", ou seja, só tem direito de achar alguma coisa ou apontar qualquer coisa se você for alguém "inquestionável". Sabe o que me lembra? A história do rei nu do Hans Christian Andersen. Taí: dedico a quem acha que eu não posso escrever o que acredito no meu espaço e prefere a ilusão da infalibilidade.

Vejam, ouçam, interiorizem e sejam humildes!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Primeiros Passos de Suellem Morimoto


Suellem estuda dança desde os 4 anos de idade, mais precisamente ballet e jazz, mas a dança do ventre surgiu em sua vida aos 8 anos de idade. Desde então, estudou com os maiores nomes profissionais do nosso meio (Brasil e mundo), tendo como professoras principais Lulu From Brazil e Fátima Rellva. Em 2006, quando tinha apenas 18 anos, passou a integrar o quadro de bailarinas da casa de chá Khan el Khalili e recentemente foi convidada como solista no espetáculo de maior peso promovido pela casa: O "Super Noites no Harém". Como professora, atua já há 8 anos na área. Não é para qualquer um não, meu bem. Vamos saber como foram seus primeiros passos na dança do ventre?

Porque você começou a dançar a dança do ventre?

Eu tinha somente 8 anos de idade quando me encantei com a dança do ventre. A grande verdade foi que meu encanto era mais pelas vestimentas brilhosas e coloridas, do que pela dança em si. Eu era super agitada e naquela época não me cabia um ballet clássico (apesar de ter praticado desde os quatro anos) e sim algo mais solto, animado que eu pudesse colocar toda minha energia. Aos poucos fui me apaixonando cada vez mais, pela música, pelos movimentos e pela magia da dança e isso me manteve até hoje.


Como foram as primeiras aulas?
Minha primeira professora de dança do ventre foi a Karen, uma aluna do meu pai (que é professor do mesmo colégio que eu estudei a vida toda). Ela precisava montar uma coreografia para a aula de Educação Física e acabou me chamando para participar. As minhas primeiras aulas foram em uma sala pequena, que havia dentro do banheiro da quadra do colégio.

Quais eram as suas dificuldades e como você as superou?
As dificuldades sempre irão aparecer na dança, porque nada é perfeito e sempre tentamos buscar a perfeição inexistente. Não me lembro ao certo quais foram minhas dificuldades quando comecei, pois eu era bem nova e fazer direito não era uma preocupação.Vergonha eu nunca tive (risos), mas tive que ensinar meu corpo a ter disciplina e consciência dos movimentos.Minha agitação e empolgação era tão grande que eu tinha dificuldades com taksim e desacelerar meus movimentos, realmente eu era dona de uma cabeça e um corpo jovem que queriam se libertar o tempo todo em músicas rápidas e quando havia oportunidades para dançar uma música lenta eu simplesmente ignorava a música proposta e criava uma nova em minha cabeça, bem mais rápida e animada.Aos poucos fui aprendendo a controlar e lidar com minhas energias.
E adivinha? Hoje adoro uma música lenta. Uma vez meu professor de dança me disse: " A dança é para uma cabeça velha e um corpo jovem" Isso quer dizer que a cabeça tem de ser mais experiente e sensata com um corpo disposto a liberar mais energia.

Uma história peculiar sua com a dança do ventre.
Meus avós são Japoneses. Muitos ficam fascinados com a mistura e muitas vezes brincam dizendo: Olha Japinha sabe dançar e dança bem!!!! rs....

Um recado para quem está começando ou continua estudando.
Vou deixar um poema do qual eu me inspiro e acho que cabe como motivação:

"Dançar é como crescer...
Um processo lento, cheio de surpresas e lutas.
A realização de feitos que parecem impossíveis de se concretizar.
Movimentos que exigem muito mais que horas de treinamento.
Que só a ousadia tem a capacidade de explicar.
Um constante aprendizado para o qual nem sempre acham necessário nos preparar.
É preciso ter talento.
Saber misturar, em doses certas, força e sensibilidade.
Conhecer limites e capacidades.
Sem temer fracassos.
Amar. Amar-se.
Sem medos.
Corpo e mente em perfeita harmonia.
Essa integração é o segredo da eterna liberdade, que nos permite alcançar vôos muito, mas muito maiores.
Isto é Dançar!!"

*
Descobrimos que Suellem era uma criança hiperativa rs. Brincadeiras à parte, espero que tenham gostado. Abaixo alguns vídeos para fazermos um "antes e depois" com a Suellem.


2007

2008

2011

Obs: Não sei se os anos que coloquei correspondem à realidade, pois retirei a informação verificando a data de envio dos vídeos que consta no youtube.

domingo, 11 de setembro de 2011

Reportagem: Lumina Qamar 2011


Overdose de dança do ventre!
Este é meu atual estágio após 10 horas ouvindo música árabe!

Bem, para quem não conhece, o Lumina Qamar é um dos eventos mais prestigiados da dança do ventre carioca. Todo ano ele reúne vários grupos para principalmente competir (uma vez que o preço do concurso é beeem mais barato que o da mostra de dança) e, assim, trazer várias formas de leituras e corpos para nossa amada dança do ventre. Claro que o resultado final fica a critério de um grupo de jurados que avaliam a consonância das coreografias para vencer a disputa.

Este ano o Lumina foi realizado na Casa de Espanha, no Humaitá, e como já haviam me falado, o evento foi muito bem organizado, não extrapolando horários, nem com problemas técnicos (sérios) que pudessem comprometer a evolução das dançarinas. Eu só senti falta - na grande maioria das coreografias - de algo que já venho comentando por aqui: sentimento versus técnica. Por exemplo: nas vencedoras do grupo de dança do ventre, eu simplesmente AMEI a coreografia do segundo lugar (eu não lembro o nome dos grupos, sorry), teve cores, sentimento, alegria e técnica. Para mim ela seria primeiro lugar! Mas parece que há uma valorização maior para uma limpeza dos movimentos, uma coisa mais fria, mais pose e padronização.

No quesito folclore, a premiação seguiu o mesmo resultado dos anos anteriores, os grupos especificamente folclóricos tiveram destaque, e eu fiquei muito surpresa da inspiração do primeiro lugar: o Flash Mob que rolou no Aeroporto de Beirute há um tempo atrás, que vocês podem ver aqui. O primeiro lugar pegou a coregrafia do flash mob e apresentou-a numa versão reduzida: transeuntes se encontrando do nada e começando a dançar um dabke. Mesmo não sendo ideia original do grupo vencedor, foi legal terem trazido a coreografia para quem não a conhecia. Pena que não tenho os vídeos aqui para vocês compararem, pois o homem do vídeo se enrolou todo no final do show e não conseguiu entregar nenhum dvd, o que me fez desistir de comprar! :/

Das dançarinas profissionais que se apresentaram, eu tenho que admitir: o show ficou por conta da Samara Nyla. Tranquila, linda e impactante, ninguém piscou enquanto ela se apresentou. Adorei! Não só do estilo egípcio que as dançarinas podem se destacar, o estilo libanês da Samara foi uma quebra extasiante entre tantas danças que vimos por lá.

E claro, não posso esquecer da fã do blog que encontrei por lá: Amanda. Gente, eu sou tímida, fico super sem graça quando alguém me reconhece, mas podem falar comigo mesmo que eu não mordo, heheh. A primeira fã que encontrei foi a Joyce, no Raqs el Albi (ainda vou comentar deste evento, só estou aproveitando que o Lumina ainda está fresquinho na minha memória), e eu fiquei contentíssima.

Por fim, Gamal Seif, o espetáculo em pessoa. Ainda que o seu Saidi tenha sido cheio de energia e alegria, não tem comparação com Tanoura, a dança de transe dos sufis. É incrível ver uma pessoa girando e girando sem cair e ainda criar formas com as saias. Lindo mesmo! Pena que são tão poucos homens que se aventuram a aprender a dançar no meio da dança do ventre.

Então é isso, people, vou ficando por aqui, até porque tenho que descansar, ordens médicas por causa da coluna! Impressões e sugestões, é só comentar aqui!

Aqui só um pequeno exemplo da Tanoura:

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Feliz Dia da Bailarina!!

Parabéns a todas as dançarinas do ventre por este dia! Sim, ele também é nosso! Para ilustrar esse momento, a dica da Heloísa Caridade, este vídeo tocante!

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