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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Stefany Garcia

Passar aqui para vocês uma dica de dançarina para acompanhar: a Stefany Garcia! A conheci pessoalmente na minha passagem no Mercado Persa e desde então tenho acompanhado algumas coisas dela, acho que ela merece essa divulgação!
De Vitória da Conquista, que eu descobri que é a "Suíça baiana", Stefany foi precoce, iniciou a carreira artística no teatro aos cinco anos de idade ao lado da mãe e fez seu debut na dança do ventre aos oito anos de idade. Desde então realizou vários cursos, tendo estudado com Kahina, Amir Thaleb, Amara Saadeh, Tito, entre outros, além da sua maior inspiração, Soraia Zaied. Com tanto estudo e dedicação, ano passado ela obteve o selo de qualidade Khan el Khalili, mais um louro para a sua carreira que ainda promete muitas conquistas.

Atualmente Stefany, além de se apresentar eventualmente na Casa de Chá e em demais eventos, também dá aulas de dança do ventre em seu espaço próprio, a Casa da Arte da Dança do Ventre.


Aqui Stefany e sua dança:

segunda-feira, 23 de março de 2015

Não sei mais dançar... E agora?

Todo mundo que começa a fazer dança do ventre e se dedica por algum tempo vai "subindo de fase". A gente começa como iniciante, vai para o intermediário, algumas chegam ao avançado e outras poucas se profissionalizam. É seu corpo se adaptando à dança e, claro, seu esforço em estudar e vencer seus próprios limites.

Mas a vida nem sempre segue uma linha reta em tudo que fazemos. A gente pode chegar até o último estágio, outras prioridades tomam a vez e, quando vemos, a dança do ventre não faz mais parte da nossa vida! Geralmente é um intervalo, conheço pouca gente que realmente abandona a dança do ventre (ao menos se chegou ao nível intermediário), mas quando passa MUITO tempo?

Talvez aqueles passos bem básicos vão estar ainda na sua mente, e seus braços ainda vão se manter na posição, sem retroceder às "garras" da época iniciante. Mas e o redondo?! Eu faço uma maravilha pra direita, agora pra esquerda parece que estou usando um bambolê. E principalmente: o shimmie!! Me diga alguma pessoa que tenha ficado 2 anos sem dançar, voltar e shimmar que nem Soraia Zaied! É um festival de solavancos!

Pode bater um desânimo, na verdade, nem exatamente desânimo, mas pensar: caraca, eu desaprendi a dançar! Como isso aconteceu?! Eu ouvia música árabe toda vez que faxinava a casa e ainda dava meus passinhos! Meu corpo devia ainda estar meio acostumado, não?

Pois é, não. De repente aquelas meninas que faziam balé desde a infância e tem todos os seus músculos do corpo naturalmente alongados possam ter menos dificuldade para voltar, mas e daí? Por que não voltar e entrar numa turma iniciante? Rever todos aqueles movimentos que fizeram a sua alegria por muitos anos? Ou então arrumar uma professora particular para fazer seu corpo sofrer desafiar novamente seus próprios limites. Por que desistir antes mesmo de começarDançar é muito prazeroso! Dançar um estilo de música que a gente gosta é "mais melhor de bom" ainda! Não é para a gente fazer aquilo que gosta? Então se joga! :D
Fico aqui com um vídeo de uma diva bellydancer que chegou a deixar essa arte, mas voltou para nos brindar com seu talento: Carlla Silveira!


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Primeiros Passos de Samara Nyla

Samara Nyla é formada em Geografia e pós-graduada em Psicopedagogia. No entanto, estuda Dança do Ventre desde 1999, quando tinha apenas 12 anos de idade. É uma bailarina conhecida por sua leitura musical refinada e performances de improviso. Atualmente, mantêm-se em constante estudo com diversos profissionais internacionais e nacionais, mas seus principais professores são Samra Sanches e Nami Hanna. Já participou de diversos programas na televisão como Big Brother Brasil, Fantástico, a novela "O Astro", entre outros. Em 2012 abriu seu próprio espaço de dança, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro, o Studio El Said de Dança, onde ministra aulas (entre outros locais). Ela também possui um atelier especializado em figurinos para Dança do Ventre e de moda fitness que leva seu nome como marca em parceria com sua mãe Gilda Marques. Vamos conhecer um pouco do seu início?
Samara Nyla ainda loira em 2003
Porque você começou a dançar a dança do ventre? 


Meu primeiro contato com a dança do ventre foi em 1998 quando fui assistir a CIA de danças Yahliw com Luciana Midlej e Adriana Almeida em uma feira cultural no RJ. Me apaixonei pela dança mas não iniciei meus estudos naquele ano. Eu comecei a dançar aos 12 anos de idade devido a um problema de saúde (ovário policístico) e minha médica me indicou fazer dança do ventre 2 vezes na semana para dissolver os cistos do meu ovário. Achei aquilo muito interessante pois não sabia que a dança era bom para esse tipo de problema. Com 1 ano de aula a minha médica constatou a eficácia da dança e eu já não tinha mais nada. Mas a esta altura eu já estava apaixonada por essa arte tão magnífica que nunca mais parei e indico a todas as mulheres que tem ou venham a ter qualquer tipo de problema parecido com o que eu tive.

Como foram as primeiras aulas? 
A primeira aula foi muito engraçada! rs Eu achei todos os movimentos muito estranhos no corpo, mas ao mesmo tempo achei leve, bonito e comecei a gostar do que vi que meu corpo podia fazer. Com o tempo, e claro com treinos, que a gente percebe como os movimentos ganham mais formas e se tornam mais fáceis, muito bons!
Quais eram as suas dificuldades e como você as superou? 
Minha maior dificuldade era parar as mãos! rs Eu fazia todos os movimentos e os braços e mãos ligados no 220V! rs Eu acho a coordenação de mãos e molduras de braços a parte mais difícil da dança, estudei muito sobre isso e tive uma mestra maravilhosa, que até hoje está presente em minha vida, que é a Samra Sanches. Com ela aprendi a ter mais calma para dançar e a coordenar melhor os braços e mãos. 
Uma história peculiar sua com a dança do ventre. 
Sempre me achei muito baixinha!!!! rsrsrs e com isso, quando eu comecei a dançar com véu de seda eu sempre me embolava nele. Daí o véu parecia mais uma burca colorida do que um elemento de dança. Meus braços sempre foram muito curtinho devido também a minha altura e eu tive que trabalhar muito a questão do véu na minha dança.

Um recado para quem está começando ou continua estudando. 


Para quem esta começando a dançar agora eu digo siga em frente e mergulhe de cabeça nessa arte milenar tão rica e encantadora que é a dança do ventre. Estude sempre, se aperfeiçoe cada dia mais, treine e busque seus objetivos, não se deixe levar por decepções do mundo da arte, viva intensamente a sua emoção ao dançar!

Primeiramente quero agradecer a Jesus, que me deu esse dom que tanto amo que é dançar e por ele fazer a minha vida muito mais colorida devido a dança. Quero agradecer também a Luciana Midlej e Adriana Almeida por terem sido, sem saber na época, as grandes motivadoras do meu sonho se tornar realidade, porque foi as vendo dançar que eu me apaixonei pela arte. Agradeço a minha médica na época, Drª Sandra Barcelos, que me mandou fazer a dança para melhorar minha saúde. Mas agradeço mesmo imensamente a minha mãe, Gilda Marques, por ser a maior fã e parceira que eu tenho, por ter me dado força desde primeira aula, por ter sido ela a me levar para ver meu primeiro show de dança do ventre e por ela ter batalhado junto comigo a minha melhora de saúde na época, obrigada minha heroína! Agradeço também ao meu marido Rick Araujo por todo o carinho e empenho de trabalhar junto comigo e de ser tão compreensivo com a minha dança e por fim, ao meu avô Lino Marques que era contra a dança no início, mas logo mudou de ideia quando descobriu a cultura e o quanto estudamos para fazer bonito no palco.

*
Vamos ver o Antes e Depois dos vídeos da Samara?
(2008)
(2012)

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Primeiros Passos de Kiania Lima

A linda Kiania Lima tem se destacado no meio da Dança do Ventre pelo seu talento, domínio técnico e simpatia. Inclusive, já contribuiu aqui no nosso blog com um "guia" sobre improvisação que nós amamos e recomendamos fortemente a leitura. Ela conheceu a dança do ventre com 10 anos de idade, após assistir duas bailarinas na televisão. Este foi o click do encantamento e o início da busca pelos estudos. Dentre suas professoras podemos destacar Rita Ferraz, Málak Alaoani e Aziza Mor-Said. Hoje, integra o quadro de bailarinas "Noites no Harém" da famosa casa de chá paulista Khan el Khalili. Sua maior fonte de estudo é a bailarina egípcia Dina. Vamos conhecer um pouco do início de todo esse percurso agora?
Porque você começou a dançar a dança do ventre?
Eu não tenho nenhum motivo considerado especial para ter entrado no mundo da dança do ventre. Não tenho descendência árabe e não me lembro de ter tido contato com alguém da cultura até realmente começar a dançar profissionalmente, muitos anos depois. Me apaixonei pela dança quando, aos meus 10 anos, assisti uma apresentação de duas moças, na TV. Era uma apresentação com taças, e há 16 anos atrás, a dança não tinha todo o glamour que vemos nos dias atuais. Eu sempre tive contato com os esportes. Tentei jogar basquete, handball, fiz natação. Não me dei bem com nenhuma dessas modalidades. Paralelamente a isso, tinha meu contato com a dança. Iniciei meu aprendizado no jazz. Tão pequena que nem consigo me lembrar quantos anos eu tinha. Gostava muito do jazz. Fiz uma aula de ballet clássico e odiei. Nunca mais voltei. (Coitada da minha mãe que tinha comprado todos os acessórios, se assim posso dizer). Bom, aos meus 10 anos eu decidi que queria fazer dança do ventre de qualquer jeito, pois tinha ficado fascinada pelas moças da TV. Um dia, na minha escola, organizaram um show de talentos, onde qualquer aluno poderia apresentar qualquer coisa que quisesse. Fiquei espantada quando uma das minhas amiguinhas de sala fez um número de dança do ventre. Era muito difícil encontrar informações, locais de aulas, ainda mais com a minha idade.  Bom, tive a oportunidade de fazer a minha primeira aula com a professora dessa minha amiga de escola. Rita Ferraz. Ela dava aula na sala de estar da sua casa. Entrei em uma turma de duas pessoas. As duas meninas do meu colégio. Nem preciso dizer que eu não parei nunca mais e as duas desistiram, né?! Fiz aulas regulares com a Rita até meus 20 anos.

Como foram as primeiras aulas?
As minhas primeiras aulas foram uma delícia. Sinto muita falta daquele cheirinho da sala de estar da Rita. Não só por ser onde tudo começou. A minha vida, os meus sonhos, mas também porque foram os anos mais acolhedores que vivi, no meio da dança. Naquela época a dança era só amor. Eu nem sonhava um dia estar onde estou (estar, por exemplo, escrevendo para vocês, contando sobre o meu início). Me lembro de a minha primeira aula ter sido uma delícia. Eu estava tão ansiosa. AHHHH..COMO ESTAVA! Lembro que na primeira aula aprendi os oitos verticais (oito para cima e oito para baixo) e me lembro que consegui fazer os dois de primeira, e que me senti super confortável fazendo aquilo. Me lembro que a Rita ficou meio abismada e me encheu de elogios. Eu fiquei me achando horrores e me senti em um sonho. Fazendo o que eu tanto queria. Me sentindo a menina das mil e uma noites. Por alguma razão que eu só tenho a capacidade de entender nos dias de hoje, eu acredito que estava destinada àquilo. Foi uma coisa muito forte que senti. Por incrível que pareça, eu sinto mais dificuldades hoje do que no início do meu aprendizado. Talvez por toda a cobrança que toda bailarina profissional carrega consigo.

Quais eram as suas dificuldades e como você as superou? 
Minha maior dificuldade na dança sempre foi a de me apresentar em público. Sempre fui estudiosa. Sempre tive um certo talento, que era o que algumas pessoas diziam, mas eu saía correndo de qualquer tipo de apresentação. Sempre fui muito tímida. Dancei apenas para mim mesma por 13 anos e, ainda hoje, tenho isso como minha principal barreira a superar. Sempre busquei a perfeição. Nunca achava que estava pronta para nada e, por isso, demorei tanto tempo para dar início a minha carreira de bailarina e, ainda assim, por um empurrão da minha mãe, que me inscreveu na pré-seleção de bailarinas Khan el Khalili.

Uma história peculiar sua com a dança do ventre.
FATO 1: Sempre me achei muito dura na parte do tronco. Tinha o sonho de ser modelo e ginasta, ao mesmo tempo (hahahaha). Fui daquelas garotinhas que andavam com livro em cima da cabeça e tudo. Cheguei a trabalhar um pouco como modelo de passarela, mas tenho como uma das minhas frustrações na vida, a de nunca ter conseguido fazer a minha aula de ginástica olímpica e também a de nunca ter sabido dar uma estrelinha... Por toda a minha vida na dança ouvi diversas pessoas falando que eu era muito travada, muito durinha. Me cansei disso e decidi encarar como meu estilo na dança. Não ligo. Sou durinha e nunca consegui fazer aquele passo de soltar os bracinhos molinhos, de um lado para o outro, passando o peso. É idiota, mas só faço isso do jeitinho durinho da Kiania.
FATO 2: Eu não ia ser Kiania, no momento em que estava dando minhas primeiras engatinhadas no mundo das bailarinas profissionais. Ia ser Paola. Tinha vergonha de me chamar Kiania, sei lá por que.Graças ao Jorge Sabongi e Aziza Mor Saidi escolhi o melhor nome para me acompanhar na minha jornada. O MEU!

FATO 3: Uma vez, na aula da Aziza, ela pediu que fizéssemos uma seqüência de forma despojada. Eu fiz, achando que estava arrasando (Hahaha), aí quando terminou a minha seqüência a Aziza falou: "Legal, Ki! Agora faz a despojada." Eu fiquei com aquela cara de "Ué?! Morri!!! Hahahahaha. Isso marcou a minha vida eternamente.

Um recado para quem está começando ou continua estudando.
Eu acho que o mais importante é ter certeza do seu amor por essa arte. Se não tem muito amor, não vai longe. Se você acha as roupas bonitas, se acha que tem algum glamour em vesti-la e é simplesmente isso, tudo vai dar bem errado. Bailarina de dança do ventre é quase uma sem vida. Óbvio que tudo depende do quanto você vai se dedicar e querer se entregar para este mundo. E é aí que mora a palavra AMOR.
Siga seus princípios.
Seja você, mesmo que seu você seja "menos legal" do que o você de outra pessoa.
"Tente" falar pouco.
Dance. Dance. Dance.
*
Vamos ver o antes e o depois dos vídeos da Kiania?
(2010)

(2013)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Bailarinas Brasileiras e suas Qualidades - Pt. 1


Pessoal, lá na página do facebook do blog estamos fazendo uma singela homenagem de fim de ano às bailarinas do nosso país. Em maio deste ano houve uma votação, na qual as pessoas que curtem nossa página podiam dar seu voto nas bailarinas brasileiras que mais admiram. Sendo assim atribuímos às 15 primeiras mais votadas do público uma qualidade, a característica mais marcante de cada uma e elaboramos textos para refletirmos sobre essas qualidades. Dá uma passadinha lá e veja todos os vídeos e textos que preparamos para elas. Aqui vamos colocar parte do que você encontra lá.

1ª LULU BRASIL - "Refinamento"

Essa palavra me passa a sensação de algo que vai se polindo cada vez mais. E assim é Lulu, com seus quase 30 anos de dança: sutileza dos movimentos, apuro técnico e requinte expressivo. Refinamento é deixar só o que interessa. Só o que é e deve ser. Por isso é uma qualidade incrível. Como que tão pouco pode ser tudo. Tudo que precisa ser e é. E pra poder ser o que é, precisa de muita PRESENÇA. A dança de Lulu é o refinamento que todas nós buscamos. Não me impressionou ter ganhado, até porque esta qualidade, provavelmente é uma das mais difíceis de se alcançar e também a mais almejada. Daí Lulu e Refinamento estarem em primeiro lugar.

2ª NANDA SALÍMA - "Feminilidade"

Nanda Salima nos mostra a complexa arte de ser mulher - esses seres estranhos, mal compreendidos. Lutadoras das causas perdidas, mas vencedoras. Cheias de dúvidas, mas com certeza pia. Ser mulher é ter coragem do que é, mesmo não sabendo o que é, ou porque é, mas é. E sabe disso e então assume isso. Sou. E o mundo que se prepare para me ver do jeito que sou. Porque sem mulheres não há mundo. Só ela pode entender a misteriosa Lua e suas fases, pois ela mesma se confunde com o astro e tem suas próprias fases. Múltipla e única. No coração dela convivem o amor ao próximo, o amor a si mesma, sua atual paixão, seu amor aos sapatos e bolsas, a tudo que brilha e é colorido, os sorrisos inocentes, o desejo da independência. A dança - nas nuvens e na terra.


3ª KAHINA - "Elegância"

Existe outra qualidade mais sobressalente nesta bailarina? A primeira, a segunda e a terceira impressão da Kahina é sempre de elegância. Distinção não só no se mover, na postura, mas também na escolha dos trajes, do comportamento no palco. Pra mim, elegância é estar no lugar certo sempre. Sabe aquele cabelo de novela, sem nenhum fiozinho pra cima? Então. Li uma vez sobre a elegância que não é um dom que se adquiri, é um instinto com o qual se nasce. Sinceramente, considero tarefa difícil falar da Kahina e de elegância. Eu me impressiono tanto com essa qualidade/capacidade de estar num alinhamento perfeito, talvez por não ser elegante. É quase "imaterial". Existe mesmo alguém assim? Kahina. Mas, como? Kahina, ué. Ser elegante é algo complexo. É, na verdade, estar sempre adequado ao que lhe pedem. É o encontro com a harmonia e o equilíbrio. Harmonia pra estar adequado e equilíbrio para nunca ser mais nem menos. É eficácia, ser o que precisa ser, e simplicidade, pra ser na medida certa. Como pode? Kahina...

4ª JU MARCONATO - "Carisma/Magnetismo"

Nossa 4ª colocada, foi difícil atribuir uma qualidade pra este mulherão. Então escolhi dois que se complementam quando vejo Ju Marconato dançar. Porque eu não sei se ela possui um magnetismo forte por causa de seu carisma, ou se é o contrário. A mulher é um evento. É a inspiração de muuuitas meninas que vejo na Dança. Encanta a todos, não só pela belíssima bailarina que conhecemos no palco, mas como professora e pessoa que é, sempre espalhando boas mensagens. O vídeo abaixo tem mais de 1milhão de visualizações! A Ju Marconato exerce fascínio nas pessoas. Se falamos que a elegância é um instinto, quando falamos da Kahina, o Carisma e o Magnetismo são um dom que nascem com a pessoa. Não se aprende, não se conquista, é algo natural de algumas pessoas e a Ju claramente tem esse dom. Quem não admira de alguma forma a Ju Marconato? Não conheço ninguém. E quem gosta também, é amor puro. Ju Marconato é uma bailarina muito especial.

5ª JADE EL JABEL - "Sensualidade"

Não teria outra qualidade melhor para definir Jade. Tem uma coisa de pele quando assisto Jade, não sei o que é, fico arrepiada. A sensualidade dela vem da entrega. Até porque a sensualidade nada tem a ver com estética, beleza, mas sim com atitude. Jade nos presenteia a cada dança com sua personalidade, sua ousadia para nos inebriarmos, nos perdemos em seu labirinto com fragrância de mulher. Cuidado pra não se perder nesse mar de sentimentos, sensações e sabores. É pra assistir se lambuzando de Jade. Essa mulher é uma explosão de feminilidade. Jade nos leva ao êxtase a cada apresentação com sua intensidade e profundidade. Irresistível. Artista completa. Sentidos à flor da pele. 


Gostou das primeiras bailarinas/qualidades? Curta nossa página.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Primeira monografia de Tribal no Brasil - por Joline Andrade


Joline Andrade foi uma dessas bailarinas que quando comecei a me interessar por Dança do Ventre me despertou o olhar. Também foi por ela que conheci o Tribal. Menina bonita, criativa, de personalidade. Fui acompanhando de longe, a menina foi crescendo, crescendo... Eis que agora, abro meu facebook e leio a seguinte frase:

"1ª  monografia do Brasil com a Dança Tribal como objeto de pesquisa.
Título: PROCESSOS DE HIBRIDAÇÃO NA DANÇA TRIBAL: ESTRATÉGIAS DE TRANSGRESSÕES EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO CONTRA HEGEMÔNICA por Joline Andrade (2011).
Elaborada durante a Especialização em Estudos Contemporâneos sobre Dança (Universidade Federal da Bahia - UFBA).

Sensacional! Não li tudo não, porque isso foi agora, agorinha. Mas já dei uma olhada na introdução e (como boa leitora dinâmica que sou - "alô faculdade de História") fui lá para as considerações finais: não entendi nada! Mas achei isso LINDO. Lindo porque agora estou mais do que tentada a ler, estou obrigada a entender aquela consideração final cheia de conceitos e palavras que não entendo. Sem falar que conheço/leio muito pouco sobre o Tribal e essa será uma bela chance de sanar essa falha. Tenho certeza que vai me despertar para mundos que ainda não vislumbrei e pesquisas que farei em torno do assunto. Estamos recomendando para todos, do Tribal ou não.
Pra quem não conhece essa nossa artista, Joline é da Bahia (nordeste temos inveja de vocês). É bailarina, coreógrafa, professora, produtora e pesquisadora na área da Dança. Formada em licenciatura em Dança e no Curso de Dançarino Profissional pela Universidade Federal da Bahia e recentemente concluiu o Curso de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos sobre Dança nesta mesma universidade. A mocinha bota pra quebrar e já rodou o mundo: Espanha, USA, Argentina, enfim. Aliás, se você gosta das roupas que ela usa: é ela mesma quem as produz - uma características das dançarinas de Tribal - em parceria com sua mãe (Jaqueline Araújo) e possui um atelier. Somado a isso tudo, a Joline mantém um blog cheio de conteúdo, que vale a pena ser devorado.

Gostou? Então anota aí as próximas oportunidade de ver e fazer aula com a Joline pelo Brasil:
São Paulo: workshop de introdução ao Tribal Fusion, dia 25 de novembro. Direcionado aos dançarinos com experiência em Dança do Ventre. (Cartaz)
Rio de Janeiro: workshop de Tribal Fusion, a partir da técnica e estudo coreográfico com Kami Liddle (USA), dia 16 de dezembro. (Cartaz)

Arrasem nos estudos, galera!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Zahra Sharq 2012 com Nur no RJ - eu fui!!

Eu fui... e quem não foi perdeu!!

Eu, Lívia, não gosto falar de eventos que vou no blog, para não parecer propaganda, coleguismo gratuito. Aí para não ser injusta, eu teria que que falar de todos que eu fui, pois todos eles poderiam merecer destaque. Entretanto, o ano ainda não acabou, ainda teremos alguns eventos importantes e conhecidos pra ir, mas eu vou repetir o que disse pra muita gente que acabou não podendo ir ao Zahra Sharq 2012 e que me motiva a escrever o post de hoje: "Foi o melhor evento de dança do ventre no Rio de Janeiro que eu já fui". Sem desmerecer outros que também tiveram grande destaque este ano, como o Lumina-Qamar (que trouxe ninguém menos que Soraia Zaied) e o Ayuni (que trouxe a simpatia e a presença de Ju Marconato), o evento contou com uma produção e uma energia que eu nunca havia presenciado. 
A 4ª edição do evento, organizado pela bailarina/blogueira Hanna Aisha, recebeu conhecidos nomes do Rio, além das convidadas Nur (SP) e Rafaela Alves (MG), mas não é por isso que ele foi o melhor evento que eu já fui. Ele me ganhou como um todo, do início ao fim, por todos os detalhes. Desde o teatro, a produção, o clima, a iluminação, as bailarinas, as danças apresentadas, os figurinos, o público, tudo, incrivelmente tudo, se harmonizou de um jeito delicioso no dia 18 de agosto. 


A grande estrela da noite era a Nur sem sombra de dúvidas... e foi mágico. Assisti-la por meio dos vídeos é uma coisa totalmente diferente de presenciar esta mulher no palco. Não tenho palavras para esta experiência. Além disso, a Nur estava inspiradíííííssimaa! Com certeza não era só porque "ao vivo é mais legal", a cada entrada nós éramos surpreendidos com uma Nur que nem eu conhecia. Suas três aparições no palco foram uma explosão de energia, criatividade, dança, força, graça, estou até com medo de selecionar UM dos vídeos, vocês precisam assistir os três, por favor!


Primeira entrada da Nur, música tradicional
Terceira entrada, solo de percussão

Fiz o meu top 5 (incluindo a Nur) pra não massacrar de vídeos o post. Quem esteve lá poderá se recordar com muito carinho aqueles momentos especiais e quem não foi poderá se morder bastante e ficar aguardando o próximo.


Hanna Aisha (Taqsim de Saxofone)Este é não só um dos vídeos top do evento, é também pra quem quer estudar taqsim. Eu sou muito chaaata com leitura musical, taqsim então... É um desafio, ao meu ver, conseguir obter uma leitura que concilie técnica + emoção, aproveitamento do tempo e dos instrumentos musicais, a escolha do movimento, da expressão e da parte do corpo que vai transmitir o som que estamos ouvindo e ainda assim manter a beleza, a leveza, a plástica da dança, etc. A Hanna, de improviso, conseguiu tudo isso lindamente, e pior: num taqsim de saxofone. Palmas! Foi a penúltima apresentação da noite e foi intenso. Lindo mesmo.


Keyla Milanez (Leque de Plumas): Quando eu vi estas palavras na programação eu entortei a boca. Pra não ser injusta, eu já vi UMA apresentação de leque com plumas que gostei. Mas, como já disse, era uma noite mágica de puro deleite e surpresas. Veja se eu exagerei: a música, a bailarina, a roupa, a interpretação/dança, o clima, tá tudo perfeito. Eu amei essa apresentação, sobretudo por não ser fã do gênero, e foi a partir dela que me dei conta do quanto estava sendo agraciada naquele dia por um evento ímpar. Keyla, parabéns! Estava de um bom gosto, de dar gosto de estar assistindo!


Grupo Hátor (Shaabi): Que gracinhaa! Eu amei esse grupo, alunos da Elaine Rollemberg. Muito gostoso ver a animação, a alegria deles dançando... shaabi é isso né gente? Uma pérola. Poucos grupos são tão bem organizados, bem coreografados, simpáticos, com prazer na dança e que conseguem transmitir esta mesma animação pra quem está assistindo. Os meninos e as meninas estavam de parabéns! Levantaram o público, foi ótimo!!!


Elaine Rollemberg (Baladi): Por último, mas não menos importante: que baladi gostoooosssoooo! Ela é outra gracinha que eu só conhecia por meio dos vídeos e que ao vivo é muito mais legal. Linda, simpática, claramente à vontade no palco, com certeza seu grupo (citado acima) é um reflexo dela mesmo. Belo, belo, belo. Dá vontade de estar lá de novo só pra poder aplaudir novamente. Eu sinto que naquele dia todos combinaram em pegar seu melhor figurino, sua melhor energia, a melhor ideia, a melhor execução, só pra eu ficar rasgando seda aqui. 

Deu pra ver que o evento teve de tudo um pouco? E que as pessoas capricharam? Como tudo estava combinando? Fico radiante com esses vídeos, gente. O Rio merece essa qualidade toda. Que o Zahra Sharq 2012 seja mais um dos muitos eventos que irei por aqui e tecerei tantos elogios.

*
O evento ainda contou com a presença das bailarinas 
Aischa Hortale
Aline Muhana 
Cia Zahra Sharq
Dahab Chaim
Darah Hamad
Elaine al Nahid
Melinda James
Nilza Leão

Não deixe de ver os outros vídeos se ficou curioso, é só visitar o canal do Youtube do evento: http://www.youtube.com/user/ZahraSharq2012/videos?flow=grid&view=0

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Eventos: Night Mix Arabic Brasil


E no dia seguinte, os workshops:


&:



Não percam!!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Para onde vai o Mercado de Dança do Ventre - Por Jade el Jabel

Existe vida inteligente na Dança do Ventre! Estou apaixonada por essa maravilhosa artista, cada dia mais um pouquinho! Uma sobriedade linda de se ver (e ler) sobre um assunto que tenho pensado muito: "para onde vai e onde estamos enquanto mercado artístico?". Chegando ao final deste artigo quis muito poder dar um abraço em Jade el Jabel. Sabe aquela sensação gostosa de "vocês estão errados" ao lembrar das pessoas que reclamam do meio da Dança do Ventre? Existe sim, gente que pensa e muito sobre a dança, que está comprometida com sua evolução e ama o que faz. 
Leiam com atenção as palavras abaixo e inspirem-se. 

**** Texto retirado do seguinte endereço: http://www.bailarmagazine.com.br/pra-onde-vai-o-mercado-de-danca-do-ventre-no-brasil-e-no-mundo/

"Aí está uma pergunta cujas respostas estão se formando bem diante dos nossos olhos.

Antigamente, uma cantora, para ser “uma Madonna”, precisava de uma Grande Gravadora, hoje em dia, uma artista como a Madonna tem seu próprio selo, administrado por ela mesma, total liberdade, assim como administra sua carreira e escolhe os rumos que irá tomar. Assim também, é boa parte dos Artistas Plásticos da Atualidade, trabalham em casa, em pequenos Ateliers, em cooperativa com outros artistas da área e, muitas vezes, entregam o “produto”, diretamente na mão do consumidor, sem passar pelas Grandes Galerias que, no passado, eram imprescindíveis para o sucesso de sua carreira.

O Mercado de Dança do Ventre “Oficial” existe há, no máximo, 20 anos, é um bebê, comparado à música e às Artes Plásticas (não como arte, sim como mercado) e, como as outras artes, não passará toda a eternidade “Underground” como foi, durante quase todos estes anos. À medida que a Dança do Ventre move mais gente e, conseqüentemente, mais cifras, pouco a pouco, se insere no mercado de arte Global e não continuaremos onde estamos, neste “Lugar Especial”, separadamente das outras artes.

Alguns Produtores, munidos de boa vontade (e dinheiro, claro) globalizaram o Mercado – no Brasil, na Europa, no Egito – trazendo/levando/apresentando artistas de várias partes do mundo e, hoje em dia, pode-se dizer que “praticamente todo mundo se conhece”. Os grandes produtores foram fundamentais para este processo de “popularização” da Dança do Ventre.

E foram, também, incumbidas da função de informar ao público o que deveria ou não ser referência, tudo isto, sem muita consciência ou intenção.

Hoje, já não tem funcionado mais assim, já que alguma criatura incrível criou o Youtube e outra, mais incrível ainda, o Goolge e você pode, dentro da sua casa, escolher o que ver sem jamais ter visto a bailarina em um único “grande cartaz” e muitas vezes, sem querer “esbarra” com uma artista e, simplesmente, se apaixona.

Em seguida, à medida que os Festivais foram crescendo pelo mundo, a escolha dos artistas para estar em um evento era baseada no evento que este artista poderia vir a produzir em sua localidade (Estado, no Brasil, País, na Europa) e, a partir deste momento, a norma passou a ser “me leva que eu te trago”. Entretanto, esta “política” está ficando cada vez mais desgastada. Um dos comentários que tenho ouvido por aqui é “Muda o evento e o cartaz continua o mesmo” e, assim, algumas professoras e bailarinas que também produzem, acabam perdendo credibilidade no seguinte sentido: “Minha professora – mestra, predileta, ídolo, etc – não escolhe outras professoras baseada na qualidade e sim, em quem irá convidá-la para seu próximo evento”. Deu errado. É uma política que está muito perto do fim.

O contrário, aqui na Europa, funciona da seguinte maneira: As alunas/bailarinas que têm interesse em uma determinada bailarina/professora se organizam e contratam a bailarina para o “Job”. Muitas vezes o “Job” consiste em Workshops, Aulas Particulares e Shows. Quase sempre, trabalham para 80, 100 pessoas e não 800, 1000, como vinha acontecendo.

As redes sociais aproximaram os artistas do público, portanto, “qualquer um” hoje em dia, pode contatar um artista, diretamente, pedir um orçamento, fazer contas e descobrir, inclusive, que seu dinheiro estava sendo investido em sabe-se lá qual bolso, já que os artistas não estão acendendo charutos com notas de cem (ou estão?).

Como foi que algumas grandes gravadoras sobreviveram à nova ordem? Selecionando e pagando melhor os artistas e (esta é a melhor parte!): prestando mais atenção ao desejo dos consumidores de música. O que, penso eu, já está acontecendo, também, no Mercado de Dança do Ventre.

Eu produzo pequenos eventos no Brasil, sempre na casa dos 200 convidados, sempre lotados até a última cadeira e já convidei artistas que jamais me convidaram para nada (e convidaria novamente!) e o contrário também. Furei a fila do “Me leva que eu te trago”, e furei várias vezes! Pisei em boa parte dos maiores palcos do Mundo, sem ter, jamais feito uso de nenhuma estratégia política e/ou pago para dançar (que também é uma política em uso há muitos anos no Brasil e no Mundo) e este ano, ministrarei aulas no Ahlan Wa Sahlan no Cairo, onde tantas pessoas já haviam dito que “só funciona na politicagem”, fui convidada pela própria Mm. Raqia Hassan, estou em Turnê na Europa, 8 cidades, todas, sem exceção, produções pequenas, de artistas que admiram meu trabalho, furei a fila de novo, portanto, dá.

Entre os artistas que me contataram, houve também os contatos do tipo “Jade, estou muito interessada em seu Mercado, quero dizer, no seu Trabalho, se você me levar para o Brasil…” ao que eu respondi que sinto muito – não por não gostar do trabalho da menina, por outras três razões, a primeira, que eu não produzo eventos para bailarinas de fora da minha Companhia, a segunda, por não acreditar no formato e a terceira porque eu sempre soube que isso – também – iria passar.

Eu gosto muito de pensar por esta perspectiva, que as coisas passam, até porque não sou nada saudosista, nunca fui! Não tenho a menor saudade do Cinturão de Franjão de canutilhos, porque já usamos, já vimos, já passou. O início do mercado em São Paulo e o que fazíamos há 15, 18 anos era muito bonito e cheio de paixão, mas os anos não voltam e, sendo assim, melhor olhar para frente, como qualquer profissional e as bailarinas que, neste momento, estão “ralando” na frente do espelho – que é onde todas deveriam estar – é o que eu quero ver no palco nos próximos anos! Com ou sem cinturão, ou tradição, ou fusão, ou seja lá qual for o “ão” do ano.

E, quando chegar a hora de eu estar na platéia e não na coxia, eu prometo a vocês que não vou dizer “no meu tempo é que era bom” porque o meu tempo é agora, o seu também, e amanhã será nosso também, um outro tempo, outras formas e a única coisa que não muda nunca é que o mercado pertencerá a quem sempre pertenceu: Às grandes bailarinas de Dança do Ventre que fazem seu trabalho com amor e profissionalismo. Todo o resto é momento e o momento sempre passa.

Jade El Jabel
(de Bordeaux/França)
www.jadedancadoventre.com.br"

sábado, 17 de março de 2012

Dança do Ventre na TV

Esta semana teve Dança do Ventre num dos jornais locais daqui do Rio de Janeiro: o Balanço Geral apresentado pelo Wagner Montes. O estilo dele é meio polêmico, tem uns comentários inusitados, umas brincadeirinhas e um bordão que, acredito, resume seu estilo: "Escraaachaa!". É exótico, mas faz sucesso por aqui. Não sei a quem comparar, mas é mais feito pro povão mesmo e tem altos índices de audiência (ou já teve, não estou tão a par assim do programa).

Temi pelo conteúdo quando fiquei sabendo da notícia, mas me surpreendi ao ver o vídeo. Infelizmente não tem como anexar, então segue o link da página do programa disponível no portal R7: http://videos.r7.com/dancarinas-mostram-misterios-da-danca-do-ventre-no-balanco-geral-rj/idmedia/4f6237efe4b0f37377552333.html

As dançarinas são a Anna Carolina Motta, Cristal Aine e a Nadja el Balady. Gostei, sabe? Primeiro, porque são profissionais sérias da região, que batalham pela valorização da nossa arte. Muitas vezes, pelo que me parece, a Televisão, ou a mídia de massa, contrata qualquer uma que cobre menos e que mostre o máximo (se é que me entendem). Segundo, porque as bailarinas conseguiram administrar bem o Tribal com a Dança do Ventre. Achei de muitíssimo bom gosto não só a apresentação, mas também a ideia de colocar em cena as diferenças de um estilo pro outro com movimentação parecida no começo e depois um momento para cada estilo explorar suas movimentações mais características. As mais cri-cri podem até argumentar que não ficou claro as diferenças e o que mais der na telha, mas vamos ser realistas: o tempo do programa era X e nesse tempo X elas mandaram muito bem. Ainda bem, não é? Já chega de porcaria sendo veiculada por aí. Rolou um respeito inesperado, viu? Porque quem conhece o programa, sabe do que eu estou falando. Só não entendi muito bem de onde partiu a ideia de levar a dança para o programa, achei meio solto, não? Alguém sabe o motivo? E o que vocês acharam dessa participação no programa?

E a criancinha, Serena? Fofíssima!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Uma mesma bailarina, uma mesma música

A música é Setta Al Sobh e a bailarina é a Elis Pinheiro. Tomando como "certo" de que as duas apresentações foram improvisadas, achei interessante trazer uma mesma música, não interpretada por bailarinas(os) diferentes, mas sim pela mesma pessoa. Exatamente com a intenção de mostrar que mesmo quando dançada por uma única pessoa, a música pode ganhar contornos diversos, tendo em mente que existem vários fatores que contribuem para estas nuances. Enfim, mesmo se tratando do mesmo "ser", existe uma história de vida por trás de cada interpretação. Neste caso as apresentações têm um intervalo de tempo até curto: o primeiro vídeo é do final do ano passado e a segunda é de março de 2012.
*
São duas apresentações muito bonitas e a Elis se repete em alguns poucos momentos (faz os mesmos passos em ambas as apresentações), mas identifiquei mais mudança que repetição entre os dois vídeos, é só comparar - a entrada por exemplo é diferente, mesmo ela se valendo de um mesmo deslocamento. Acho legal verificar isso para vermos que uma mesma bailarina traduz a mesma música de diversas formas, enquanto que ao mesmo tempo se "repete" e segue uma linha também, o que estaria ligado ao estilo da bailarina. Eu particularmente tive dificuldade pra optar pelo que mais gostei, mas acho que fico com o primeiro, apesar de ter amado muitos momentos do segundo, e vocês?
A proposta desse post era só ficar na comparação da leitura musical de uma mesma bailarina ao dançar uma mesma música, mas não resisti em comparar com outra pessoa rs.
Que vocês acharam do David da Escandinávia? Eu gostei... Em alguns momento não, mas achei legal algumas propostas dele (é engraçado essa perna esticada dele no começo não?) e fiquei comparando as soluções que ele encontrou em alguns momentos musicais com a interpretação da Elis. Bem interessante, porque são estilos completamente distintos.
E agora David ou Elis? rsrs Dispenso essa solução, porque a própria Elis dança diferente de si mesma, mantendo a essência é claro, e o David é outraaaa interpretação, totalmente diferente. O sentimento, a conversa com o público e a música, a técnica, enfim. Na verdade não acho que é uma questão de escolha, até porque gostei dos dois rs. Mas e vocês?

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Primeiros Passos de Munira Magharib

Outra bailarina sensacional para nossa série de entrevistas! Munira Magharib teve contato com a música e a dança árabe desde pequena, através de sua mãe, mas em 1991/1992 se aperfeiçoou tecnicamente com Fátima Fontes na dança do ventre. No ano seguinte, em 1993, ela passa a integrar o grupo de bailarinas da casa de chá egípcia Khan el Khalili, onde dança até hoje. Você pode assistir a Munira, inclusive, em vários DVDs da casa. Em dezembro do ano passado, ela completou 20 anos de carreira! Essa mulher é um show. Gosto muito mesmo!! Divas são eternas, né gente? Assisto os vídeos dela e fico encantada com a vitalidade, delicadeza e sentimento que ela possui. Uma vez vi alguém diferenciar as bailarinas que nos encantam das que nos emocionam. Eu me emociono com a Munira. Já cheguei a lacrimejar vendo ela interpretar um taksim de tão lindo que era, sério mesmo. Munira dança lindamente as músicas clássicas, com braços magníficos e uma leitura tradicional muito rica, além de possuir uma alegria de viver no folclore. Ah, não podemos nos esquecer de seus cambreés fantásticos (morram de inveja). Sua apresentação na Super Noites no Harém 3 com Aysha Almeé de percussão afro é de ficar babando, nunca me esqueço. Vamos conhecer mais sobre sua história? Com vocês, Munira!
Porque você começou a dançar a dança do ventre?
Desde bem pequena sou apaixonada por música árabe. Em casa, tínhamos um disco chamado “Port Said” que eu ouvia, cantava e dançava suas músicas sem parar, e minha mãe me ensinava alguns movimentos de braços e passos árabes. Aos 8 anos, fui assistir pela primeira vez a um show árabe na Casa de Chá Khan El Khalili e fiquei deslumbrada, sonhando em ser uma bailarina. Na minha adolescência, já dançava em festinhas de família, mas só aos 17 anos pude me aprimorar tecnicamente. Aos 18 anos, entrei como bailarina da Khan El Khalili.
Como foram as primeiras aulas?
Minhas primeiras aulas foram com a bailarina Fátima Fontes. Eram aulas particulares de dança. Na época, não havia essa variedade de passos como atualmente. Aprendi os oitos, alguns camelos, batidas e tremidos. Estudava bastante os vídeos da Fifi Abdo, Amani, Asa Sharif e Samara. Aprendi muito na prática; dançando, fazendo show e observando as bailarinas mais experientes.
Quais eram as suas dificuldades e como você as superou?
A minha maior dificuldade era dançar música lenta, porque quando era mais nova era muito agitada. Com o tempo, acho que também com mais maturidade, aprendi a ser mais calma. Para superar essa dificuldade, comecei a escolher músicas que tinham uma parte lenta para me obrigar a estudar. Hoje, amo dançar lento. Consigo me entregar nesse momento. É uma das partes preferidas da música para mim. Agora, sempre escolho músicas que me desafiam, que têm partes que acho difíceis. Isso é ótimo para você crescer como bailarina.
Uma história peculiar sua com a dança do ventre.
Um dos meus primeiros shows foi em um antigo restaurante chamado “Porta Aberta”, muito tradicional em show árabe. Já estava pronta desde as 22:00 e fiquei esperando para entrar, com um frio na barriga porque era com música ao vivo e eu não estava acostumada. Bom, entrei mais ou menos às 2 e meia da manhã e dancei mais de 1 hora e meia sem parar, porque tinham mais músicos naquele dia e eles ficavam revezando o teclado, o derback, até o cantor, porque tinha convidado de fora naquele dia. Quando acabou e entrei no camarim, eu parecia que tinha saído da piscina: o cabelo molhado, o delineador e rímel no meio do rosto. Eu costumava dançar umas 3 ou 4 músicas seguidas, no máximo. Como eu era inexperiente, não falei nada durante o show, então os músicos achavam que eu estava adorando e continuaram tocando. Depois, eu me acostumei a trabalhar com música ao vivo e me lembro dessa época com muito carinho.
Um recado para quem está começando ou continua estudando.
Estudar é muito importante para o seu crescimento como bailarina. Não se pode parar de aprender nunca. Claro que não podemos perder de vista os passos que caracterizam a dança do ventre, senão a dança perde a sua essência. Mesmo que você consiga fazer passos mirabolantes, não se esqueça dos oitos, dos camelos, da sinuosidade dos braços, das batidas laterais e dos básicos egípcios. Lembre-se o que a dança do ventre representa ou significa. Assista suas apresentações com um olhar objetivo; veja o que pode melhorar e quais vícios adquiriu. E não importa quanto tempo já dance: você pode melhorar sempre!
Beijinho carinhoso a todas, Munira Magharib.
*
Que lindo não é? Perceberam que a Munira também tinha o mesmo probleminha (rs) da Suellem de hiperatividade? Adorei a história do show árabe também, fiquei imaginando a cena! Coitada. Vamos ver o Antes e Depois da Munira.
Antes (2005/2006)
Depois(2011)
Me permito colocar mais esse vídeo, porque é muito lindo!
Quem quiser conhecer mais, acesse o site da Munira: www.munira.com.br

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Primeiros Passos de Jade el Jabel


Gente, é emoção PURA! Nossa entrevista de hoje é com uma Mulher (com "M" maiúsculo) de difícil apresentação! Ela já fez tanta coisa nesta vida e é uma figura tão admirável, que é difícil apresentá-la em poucas linhas. Jade nasceu artista! Antes do seu encontro com a Dança do Ventre, estudou música, literatura e outras formas de dança. Em 1991 surge então a Dança do Ventre no seu caminho, na casa de chá egípcia Khan el Khalili. Hoje é uma das grandes bailarinas desta mesma casa onde iniciou seus estudos. Sua primeira professora foi Layla. Em paralelo a Dança Oriental, Jade estudou Ballet Clássico e Moderno, além de ter aulas de língua árabe (o que prossegue até hoje). Jade desenha, esculpe, escreve, produz eventos.. tanta coisa que fica difícil enumerar. Em 2007, em parceria com Tony Mouzayek lançou seu primeiro DVD didáticoJade El Jabel – Interpretando Om Kalsoum”. Jade participou até de documentário sobre a Dança do Ventre na França. Leiam, leiam e leiam de novo a entrevista abaixo!! Existem mensagens muito boas nela, coisas que só podemos ver em alguém com maturidade, experiência, ética e amor ao que faz. Aproveitem, pois com vocês: Jade el Jabel!!
Porque você começou a dançar a dança do ventre?
Como é comum a muitos artistas, foi meio sem-querer. Eu demorei muito pra querer ser bailarina e, somente depois de 15 anos de profissão foi que decidi – por falta de tempo pra fazer as outras coisas, apenas! – “viver” de Dança do Ventre. Uma amiga de uma amiga, num jantar, comentou “Jade, fui num lugar q achei a sua cara! Tem Dança do Ventre!!!" – com muitos pontos de exclamação, já q era 1991 e isso era uma coisa da qual pouca gente havia ouvido falar – e eles têm aula” e me deu um cartão da Khan El Khalili. Fui fazer aula pra experimentar, me apaixonei pela professora, pela música e pela língua! Daí, como tinha meia dúzia de bailarinas no Brasil, funcionava assim: Se você tivesse figurinos, cabelo comprido, um corpo “em ordem” e soubesse fazer meia dúzia de passos mais, claro, um pouco de cara de pau, começava a trabalhar... Eu, inclusive, não queria, não... Tinha preconceito, porque eu me julgava “muito intelectual para trabalhar com o corpo”, mas minha Grande Mestra Layla me disse: “Você quem sabe... você pode fazer agora ou virar a ‘rainha do baile da terceira idade’ mas a dança tá em você e você não vai ter por onde fugir!”. O resto da história é esta que vocês têm acompanhado.
Como foram as primeiras aulas?
Sinceramente? Me lembro de ter achado tudo muito gostoso e fácil de fazer – doce ilusão de Iniciante!. Me lembro de tudo! Do perfume da Layla, do modo como ela se despia com naturalidade na nossa frente, como era possível ser linda aos 38, 39 anos (a idade dela na época), de como era lindo e bom ser mulher, ruiva, tatuada e sem filhos depois dos 30 (“coisa” na qual me transformei também), lembro-me da primeira música que ouvi (“We eh, Yani” do Amr Diab), do cheiro da Khan el Khalili... Mas, sequer passava pela minha cabeça “ser bailarina”, eu queria aprender a dançar e dançar muito bem! Foi instinto, intuição...
Quais eram as suas dificuldades e como você as superou?
A primeira profissão que me interessou na vida foi de “Chacrete” (RS...) eu nunca tive vergonha de aparecer, estive minha vida inteira envolvida com arte e artistas, minha família é cheia de violeiros (somos do Interior do Paraná) e o mundo dos adultos nunca foi proibido pra mim, trabalho desde os 12 anos, não tive tempo, nem oportunidade de ter medo de me expressar, estudei música, me apresentei (cantando!) em festivais e continuo cantando nas “festinhas de família”. Venho de uma família de homens (muitos homens...) e ser mulher sempre foi um valor, uso batom e salto alto desde que comecei a andar, meu pai achava lindo, etc. Então “demonstrar feminilidade” e coisas afins nunca foi tabu pra mim... As dificuldades que tive vieram no início da minha carreira. Em aula, nunca, porque eu tive a melhor professora do mundo e ela, simplesmente, não permitia q isso acontecesse, sabe? Era um outro tempo, uma outra dança, era tudo muito mais intuitivo, e coisas mais “complicadas” como, por exemplo, as vindas do ballet, não somente não eram comuns, como meio que “pegava mal” usar... Era “isso não é dança do ventre!”, diferente de hoje que, gostando ou não, tem q saber. Difícil foi lidar com a vaidade, fofoca, ciúmes, falsidades, etc, etc, etc... porque estas coisas não faziam parte do meu mundo e não falo das coisas só nos outros, não! Falo das coisas em mim! Me decepcionei demais comigo mesma e com as pessoas, ter gente que “mal conheço” achando isso ou aquilo a meu respeito, isso foi muito dolorido. Hoje em dia, 20 anos depois, claro que não! Já tenho antídotos, defesas e, principalmente, muito senso de humor pra lidar com isso. Dificuldades técnicas? TODAS! E ainda tenho, cada hora é uma coisa que tem que melhorar ou resgatar ou segurar...
Uma história peculiar sua com a dança do ventre.
A Dança do Ventre nunca foi pra mim uma coisa “terapêutica” ou “curativa”, sabe? Muito pelo contrário! Foi essa dança e suas peculiaridades que me mandaram pra terapia e não o contrário! Porque lidar com gente, com fama, etc, dá o maior trabalho! Eu sou uma máquina de trabalhar, sempre fui. Com tudo que trabalhei (e como trabalhei!!!) antes e durante minha carreira de Bailarina. Eu administro Dança do Ventre como administraria Odontologia, caso eu fosse dentista. É preciso aprender com quem tem mais experiência do que eu e, ao mesmo tempo, estar de olho em tendências, na direção que a Dança tem no mundo, então eu faço o que tem que ser feito: Estudo todos os dias, amo o que faço (e não “faço o que amo” que é bem diferente!) e faço questão absoluta de ser competente, muito competente, inclusive, como um modo de “compensar” o fato de não ser, nem nunca ter sido uma moça boazinha que faz o que as pessoas esperam de mim. A meta a ser quebrada é a minha, a maior concorrência, eu, os erros e acertos da minha carreira, meus. Então é isso: Competência, seriedade, profissionalismo e, sim, podemos dizer que é uma história “peculiar”, já que boa parte das bailarinas que conhecemos diz que faz e deixa de fazer isso ou aquilo , assim ou assado ou deixam de fazê-los porque o mercado ou sabe-se Deus quem “exige”. Mentira. De acordo com as prostitutas, ou boa parte delas “Qualquer mulher na sua situação também se prostituiria”. Mentira. A pessoa, simplesmente está ou não à venda, todo e qualquer tipo de “venda”. Eu? Não, obrigada!


Um recado para quem está começando ou continua estudando.
Estude, estude, estude, estude... Não escolha nada de acordo com o que está na moda porque a moda passa. Acredite no que você gosta, não se abandone, não desista, não saia da frente do espelho, não perca seu tempo vendo bizarrices no YouTube, não tente entrar no mercado “pela portinha dos fundos”... não existe “esquema” nenhum e os que existem não prestam, o preço é muito alto e não precisa. Comporte-se, tenha classe, elegância, sempre, deixe seus pais orgulhosos de você, alongue-se, cuide da pele, do cabelo, do corpo, alimente-se e durma bem, o melhor possível. Sinta por você o que você espera que o público sinta! Acredite: DÁ, SIM!!!
Muito obrigada! Com amor e Com Deus! Jade El Jabel.
*
Visitem o site da Jade que é um arraso de lindo e saibam mais sobre esta artista do nosso país: www.jadedancadoventre.com.br

O antes e depois de Jade el Jabel
(Não sabemos a data)
2011
Para conhecer mais, o documentário que Jade el Jabel participou. Aproveitem.

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