domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tradução: Metgannenah

Tradução da música Metgannenah da Bushra a pedido da Laís Peach.
OBS: A cantora Bushra canta pela sua nação, o Egito, antes da queda de Mubarak. Que bom que agora a situação do Egito está se encaminhando para um destino melhor! Inshallah!



Metgannenah - Sempre

Sempre louco entre nós e por nós
Você está nos deixando tontos ao correr a nossa volta

Dignidade e cavalheirismo, você memoriza, mas não aprende as coisas
Ela nos carrega, então em um segundo nos abandona

Você me conforta, se preocupa comigo e cuida do meu bem-estar
Você me faz feliz, você eleva a minha pressão sanguínea
Perdoe-me, eu digo isso por causa do meu amor por você

Eu vou embora, ela me chama e volto para ela
Na sua mais alta voz ela diz: "sim"
Após o café da manhã e o almoço
Ela me convida para um jantar

Ela nos atormenta, nos agoniza
Mas por causa, é claro, de toda a segurança
Eu oro com todo coração que morrerei aqui

Oh, mãe, oh filha (ela se refere ao Egito com mãe e filha)
Você sente meu fracasso?
Você é o problema? Ou o problema somos nós?

Letra:

متجننه على طول علينا و مننا
Mitganina 3ala 6ol 3alaina o minina
مدوخانا وراكي حولين نفسنا
Mdawi5ana waraki 7awalein nafsina
متجننه على طول علينا و مننا
Mitganina 3ala 6ol 3alaina o minina
مدوخانا وراكي حولين نفسنا
Mdawi5ana waraki 7awalein nafsina

جدعه و شهمه حفظه مش فاهمه
Gad3a o shahma 7af’6a mish fahma
ترفعنا و في ثانيه تهدنا
Tirfa3na o fi thanya tihidina
جدعه و شهمه حفظه مش فاهمه
Gad3a o shahma 7af’6a mish fahma
ترفعنا و في ثانيه تهدنا
Tirfa3na o fi thanya tihidina

مطمناني قلقاني راحتي
Mi6aminani al2ali ra7ti
مفرحاني رفعالي ضغطي
Mifari7ani raf3ali ‘6a86i
اعذريني من حبي ليكي بقول كده
U3thereeni min 7ubi leeki ba2ol kida

ابعد تنادي ارجعلها
Ab3id tinadi arga3laha
باعلي صوت تقولي اه
B2a3la 9ot t2oli aah
بعد الفطار غدي و عشي
Ba3d elfi6ar ‘3ada o 3asha
بس عزماني علي السحور
Bas 3azmani 3ala els7oor

مغلبانا مبهدلانا
M’3alibana mibahdilana
بس طبعا للأمانة
Bas 6ab3an lil2amana
انا بدعي من كل قلبي اموت هنا
Ana bad3i min kol albi amoot hina

امي و بنتي
Umi o binti
حاسة هزيمتي
7asa hazimti
المشكلة انتي ولا من عندنا
Elmushkila inti wala min 3indina?

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dicas para se tornar uma boa professora de dança do ventre

Muitas dançarinas ao cruzarem a fronteira entre a mera curiosidade e o domínio da técnica básica na dança do ventre almejam se tornar professoras, de forma a perpetuar essa prática que encanta tantas pessoas em todo o mundo.

Entretanto, muitas ficam deslumbradas com seu progresso e não conseguem avaliar criticamente seu potencial como professora, o que é diferente de seu potencial como dançarina.

Dessa forma, dispomos aqui abaixo algumas dicas simples, mas importantes, para a formação de uma professora de dança do ventre. Provavelmente você perceberá que não é nada de mais, mas ter em mente aquilo que é importante para suas alunas será o seu diferencial como professora de qualidade.

Autocrítica é fundamental. Antes de anunciar suas aulas, pergunte a si mesma: você realmente está pronta para isso? É claro que quando estamos empolgadas com um projeto desse tipo nem paramos para pensar se dominamos mesmo a técnica ou se vamos ter a disposição suficiente para ensiná-la. Mas lembre-se de que você será responsável por passar conhecimento a outras pessoas (afinal, você será uma professora como todas as outras, de português, matemática, etc) e isso demanda muita seriedade, não apenas com as aulas em si, mas com a técnica da dança do ventre. Como profissional, você deve entender a importância de fazer um trabalho de qualidade. Imagine-se como uma professora de inglês que, sem se dar conta, ensina certas regras erradas aos seus alunos (acredite, eu já tive uma professora assim). Eles poderão sofrer as consequências mais tarde e, muito provavelmente, culparão você por isso. Com a dança é quase a mesma coisa. Além do mais, passar uma má impressão como professora de dança do ventre pode acabar queimando seu filme nesse meio. Por isso, não hesite: antes de ensinar, estude, dedique-se e o mais importante: aprenda a aceitar críticas. Sim, é difícil. Mas depois que o gosto amargo passar, as críticas a farão enxergar os pontos que precisam ser melhorados (e eles sempre existem, até mesmo nas melhores dançarinas). Assim, você e suas aulas já começarão com o pé direito.

Seja profissional. As pessoas estão pagando para que você ensine. Isso significa que, aos olhos delas, você está se colocando como uma "profissional". Faça o seu papel. Chegue cedo para preparar tudo e, assim, começar sua aula na hora certa. Mantenha um ambiente propício ao foco e ao aprendizado (sem crianças correndo em volta ou outras pessoas interferindo na aula). Chegue preparada, com uma ideia do que vai ensinar, e certifique-se de que você está equipada com as músicas e os acessórios necessários. É claro que você deve ser flexível e deixar que a aula tome um rumo diferente do planejado se necessário, mas é sempre bom começar seguindo um plano de aula.

CDs. Leve CDs para cada técnica que você pretende ensinar. Por exemplo, um CD dedicado a solos de percussão, outro com músicas para dançar com véu, etc.

Notas. Prepare papéis com anotações para suas alunas para ajudá-las a lembrar do que você ensinou durante a aula. Pode ser uma lista com o nome dos passos que você geralmente ensina à sua classe de inciantes, uma lista dos ritmos mais usados em aula ou os passos usados numa determinada coreografia. Isso fará com que suas alunas pratiquem a dança em casa com mais facilidade e, assim, elas aprenderão mais rápido.

Conselhos musicais. Recomende às suas alunas uma lista com CDs de músicas árabes para a prática em casa. Elas precisam da música certa para praticarem sozinhas um determinado estilo.

Combinações. Crie combinações que incluam 2 ou 3 passos diferentes, com uma suave transição de um para outro. Assim, suas alunas terão passos para desenvolver e criar outros movimentos a partir deles.

Coreografia X Improviso. Estabeleça um equilíbrio em sua aula - ensine algumas coreografias para que as alunas possam dispor de algo que elas saibam como fazer, e incorpore alguns exercícios livres para que elas possam aprender a improvisar também.

Trabalhe a memória de suas alunas. Se de vez em quando sobra um tempinho durante aula, encoraje suas alunas a trazerem um caderninho de anotações. Assim que ensinar algo novo, dê alguns minutos para que elas anotem o necessário sobre a aula. Isso as ajudará a praticar em casa.

Propaganda é a alma do negócio. Se você oferece suas aulas numa academia, num centro de cultura ou num clube, não espere que o dono do negócio faça todo o trabalho para promover seu curso. É claro, o estabelecimento vai listá-las no catálogo de cursos e isso é uma grande publicidade. Mas não se esqueça de que as aulas são suas também! Então coloque a mão na massa - distribua panfletos quando se apresentar, coloque seus cartões de visita em quadros de avisos de lojas e escolas, crie um site na internet... Você vai atrair mais alunas e quanto maior o tamanho da sua classe, mais o local onde você trabalha vai querer promovê-la.

Fonte: Shira.net

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Tradução: Aaz El Nas

Tradução da música Aaz El Nas do Abdel Halim Hafez a pedido da Vanessa Miranda.


A Mais Preciosa (das pessoas) - Aaz El Nas

Sempre...
Ao longo da vida...
Encontramos pessoas...
E conhecemos pessoas....
E nos sentimos melhor ao lado de umas em relação às outras

E o tempo está girando ao nosso redor
Mudando a cor das nossas noites
Nos perdemos dentre as pessoas
E podemos esquecer de todas elas

Mas não esquecemos
Nossos amados
Nossos mais preciosos amados
Nossos mais preciosos amados

Anos e anos passaram
E não sentimos passarem
Ou sentimos que existiram

E um momento de amor
Que já vivemos
Nos fez para sempre feliz em nossas vidas

Quem se esquece?
Ou ao menos um dia pode esquecer
Das noites de desejo ou seu fogo ou sua beleza?
Ou o primeiro aperto de mãos?
Ou os encontros e o entusiasmo?

Não esqueceríamos
Nem um dia podemos esquecer
Nossos amados, nossos mais preciosos amados

Amada do meu coração
Alma do meu coração
Vida do meu coração
A mais preciosa
A mais bela
Todo o mundo

A jornada da vida ainda guarda muitas paradas para nós
Marcas ao longo do caminho do amor
Mais bela que outras anteriores

Letra:

3ala tool ....3ala tool el 7ayah
n2abel nas...w ne3raf nas....w nerta7 waya nas 3an nas
w beydoor el zaman beena.....ye3'ayar loon layaleena
bentooh beein el ze7am w el nas

w yemken nensa kol el nas
wala nensa....7abaiebna....a3az el nas 7abaiebna....a3az el nas 7abaiebna
sneen..w sneen ...tefoot....ma n7es bewgoodha wala wgodna

w la7zet 7ob ...3eshnaha...n3esh el 3omr tes3edna
w meein yensa w meein ye2dar fi youm yensa

laialy el sho2 wala narha we 7alawetha ?
wala awel salam bel eid ?
wala el mwa3eid w lahfetha ?

wala nensa wala ne2dar fi youm nensa
7abaiebna..a3az el nas 7abaiebna
7abib 2alby...w roo7 2alby....7ayat 2alby

ya a3'la el nas..ya a7la el nas ..ya kol el nas
lesa meshwar el 7ayah shaiel leena wa2fat
m3alem fi tareeq el 7ob a7la kteer
mn elly faat

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Homossexualidade e Dança do Ventre

Todo mundo que visitar este blog e tiver a curiosidade de ler todos os posts, encontrará dentre eles alguns que tendem a esclarecer certos mitos que a dança do ventre tem no imaginário ocidental, assim como tentar contar como era a dança do ventre nos seus primórdios (naquilo que temos registro) e etc. Dentre estes posts, tenho alguns que falam sobre a presença masculina na dança do ventre e, ao contrário da maioria dos sites/blogs que se dedicam a escrever sobre a dança do ventre, eu não a repreendo. Muito pelo contrário, eu quero ver uma dança bonita!

Com isso tenho recebido muitos comentários surpresos mas ao mesmo tempo outros muito ofensivos. Hoje eu recebi um comentário de uma moça que queria que uma dançarina fosse divulgada no blog, ela já me mandou e-mails e vários comentários criticando arduamente a dança do ventre masculina. Nenhum problema, eu não estou impondo a minha opinião a ninguém, mas hoje ela me ofendeu. Me mandou estudar. A minha vida é estudar a cultura árabe, meu marido tem até ciúme. Eu danço, minha pesquisa da faculdade é sobre sexualidade islâmica na idade média (a época que a dança do ventre masculina bombou no mundo árabe), eu estudo árabe clássico, eu não estou falando besteira para vocês, muito pelo contrário, é a minha primeira preocupação não passar abobrinha. Me dedico a estudar a cultura árabe pela faculdade, por interesse proprio e pelo blog, porque sei da responsabilidade de escrever essas coisas pra tantas pessoas.

QUERO ESCLARECER: a dança do ventre masculina não é bem vista no mundo árabe. A dança do ventre masculina não é reconhecida como modalidade de dança no mundo árabe. Os árabes (vide libaneses, egípcios, turcos, que mais investem no mercado bellydancer) não apóiam abertamente homens dançando como mulheres. EU NUNCA DISSE ISSO! Eu simplesmente disse que a dança do ventre masculina não é novidade, que na idade média ela era comum especialmente no Império Turco Otomano, e que até o final do século XIX, não havia uma distinção sexual que hoje em dia temos entre heterossexuais e homossexuais. Os dançarinos geralmente eram meninos, o que era considerado em algumas regiões como "assexuados", e podiam ter "funções sexuais", mas ao se tornarem homens (após a puberdade) eles não mantinham mais contato sexual com homens. Essa era uma semelhança que os árabes tinham com os gregos, e novamente não em todo o mundo árabe.

ATENÇÃO: Essa é a parte mais importante! Se o dançarino do ventre é gay, não me impoooooooooortaaaaaa!! Eu não estou interessada na vida sexual das pessoas, só que a dança delas me encante! A dança do ventre é atualmente muito universal, ela se molda às regionalidades (vide como os estilos americano, argentino, brasileiro, são tão diferentes), e nunca foi uma expressão exclusiva da cultura islâmica! O que eu contei a vocês foi que a dança do ventre masculina sempre existiu no mundo árabe, e que em alguns lugares ela tinha cunho sexual, e em outros só para entretenimento (como paródias). Eu sei atualmente para alguns árabes é inaceitável ver um homem dançando como uma mulher e a crítica não recai sobre a qualidade de dança do indivíduo, mas sobre a opção sexual do mesmo. Novamente, isso não é do meu interesse.

A dançarina "Baby Sants" faz dança do ventre, é muçulmana, de origem libanesa e acredita que a dança do ventre era um culto "à deusa" (um certo sincretismo aqui, não acham?). Ela queria que eu divulgasse a professora dela, Nastenka, aqui abaixo o vídeo:


No caso da "Baby Sants", entendo que para um árabe é ruim ver pessoas de outros países falando de sua cultura, mas acho que ela não entendeu bem o que eu quis dizer e me mandou estudar. Ela nos diz:

"(...)mas falar de escritoras do mundo egípcio como se isso fosse mudar minha opinião? é o mesmo que tentar tirar o véu de minha cabeça?!
voces vivem aqui, no brasil onde tudo é lindo e maravilhoso...onde homens se beijam na boca e de lingua perante crianças...onde a tv mostra sexo entre homosexuais(malhação e novela da rede globo)onde pedófilos invandem nossas casas na net e depois entram dentro de nossas casas...usando a inocencia de crianças em sala de bate papo, onde até políticos abusam de menores( de 4, 5 e 8 anos) onde padres se calam perante tanta sujeira. podem chamarem do que quiserem mas, querer manter uma tradição e pessoas de fora querer quebrá-las é preconceito, então sou terrivelmente preconceituosa."

Sinceramente, não entendi a relação de homossexualidade, pedofilia, abuso sexual e dança do ventre. Por acaso quando eu digo que acho que alguns dançarinos são melhores que muitas mulheres dançando, não estou à favor de nada disso que você repudia, e que eu repudio também. Não é porque sou brasileira ou que não discrimino homossexuais, que automaticamente estou enquadrada em todo tipo de perversão sexual, e pior ainda, que associo a dança do ventre a isso.

E mais: tradição, em árabe turath, é muito mais do que imaginamos, é o "eterno presente passado" como diz o filósofo Al-Jabri; tradição para um árabe é um passado que nunca se vai, por isso o surgimento dos fundamentalistas que buscam tornar esse passado ideal real, quando na verdade, se formos olhar há uns 500 anos atrás e compararmos com a nossa sociedade ocidental contemporânea, diríamos que os árabes eram "mais liberais" do que hoje em dia. Mas tenhamos cuidado com o anacronismo, o importante é não se iludir: nada permanece imutável, e a dança do ventre não é a mesma desde que "foi criada".

Não mando ninguém me seguir, nem concordar com o que escrevo, mas jogar a minha pesquisa a uma simples picuínha, não concordo. Podem ter certeza, todos que seguem este blog, que busco a mais total seriedade com o que escrevo, é como se eu estivesse escrevendo artigos para meu currículo universitário. Sinceramente não tenho tanta moral para falar de homoerotismo no mundo árabe. Isso eu deixo para meu amigo Bruno Tenório que é especialista, e já vi sua palestra.

Aqui abaixo o Tito, que eu ainda penso que dança melhor que muita mulher por aí, e não me importa nem um pouco se ele for gay!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dança do Ventre como um Ato de Amor

Recebi um e-mail falando do trabalho de uma dançarina que deveria servir de exemplo para quem deseja trazer um pouco de alegria a quem precisa tanto dela! A dançarina do ventre Aziza Abdullah, aluna da escola Asmahan, possui uma atividade que é linda: ela leva a magia da dança do ventre às pessoas doentes e aos idosos em hospitais e asilos, encantando-os com esta arte que a nós já faz tão bem.

Aziza tem um trabalho social voluntário que é simplesmente ir a esses locais entreter aquelas pessoas que muitas vezes estão passando por momentos difíceis, alegrando-as com a presença especial e marcante que qualquer dançarina do ventre traz, seja ela uma exímia dançarina ou somente contagiante. As pessoas vibram só pela presença dela, porque esperam em sua apresentação, não a destreza de movimentos e um show performático, mas um momento em que algo novo e mágico tomará seu pensamento e fará seu dia mais feliz.

Fica aqui a dica para quem quiser levar um pouco de alegria e satisfação a quem está só esperando um sorriso, nada mais. Ninguém precisa ter a roupa do momento, o corpo da moda ou a dança perfeita da Lulu From Brazil, mas a vontade sincera de fazer um coraçãozinho solitário feliz.

Uma pequena ilustração de que com pouco pode se obter muito: Aziza alegrando muitos corações!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Preconceitos com os Árabes

Momento paradinha básica para pensar em algo maior: recebi pela segunda vez um e-mail extremamente preconceituoso sobre árabes. A minha revolta chegou a níveis estratosféricos, achei que era um dever moral, neste blog que se dedica a divulgar a cultura árabe através da dança do ventre, mostrar o quanto as pessoas forçam incrivelmente um paradigma deturpado e preconceituoso do povo árabe.

O e-mail lista os 21 motivos que os árabes teriam para se matar. Como se todos os árabes saíssem se matando por aí, e não fosse um grupo minoritário extremista (que por sinal não é exclusividade do islamismo, olha aí o ETA, a AS FARC, etc) que se utiliza do terrorismo como forma de protesto em questões políticas!

E erro gravíssimo: árabe não é muçulmano! Árabe é quem fala árabe, e nisto temos os 22 países árabes, nos quais existem todos os tipos de religião. Muçulmano tem até na Europa, em qualquer lugar. Nesses países, temos dialetos do árabe, mas ser árabe (falar árabe ou um dialeto) não é ser automaticamente muçulmano, e muito menos ser suicida!

Como um dever moral, eu quero contestar aqui cada uma das 21 "teses" do "suicídio árabe". Vamos lá:

É proibido:
1º - Sexo antes do casamento - não é recomendado ao muçulmano ter relações sexuais antes do casamento, assim como para o evangélico, para o católico praticante, mas no mundo islâmico há um detalhe muito importante: casamento não é a mesma coisa que aqui. Lá existem os casamentos temporários - a autora síria Salwa Al Neimi fala sobre ele como corriqueiro, mas secreto - esses casamentos são na verdade contratos por horas, dias, o tempo que for necessário entre um homem e uma mulher para que eles tenham relações sexuais sem cometerem infração. Eles fazem um juramento um para o outro selando o compromisso, às vezes com testemunhas, depois do prazo, se separam e vivem suas vidas.

2º - Tomar bebidas alcoólicas - A religião muçulmana não permite que o fiel beba bebida alcoolica. E os católicos maronitas, melquitas, as igrejas cristãs do Oriente? O arak está aí para provar que o álcool existe no Oriente Médio!

3º - Ir a bares - Como assim? Bares tem em todo lugar, e eles vão sim! Para beber chá, se forem muçulmanos!

4º - Ver televisão - Al Jazeera é uma ilusão criada pela Rede Globo?

5º - Usar a Internet - Meus amigos egípcios muçulmanos depois de entrarem no msn, se jogam num calderão de óleo ardente! PelamordeDeus!

6º - Esportes, estádios, festas com mulheres - Arábia Saudita e Bahrein são países mais fechados, existe uma certa divisão entre homens e mulheres, ok, mas isso é cultural, regional, o mundo árabe não é uma massa cinzenta com as mesmas regras para todo lugar!

7º - Tocar buzina - O Cairo também é uma ilusão de ótica e auditiva! Um dos piores trânsitos do mundo! E por acaso tocar buzina evita suicídios?

8º - Comer carne de porco - Muçulmanos e judeus não comem carne de porco. Eles são infelizes por isso? Já vi muito muçulmano extremamente feliz por não ter que experimentar uma feijoada! (E olha que eu gosto!).

9º - Música não religiosa - Nancy Ajram, Amr Diab, os mais novos, e para não dizer Oum Kalsoum, Fairouz, Abdel Halim Hafez! Todos são cantores religiosos? Claro que não! Só uma informação para acabar de vez com a imagem dos muçulmanos que alguns têm: Haifa Wehbe e Dana Halabi são muçulmanas xiitas! (OBS: Os xiitas são vistos como a "linha dura" do islamismo).

10º - Ouvir rádio - A mesma observação acima... Se tiverem mais dúvidas, entrem aqui

11º - Barbear-se - O muçulmano ortodoxo não fica sem barba, mas a deixa limpa. A limpeza por sinal é um das características que mais diferenciavam os muçulmanos dos cristãos até o final do séc. XIX: para um muçulmano estar com uma boa aparência é sinal de cuidado com o corpo, e não de vaidade, frivolidade.

12º - Tem areia por todos os lados e nenhum buggy para se divertir - O mundo árabe é só um deserto, né manézão! Inteligeeeente esse garoto!

13º - Farrapos em lugar de roupas - E as reservas de petróleo e os árabes trilhardários doam seu dinheiro para a caridade, sei... Acho que esse carinha tá vendo muito Jornal Nacional...

14º - Come-se carne de burro cozida sobre bosta de camelo - Talvez um beduíno faça isso, mas e o povo nordestino comendo calango? Por acaso você que é brasileiro também come?

15º - As mulheres usam burka e não dá para ver nem a cor dos olhos - Existem diversos tipos de véus, a burka é presente nos países mais orientais, e é uma tradição mais mongol do que árabe. Nos outros países tem o hijab, o niqab e vários outros tipos que dá para ver até a cor da tinta do cabelo da mulher. Por sinal, as iranianas são muitos fashions, olhem aí do lado.

16º - A esposa é escolhida pelos outros e o rosto é visto só na procriação - Em alguns países, só o homem tem o direito de escolher a esposa, e é claro que ele a vê! Em casa as mulheres árabes não andam de véu, elas só usam véu para se resguardarem dos olhares curiosos de homens estranhos. Em outros países árabes, as mulheres também escolhem seus maridos, eles se conhecem na rua, na faculdade, na escola, entre familiares, como aqui!

17º - Sexo depois de casado só para procriar e feito no escuro com a mulher vestida com o shak -Eu que estudei sexualidade sei que o sexo é um dos prazeres que Deus concedeu ao muçulmano, e durante muito tempo foi tratado como ciência. Hoje está desvalorizado e sabe por quê? A presença cristã a partir do séc. XIX! Agora se um árabe não gosta da coisa, sinceramente... Só tenho um coisa a dizer: leiam "A prova do mel".

18º - Reza-se para Alah:
- 06:00 às 09:00
- 12:00 às 15:00
- 16:00 às 18:00
- 21:00 às 00:00
- No pôr do sol - São os horários de oração, mas o muçulmano não fica 3 horas seguidas rezando, são nesses horários (entre eles) que o muçulmano deve fazer suas orações. E novamente: muçulmanos, não árabes.

19º - A temperatura básica nos paises árabes é entre 45º e 58º (em alguns lugares até mais altas) - Então recomendo que vá ao Líbano no Inverno de bermuda e chinelo para curtir o calorzinho...

20º - Para economia de água, banho apenas uma vez por mês, nas partes mais sujas (pés). - Para o muçulmano, estar limpo é ter a proteção de Deus. Um corpo limpo reflete uma alma limpa. E por sinal, na idade média os cristãos criticavam muito os muçulmanos porque "tomavam banho demais".

E finalmente:
21º - Ensinam que, quando morrer, vai para o paraíso e terá tudo aquilo com que sonha! - Crença muçulmana! Mas para quem for um mártir. Atualmente os grupos terroristas reforçam a ideia de ser mártir morrendo e matando pessoas pela pátria, o que no início do islamismo era morrer pela religião, pela sua expansão. Ser mártir também é morrer de amor, ou chegar até o final da vida com retidão. Mas para que importa, não é? As pessoas querem é rir achando que sabem muito, quando não sabem de nada!

Quem souber inglês, veja esse vídeo:

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