sábado, 27 de agosto de 2011

Primeiros Passos de Saida


Continuamos a nossa série de entrevistas com a musa inspiradora desta ideia: a dançarina argentina Saida!

Já falamos desta dançarina encantadora aqui, Saida é considerada uma das estrelas internacionais da dança do ventre e claaaro, ela já foi uma iniciante um dia! Hoje o seu sucesso é resultado, não só de talento, mas também de empenho e simpatia!

Obrigada Saida, de coração, por compartilhar conosco suas primeiras impressões da dança do ventre em sua vida!


Porque você começou a dançar a dança do ventre?
Eu aprendia ballet clássico desde pequena, ainda que minha família fosse árabe e em casa sempre a música e os costumes estivessem presentes, nunca me inclinei por esta dança, até o dia que vi dois artistas que marcaram meu destino: Amir Thaleb (meu grande mestre e amigo) e a Beduina Sarat. Conheci ambos aos meus 18 anos. Desde então escolhi a dança do ventre como minha verdadeira vocação e grande paixão.


Como foram as primeiras aulas?
Minha primeira aula foi na casa do Amir (Thaleb). Fui sem saber o que iria encontrar, lembro que assisti vestida com minha roupa de ballet (meias e torso, e sapatilhas de meia-ponta!) foi gracioso e estranho ver minhas companheiras com saias, bustiês e lenços de quadril como odaliscas!! Imediatamente me apaixonei pela aula, pela dança oriental, de tudo!


Quais eram as suas dificuldades e como você as superou?
Não lembro de dificuldades... Gostava tanto que ao voltar para casa, passava tudo que tinha aprendido no dia e só pensava em voltar a minha próxima aula!


Uma história peculiar sua com a dança do ventre:
Minha primeira viagem internacional ao México, uma experiência inesquecível, minha primeira viagem sozinha. Depois viajei aos Estados Unidos, Rússia, cada lugar, cada cenáro, cada workshop, cada país, cada cidade, guardo as melhores recordações. Esta dança e profissão me deram e continuam me dando a possibilidade de conhecer gente maravilhosa de todos os continentes unidos pela mesma paixão: a dança oriental!


Um recado para quem está começando ou continua estudando.
Meu conselho é que sempre tenham claramente sua meta. Se desejam fazer por diversão, hobby, profissionalmente... Enfim! E que logo se aperfeiçoem e estudem muito, que se dediquem com verdadeira paixão. Devem ser responsáveis, respeitosas com a cultura, se informar, estudar, não ser alguém que só improvisa. Se se dedicarem a ensinar, que estejam o suficientemente preparadas para fazê-lo! Que amem o que fazem, que sejam bondosas com suas alunas, que possam dar e receber delas. Se só serão bailarinas, que não importe o físico, nem a beleza, que possam transmitir arte aos demais e deixar algo bom nos corações das pessoas!

Saida em 1999:


Saida em 2011, depois de ter sua primeira filha, Amani:



E um dos mais recentes que encontrei de solo de derbake dela, que mais gosto da Saida: toda cheia de pose!



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Tradução: Kermal 3younak

Tradução da música Kermal 3yonak do Wael Kfoury a pedido da Rafaela Silva.
OBS: Kermal 3oynak na verdade é uma expressão idiomática, seria o nosso equivalente a "Pelo Amor de Deus", ainda que a tradução literal seja "Pelo Bem dos Seus Olhos".


Kermal 3oynak - Pelo Bem de Seus Olhos

Pelo bem dos seus olhos
Houve um tempo que nunca chorei
Mas a dor do amor me fez chorar
Você esqueceu seu amado, como ele era
Esqueceu em apenas um segundo

Você me deixou e não me procurou mais
Você não deixou um eco atrás de você
Quem começou isso e o que mudou minha vida?

Por que você diz que seu amor era louco?
Pelo bem dos seus olhos (pelo amor de Deus)
Eu te daria meus olhos (eu te daria tudo)
Seus olhos me tomaram e como eles me prometeram
No mundo nada mais havia a não ser eu e você
O que mudou minha vida?

Eu nunca desejei o fogo
Eu quero te tirar do meu coração e da minha cabeça
O fogo está me atravessando
E causando remorso pelo amor que fora precioso

Letra:

Ma b3oumri bkit ya zaman
Jar7 il Hawa eli bakani
Nsiti 7abibik yali kan
yi7ibik 3ala 3adad il sawani
rou7ti we ma s2alti 7adaaaaaaaaaaaaaa
ma trakti ba3dik sadahhhh
min eli fina btada, we chou tghayar ya 7ayatiiiiiiiiiiiiii
2x
chou kinti t2oli, 7obak majnouniiiiiiii,
kermal 3younak ba3tik 3yoniiiiiiiiiii
3younik akhadouni w yama wa3adouni
3ala diniye ma fiha 7ada ghayr inti we ana
we chou tghayar ya 7ayati anaaaa
2x
Ma b3oumri tmanayt il nar
Chilak min albi we min bali
We ysiir fiya eli sarrr
We indam 3al 7ob el ghali
rou7ti we ma s2alti 7adaaaaaaaaaaaaaa
ma trakti ba3dik sadahhhh
min yali fina btada, we chou tghayar ya 7ayatiiiiiiiiiiiiii
2x
chou kinti t2oli, 7obak majnouni,
kermal 3younak ba3tik 3yoniiiiiiiiiii
3younik akhadouni w yama wa3adouni
3ala diniye ma fiha 7ada ghayr inti we ana
we chou tghayar ya 7ayati anaaaa

sábado, 20 de agosto de 2011

Project Belly Dance - um Reality Show


Project Belly Dance foi um Reality Show que ocorreu no início deste ano nos Estados Unidos. Segundo os próprios produtores, é uma mistura de "So You Think You Can Dance" e "America's Next Top Model". A vencedora ganhou uma turnê pela Europa e pelo Oriente Médio, com todas as despesas paga, pôde dar e ter aulas com artistas famosos do Egito e da Turquia, além de ter recebido um bom prêmio em dinheiro para alavancar sua carreira e um DVD didático em seu nome. O programa está dividido em 4 episódios, todos disponíveis no site oficial: Top Belly Dancer.

Tenho uma quedinha por reality shows temáticos! Nunca assisto todos os episódios, mas são legais porque sempre têm dicas bacanas e interesses sobre a área em questão. Você pode aprender mais sobre música, sobre moda, sobre dança...Eu que sou uma pessoa curiosa acabo sendo atraída.


Considero a criatividade uma característica marcante das americanas, então, vale a pena assistir para observar, aprender e se inspirar. Conhecimento nunca é demais. Claro, tem algum drama e "coisas de divas", mas é um reality show! As pessoas estavam competindo e o prêmio, como puderam perceber, não era pouca coisa. Aliás, as seis últimas finalistas também participaram de um DVD didático sob produção da Cheeky Girls Production, produtora responsável pelo programa e por diversos DVDs especializados em dança do ventre.

Não pude rastrear todas, mas as participantes "sobreviveram" ao programa e, pelo que notei, fazem sucesso. Isso inclui as não finalistas, como no caso de Kasia, que no momento faz parte do grupo "Belly Dance Evolution" criado pela Jillina.


No reality aparecem as angústias e os sonhos de mulheres e dançarinas. Quem decidiu a vencedora foi o próprio público através do voto via internet. É um programa feito para a "comunidade" belly dancer que toca em vários assuntos como workshops, a inserção do balé na dança do ventre, montagem de coreografia, entre outros, mas que provavelmente atingiu leigos interessados (tendo em vista que está disponível na internet) e de algum modo promove e divulga mais a dança do ventre.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Primeiros Passos de Hanna Aisha

A estréia da nossa série é com a bailarina Hanna Aisha!
A carioca Hanna Aisha está em contato com a dança do ventre desde 2000 e teve como primeira professora Shaira Sayaad. Atualmente é uma profissional da área: ministra aulas e workshops, participa de shows e, inclusive, organiza eventos. Já ganhou diversos concursos de dança no Brasil e uma boa colocação (3º lugar) no Mercado Persa 2006, um dos mais conceituados eventos de dança árabe no Brasil. Também ganhou vários prêmios com suas alunas. Possui o selo de excelência Oriente, Encanto e Magia, bem como o selo de qualidade Nabak. Além disso, participa ativamente dos blogs de dança do ventre contribuindo com sua opinião (incluindo este que vos fala) e também possui um blog próprio.

Vamos à entrevista? Eu, particularmente, adorei as respostas, achei que contém um carinho muito bacana de se ler. Espero que aproveitem e gostem tanto quanto eu.

Porque você começou a dançar a dança do ventre?

Eu tinha 18 anos e estava atrás de alguma atividade mais dinâmica (eu fazia futsal na época e tinha feito natação por muitos anos) e desde pequena eu queria ser uma daquelas bailarinas que dançavam com a Madonna, participavam de filmes musicais como Footloose, sabe? Nunca tinha feito balé e nem jazz e me achava velha para isso (fui descobrir o balé adulto há alguns anos atrás, porque eu desconhecia). Daí fui atrás de Dança Espanhola já que sou bisneta de espanhol e falava a língua. Em uma das academias que eu estava procurando, a menina me ofereceu as aulas de Dança do ventre e acabei indo dar uma olhada. Olhei poucos segundos através da porta, nem cheguei a fazer aula experimental. A Shaira Sayaad (foi minha professora por 7 anos, quem me profissionalizou) estava ensinando mãozinhas e achei aquilo curioso, até porque minha única referência em DV era Shakira no Faustão. Comecei as aulas na semana seguinte e não saí mais.
Como foram as primeiras aulas?
Até os primeiros seis meses, as aulas foram muito interessantes porque absolutamente tudo era novidade. Eu me pegava fazendo os movimentos no ônibus, treinava muito em casa, comecei a gravar fitas cassete para ficar ouvindo... depois comecei a levar muito a sério. Não porque eu pensava em profissionalização mas eu evitava faltar às aulas, ensaiava e estudava muito. Tudo que eu podia ler, ouvir e conseguir sobre DV, eu fazia e estava ficando cada vez mais envolvida. Quando eu fiz em torno de um ano de dança, a Shaira fez uma festa de alunas bem legal e aquela festa foi um marco. Meio que oficializei minha permanência na Dança e foi quando escolhi meu nome artístico (Hanna Aisha). Shaira passou a levar a mim e as minhas amigas de turma para dançar em restaurante, festa particular, festa beneficente... A partir de 2002, passamos a frequentar o Mercado Persa em SP e em 2003, ela traz o Mercado Persa para cá. Acho que não só ela, mas nós devemos muito a essa oportunidade. Pois foi com esse evento que passamos a levar tudo com muita seriedade dentro da Dança e a nos reconhecermos como um grupo.

Quais eram as suas dificuldades e como você as superou?
O shimmie quase me fez largar a DV. Cheguei a cogitar a possibilidade quando estava começando (tinha menos de um ano). Eu chegava chorando em casa e minha mãe via aquilo e não entendia, até o dia que ameacei sair de verdade e ela impediu. A partir daí, criei um bloqueio muito sério que me atrapalhou por anos a fio. Eu já havia profissionalizado até que decidi ir trabalhando minha cabeça e não desistindo de tentar. Comecei treinando todos os dias, uns minutos em frente ao espelho, ao acordar como conselho de uma bailarinas. Fiz work, fui buscar aula e aprendi shimmie de varias maneiras. Quando comecei a perceber alguma evolução em mim mesma e receber observações das minhas amigas, fui relaxando e com isso, o movimento foi aparecendo. Até hoje, eu ainda não me considero satisfeita com meu shimmie, mas certamente, o bloqueio foi embora.

Uma história peculiar sua com a dança do ventre

Histórias peculiares aconteceram de montão... Mas alguma história peculiar, associada à minha história de vida, eu não lembro agora. Talvez o que a DV tenha mudado bastante foi minha feminilidade. Eu não usava dourado, quase nunca usava saia, vestido e fazia muito pouco minhas unhas e não me maquiava. Digamos que o trabalho “educacional” da Shaira influenciou muito minha maneira de me arrumar agora, minha irmã, que sempre foi vaidosa, quem mais percebeu a diferença. Mas ainda mantenho meu jeito de moleque-bióloga-rockeira.

Um recado para quem está começando ou continua estudando.

Não começar a DV pensando em profissionalização. Armadilha pura. Procure extrair da Dança do Ventre o que há de melhor nela: as amizades, o auto-conhecimento corporal e emocional, além de superação pessoal. Isso é permanente, sua possível carreira não.

Quer ver a dança da Hanna Aisha como mudou?


Em 2006, em uma das últimas apresentações de sua primeira escola.
E como dançarina profissional:
Em um vídeo mais atual, 2010 na Festa de fim de ano da Escola Kelimaski
*
Aguardem as próximas entrevistas!

sábado, 13 de agosto de 2011

At Night They Dance: As Noites do Cairo


O documentário canadense At Night They Dance está dando o que falar. E não é à toa: o filme de Isabelle Lavigne e Stéphane Thibault nos leva para dentro do fascinante e obscuro mundo das dançarinas do ventre do Egito.


Originalmente publicado em Hour Community

Esta é Reda, a matriarca de uma família de dançarinas do ventre

Cairo, a capital do Egito, é a maior cidade do continente africano e umas das mais populosas do mundo inteiro. Todos os conflitos políticos, religiosos e culturais convergem neste epicentro, que talvez tenha sido melhor definido pelos protestos que ocorreram em Tahrir Square este ano. Filmado antes da revolução egípcia, At Night They Dance, o premiado documentário dos cineastas Isabelle Lavigne e Stéphane Thibault, oferece um olhar diferente sobre o Cairo, centrando-se nas beldades egípcias que dançam por dinheiro, quando a noite cai.

Lavigne foi a primeira a ser sugada pelo ritmo hipnotizante do Cairo, quando ela e seu marido, Thibault, visitaram a cidade num feriado há cinco ou seis anos atrás. "Eu me apaixonei pelo Cairo, pelas pessoas", conta a cineasta. "Estávamos de férias no Egito há dois meses e decidimos ficar mais algumas semanas, que se tornaram mais algumas semanas, depois alguns meses e quando nos demos conta, já eram três anos."

Enquanto estava por lá, Lavigne ficou imersa na cultura local, aprendendo a falar árabe e a dançar. Ao passar tanto tempo com o povo do Cairo, Lavigne ficou fascinada com as mulheres que viu dançando nos cabarés e eventos sociais. Ela então dividiu suas observações com Thibault. "Eu conversei com Stéphane sobre o paradoxo das dançarinas de Dança do Ventre na sociedade egípcia. Elas são amadas e adoradas, mas são também desprezadas por suas práticas consideradas vergonhosas e pecaminosas."

Reda

É fácil perceber porque o filme está sendo tão elogiado. Em At Night They Dance, o espectador é levado a uma comunidade do Cairo e deixado lá para compreendê-la sozinho. Essa comunidade é onde vive Reda, mãe de sete filhos, com mais um a caminho. A família de Reda é formada por dançarinas de Dança do Ventre, uma tradição cada vez mais rara entre entre as famílias em razão da corrupção do ofício por lá, que vai desde o uso de drogas à prostituição.

"Nós não queríamos nos aprofundar no lado negro dessa atividade e, depois de quatro meses pesquisando famílias, pensamos que poderíamos não fazer o filme," diz Lavigne. "Então encontramos Reda e sua família e, na mesma hora, vimos quão carismática ela era, quão forte ela era. Eles nos lembraram os personagens do dramaturgo Michel Tremblay, sempre da classe trabalhadora, mulheres espirituosas."

Reda é uma personagem fantástica. Num momento, condena o comportamento dos filhos e, num outro, os defende veementemente. "Eu sempre a amei, desde o primeiro dia," declara Lavigne, com carinho. "Eu amo sua energia, sua complexidade. Ela é linda."

Mesmo linda, o que não falta é drama na casa de Reda, e ninguém de sua família parece estar nem um pouco tímido com a câmera que invade suas vidas. "O senso de intimidade deles é muito diferente do nosso," explica Lavigne, citando como exemplo vizinhos que sempre olhavam pelas janelas. "A câmera era apenas como uma outra pessoa entre eles."

Essa outra pessoa capta uma dicotomia que muitas vezes é bastante evasiva num filme. "Espera-se sempre que as mulheres sejam humildes e reservadas," diz Lavigne sobre um sentimento que conhece há algum tempo. "Então, você se depara com essas mulheres, numa sociedade tradicional, que têm essa força. Todas nós temos isso escondido lá dentro - o que esperam de nós e o que realmente somos."

Com toda essa pressão todos os dias, não é de se admirar que dancem a noite toda.

Primeiros Passos de uma Dançarina do Ventre


Você reconhece esta dançarina?
É a Saida dançando Shakira lá pelos idos de 1999!
Ela de novo aqui abaixo:
No começo tem uma entrevista com algumas cenas dela dançando e mais ao final tem uma apresentação de dança.
Saida ingressou na dança do ventre em 1991, logo, já tinha se passado 8 anos desde que ela um dia foi iniciante. De qualquer forma é um vídeo antigo, certo? De 1999 pra cá já são 12 anos. Já há um pouco da Saida de hoje, mas também tem umas coisas diferentes. Achei legal poder ter acesso a essa evolução de uma bailarina hoje já famosa.
Pois bem, você já sentiu vontade de ver, ou saber, alguma coisa daquela bailarina que você gosta, quando ela ainda estava dando os seus primeiros passos? Não seria legal perceber que toda bailarina tem um início e que você não está sozinha no mundo com suas peculiaridades de iniciante?
Este post é só uma pequena apresentação da nossa série Primeiros Passos! Postaremos em breve as primeiras experiências de dançarinas que já possuem uma carreira estabelecida no meio: como pensavam, como se viam, como sentiam a dança do ventre quando iniciantes!

Aguardem!

domingo, 7 de agosto de 2011

Tarot Fantasy Bellydance


Durante muito tempo, tive receio de comentar sobre a minha paixão pelo Tarô com as pessoas. A maioria remete o assunto diretamente a ciganas-que-trazem-seu-amor-de-volta-em-sete-dias, simpatias, macumbas e afins.

Não é à toa também. Afinal, o que tem de gente se aproveitando da fé e do desespero das pessoas por aí... O assunto rende. E nessas horas fica até difícil tentar explicar que um jogo como o tarô traz muito mais do que apenas uma singela previsão do futuro feita por uma mulher com cara de trapaceira, atrás de uma bola de cristal. Quem curte o assunto, como eu, acredita que o tarô deveria ser sim objeto de estudo sério.

Sempre que conto às pessoas sobre o tarô, explico que o jogo não prevê simplesmente o futuro. É mais do que isso: é um jogo de auto-conhecimento, no qual os arquétipos (basicamente modelos de todas as coisas existentes, de comportamento humano, imagens presentes no inconsciente coletivo, como a mãe, o pai, o herói, o vilão, o louco, etc), retratados nas cartas, evocam emoções, pensamentos, sensações que até então se encontravam apenas no nosso inconsciente. É através dessa catarse que se promove uma discussão e reflexão sobre os assuntos relatados pelo consulente.

Até aqui, acho que já deu para perceber que é um assunto longo, que dá muito pano para manga. E olha que eu só estava tentando encontrar uma definição para o que eu acredito ser tarô (se você tem interesse, dê uma olhada no Clube do Tarô, um site super bacana para quem busca se aprofundar mais no assunto). Toda essa introdução tem um motivo.

Tenho quase que um "projeto de vida" (já que vai levar muito tempo) de criar minhas próprias cartas de tarô (podem rir, hehehe). Dia desses, enquanto me deliciava com os mais variados baralhos que encontrava com ajuda do Google, me ocorreu uma ideia: "alguém já deve ter feito um baralho de tarô baseado na dança do ventre". Infelizmente, não encontrei nada que pudesse considerar um baralho, mas ao invés disso, me deparei com os vídeos de um DVD interessantíssimo: Tarot Fantasy Bellydance.

A maioria aqui já deve conhecer há tempos. Trata-se de uma coleção de 20 performances de dança do ventre da companhia americana World Dance New York, que exploram o simbolismo e as ideias arquetípicas associadas ao tarô.

A ideia é muito boa mas confesso que, num primeiro momento, fiquei um pouco decepcionada com a representação dos arquétipos. Eu simplesmente não conseguia sentir aquela atmosfera que as cartas de tarô costumam evocar em mim (talvez eu estivesse esperando demais). A única que me chamou a atenção, a princípio, foi A Justiça. Mas depois, vendo com mais cuidado e lendo algumas descrições sobre o DVD, percebi que fizeram mais do que retratar as cartas tradicionais. Simplesmente não se prenderam a elas e sim aos arquétipos, buscando em mitos e crenças a base para a encenação de cada performance. Os próprios baralhos de tarô mais modernos seguem essa tendência. E são um espetáculo :)

Quase todas os arcanos maiores do tarô foram representados, ficando de fora apenas as lâminas A Força e O Carro. A seguir, uma breve descrição da imagem arquetípica das lâminas O Mago e A Justiça e sua representação no DVD Tarot Fantasy Bellydance. Espero que gostem!

O Mago

Arcano símbolo da atividade originária e do poder criador existente no homem, da relação entre o esforço pessoal e a realidade espiritual. Domínio, poder, auto-realização, capacidade, impulso criador, atenção, concentração sem esforço e espontaneidade são ideias comumente relacionadas à figura do Mago.

A perfomance das dançarinas Neon e Blanca mostra o lado obscuro do herói que se liberta e assume o controle de sua personalidade.






A Justiça

Representa o equilíbrio, a ordem, a capacidade de julgamento. É o símbolo da balança que rege a justiça e a harmonia.

A dançarina Irina Akulenko conseguiu transmitir toda a atmosfera deste arcano, na minha opinião. Toda vez que assito a este vídeo, tenho a impressão de que uma das minhas cartas de tarô ganhou vida e saiu dançando! A dança com espada caiu como uma luva, uma vez que o arquétipo da Justiça é geralmente representado como uma mulher sentada num trono, empunhando uma espada numa mão e uma balança na outra. Aqui, espada e balança fundem-se em um único objeto, servindo tanto para a luta (em estilo samurai) como para representar o equilíbrio.



A seguir, um vídeo com trechos das várias perfomances do DVD. Vale a pena assistir e descobrir que Tarô é muito mais do que "esquisoterismo" (como diz minha irmã).


Fonte: World Dance New York
Clube do Tarô

sábado, 6 de agosto de 2011

Situações infames da dança do ventre

Olá, sou a Lívia e este é meu primeiro post. Estou muito honrada de ter sido convidada pela Celia, pois sei o quanto ela é cuidadosa com seu site e as informações que passamos sobre a dança árabe. Aliás, a própria Celia foi quem acabou me arrastando, sem esta pretensão, para o mundo desta dança especial exatamente por causa da sua seriedade com a dança.

No meu primeiro post vou colocar um vídeo que assisti ao conhecer o xtranormal. O xtranormal é um site que permite você fazer pequenos filmes com desenhos 3D sobre o tema que desejar. Existem vários vídeos sarcásticos, falando do “pseudo profissionalismo” em algumas áreas, como a fotografia e a dança. Neste caso trouxe um sobre dança do ventre. É engraçadinho e toca em vários assuntos. Está em inglês, então abaixo eu coloquei uma traduçãozinha bem básica para as pessoas acompanharem as bonequinhas e ler o que elas dizem, caso não entendam.

Garota: Eu realmente gosto de assistir você dançando dança do ventre.

"Dançarina": Obrigada!

Garota: Você é uma dançarina profissional?

"Dançarina": Claro, eu sou uma dançarina profissional de dança do ventre!

Garota: Onde você aprendeu a dança do ventre?

"Dançarina": (fazendo uma dança louca) Eu tive aulas na minha academia e minha professora (não entendi muito bem, mas eu acho que ela diz o nome da professora e que ela adora dança do ventre) e então eu encontrei alguns vídeos no youtube e percebi que eu podia aprender a dançar de graça.

Garota: Uau! Eu não sabia que era tão caro e tão fácil aprender dança do ventre. Qual é o seu estilo de dança do ventre?

"Dançarina": Eu não gosto de me encaixotar nestes montes de estilos que as pessoas falam. Eu sou uma dançarina de fusão, então sou livre para combinar quaisquer estilos de dança na minha própria dança.

Garota: Esta sua fantasia/traje é muito interessante! Ele foi caro?

"Dançarina": Obrigada! (dança maluca) Este é o meu traje tribal fusion. Ele não custou muito, eu o fiz com um sutiã em promoção e com pedaços de tecidos numa loja de tecidos. Você não precisa nem de uma máquina de costurar. Simplesmente corte o tecido e faça um tye dye.

Garota: Estou tão feliz em te encontrar. Minha irmã irá se casar e está pensando em ter uma dançarina do ventre no casamento dela. Quanto você cobra para dançar no casamento?

"Dançarina": Eu cobro 50% menos que qualquer outra dançarina do ventre da cidade, pois eu não pago por aulas e não gasto muito em trajes. Eu passo a diferença para você.

Garota: Minha irmã ficará tão feliz! Você pode me ensinar alguns movimentos de dança do ventre?

"Dançarina": Claro...Isto se chama shimmie! (fazendo qualquer coisa menos um shimmie) É um dos meus movimentos favoritos. Tudo que você precisa fazer é mexer sua bunda...

Garota: Deixa eu tentar...(fazendo a dança do robô). Como estou indo?!

"Dançarina": Você está indo muito bem!!! (fazendo a dança do boneco do posto)

Garota: Talvez eu possa ser uma dançarina profissional de dança do ventre também.

”Dançarina”: (parece triste)

Achei muito engraçado o final e existem vários tópicos de discussão nessa sátira que resultariam em um outro post. O assunto "o que é ser profissional de dança do ventre" é freqüente nos blogs por aí e há várias opiniões, discussões e teorias. A verdade é que eu não estou no caminho da profissionalização. Inclusive, estou no nível iniciante da dança, como a Celia explicou. Mas me sensibilizo com as várias questões que surgem ao assitir o vídeozinho que influenciam a situação da dança que tanto amamos e respeitamos.

Há mais um que me lembra algumas historinhas já contadas aqui no blog mesmo, sobre perguntas como “você faz a dança dos sete véus e fica nua no final?”. (Não vou traduzir esse porque é bem maior que outro).


Fica aí a dica de um site para fazer curtas em casa e também as historinhas engraçadas e verídicas do mundinho bellydance. Provavelmente algumas de vocês têm ou conhecem situações parecidas e podem contar nos comentários, ou quem sabe fazer um vídeo lá no xtranormal rs.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Boas Vindas à Nova Blogueira: Lívia!


Caríssimas, temos mais uma colaboradora para nosso bloguinho querido: Lívia Carine!

O posto de colaboradora deste blog é extremamente seletivo, tanto que nesses dois anos de existência só postaram aqui eu e minha irmã Tina. Nós queremos ter a certeza de estar trazendo um trabalho sério, com qualidade, com bom humor, interesse e claro, inteligente!

Nos últimos meses estive com pouco tempo para me dedicar ao blog, minha irmã se dedica mais à parte técnica, que é igualmente importante! Só que o que vemos dia a dia é o blog crescendo em acessos, em popularidade, não só aqui, como lá fora! Geralmente os estrangeiros pensam que nós somos uma companhia de dança e nos convidam para participar de eventos, algum se convidam também para vir ao Brasil dar workshops, e todos esses são devidamente encaminhados para quem possa ter interesse neles.

Nosso blog cada vez mais é um sucesso! Pelo volume de leitores, pelo volume de seguidores, pelo volume de e-mails! Precisamos e queremos retribuir em volume o conteúdo que nosso blog pode fornecer!

A presença da Lívia aqui então é fundamental! Não só por ela ser iniciante na dança do ventre, o que não a desprestigia, muito pelo contrátrio, cria um vínculo com muitas de vocês que veem ao blog em busca de experiências próximas, não só de informações; ela também traz consigo um grande diferencial: a minha total confiança nela como escritora/blogueira de qualidade e bom senso. Eu sei que as opiniões que a Lívia disponibilizar no blog serão argumentativas, e com certeza enriquecedoras para todas nós!

Então é isso, Lívia dioca! Ahlan Wa Sahlan, boa sorte como mais nova blogueira do Dança do Ventre Brasil!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tradução: Mashi 7addi

Tradução da música Mashi 7addi da Nancy Ajram a pedido da Nathy Santos.


Mashi 7addi - Andando Perto de Mim

Andando perto de mim, com seus olhos, sua paixão
Todo mundo ao seu redor
Você olha à sua volta, flertando
Não perde de vista nenhuma mocinha bonita que esteja passeando

E você se esquece que fico com ciúmes
Principalmente se elas sorriem de volta
Você fica feliz, elas derretem seu coração

Os rapazes mais legais gostariam de sair comigo
Mas você não, você prefere galinhar por aí
Ao invés de me ter, isso me deixa confusa
E se aparece alguém acenando docemente para você,
Você a segue e me deixa para trás

Andando perto de mim, com seus olhos, sua paixão
Todo mundo ao seu redor
Você olha à sua volta, flertando
Não perde de vista nenhuma mocinha bonita que esteja passeando

E se por confiança, vejo um amigo no caminho e digo "oi" para ele
Na mesma hora você me pede explicações
Quem? Onde? Como? E por quê? São amigos por quanto tempo?
Amar e sofrer, tudo bem!
Você já me tortura por um tempo incalculável.

Letra:

Mashi 7addy u b3enaik , Mdaweb el kel 7walaik
nazra haik , u ghamze haik , wala 7elwe bteflot menak!
U nassi eni bghar bjen , 5susi law de7kulak hne
ente te2borni bt7en , biu2a3 2albak mena

U ana ajmal sha5s bietmana bi mishwari isharekne
mesh metlak enta mdaie3ny bi7arakatak u mlabekny(x2)
u iza 7elwe B2ida btumilak , btel7a2ha u btetrekne

Mashi 7addy u b3enaik , Mdaweb el kel 7walaik
nazra haik , u ghamze haik , wala 7elwe bteflot menak!
u sedfe law 3al hal tari2 , isalem 3alaie shi rfi2
deghre ra7 te3mel te72i2 , tes2alni u t7asebne

Min ? u wain ? u kif ? u laish ? rfi2i hue u men 2adaish
dub u et3azab ma3laish , sarlak 3omr m3azebne!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sucessos Ocidentais em Roupagem Oriental


A banda turca Dolapdere Big Gang é composta por 9 músicos, a maioria da cidade de Dolapdere (por isso o nome da banda!), e entrou no mundo da música com seu primeiro álbum, "Strangers Local" regravando sucessos da música internacional ocidental com uma roupagem oriental árabe.


Basicamente, a banda regrava os hits pops e de rock com instrumentos musicais turcos, e já é sucesso não só na Turquia, como em todo o mundo! Segundo palavras dos próprios integrantes da banda, a Dolapdere Big Gang é diferente das bandas de outros países porque: "A Turquia é um país que inclui uma série de culturas em sua estrutura devido à sua localização como uma ponte entre Ásia e Europa. Por isso, tem sido influenciada igualmente por essas culturas. Na música, vemos essas influências também, mas até agora, nossa música foi moldada ao estilo ocidental, até mesmo o seu ritmo. O que estamos fazendo é exatamente o contrário, porque entendemos que para ter nossa música reconhecida em todo o mundo, temos de fazer música em nossa própria maneira tradicional, usando nossos próprios instrumentos e idéias musicais. Nós recompomos as músicas a "nossa maneira.". Além disso, eles acrescentam: "Por anos nós fomos grandes admiradores de grandes hits internacionais. Agora é nossa vez. É hora de todo mundo, de Sting para Madonna e Deep Purple para Michael Jackson ser nossos admiradores."

O resultado do trabalho da Dolapdere Big Gang vocês podem ouvir aqui abaixo, dica da queridíssima Lívia, Smoke On The Water do Deep Purple em versão árabe:




E eu sinceramente adoreeeeeeeei essa versão de Don't Let Me Be Misunderstood:

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