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domingo, 20 de março de 2011

Ritmos: Samai e Darig

Samai não é um nome comum para a maioria das dançarinas, mas é um ritmo presente em muitas músicas. Darig nada mais é que uma versão menor do Samai, numa relação parecida do Cifteleli e o Warda W Noss. Samai é um ritmo de origem turca, e o Darig é originário da Argélia, mas inspirado no primeiro.

O ritmo Samai tem uma estrutura 10/8, sendo dividido em quatro partes (khanat), estas separadas por um refrão (taslim). As 3 primeiras partes variam em tempo, a primeira tem 3 tempos, a segunda tem 4 e terceira tem 3. A quarta parte possui uma estrutura diferente, geralmente 3/4 ou 6/4, desta última parte que deriva o ritmo argeliano Darig.

Dessa forma, o ritmo Samai não é uma sequência pequena repetida diversas vezes, o ritmo é praticamente - aos nosso ouvidos ocidentais - uma música inteira. Portanto, o que muitas vezes ouvimos como ritmo Samai, é na verdade uma parte de sua estrutura (khanat).

Para fins elucidativos, podemos basicamente exemplificar o Samai em:
1ª Khanat - DUM TA TA TA TAKA
2ª Khanat - DUM TAKA TA TAKA DUM DUM TA
3ª Khanat - DUM TAKA TA DUM
4ª Khanat (Darig) - DUM TA DUM DUM DUM TA

Esses exemplos são as variações simples do ritmo. Como qualquer ritmo, ele pode ser floreado, algumas vezes parecendo mais longo ou mais curto. Em algumas músicas, encontramos o terceiro khanat sendo associado ao Darig, como neste vídeo da Suheil.

Os ritmos Samai e Darig vêm geralmente associados a momentos de deslocamento da música ou a um taqsim. Isto é, a leitura da dança no momento em que esses ritmos surgirem virá predominantemente da melodia.

Para ilustrar ambos os ritmos vamos aos vídeos! Temos aqui abaixo o ritmo Samai:


E o ritmo Darig (infelizmente floreado, mas dá para discernir!):

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ritmos: Saidi

Esse ritmo é conhecidíssimo das dançarinas! Em solos de derbake, músicas clássicas, folclóricas ou modernas, o Saidi aparece em todas. Ele é um dos ritmos mais presentes nas músicas árabes, ou pelo menos, nas músicas árabes que tocam aqui no Brasil.

O ritmo Saidi segue a estrutura 4/4: DUM TAK DUM DUM TAKATA. A sua origem remete ao Egito (tenho minhas suspeitas de que foi lá por perto de Port Said, o nome é tudo a ver, não?), e o nome "said" quer dizer "alegre" em árabe. Num workshop com o dançarino Anthar Lacerda, ele contou uma curiosidade nas suas andanças pelos países árabes: não peça para o músico tocar "said", mas "maqsum said", pois para eles, "tocar said" é tocar alegre, animado!

O ritmo Saidi pode aparecer nas músicas clássicas para marcar a alternância da entrada para o "miolo" da música, ou seja, o momento de largar o véu, ou também pode vir acompanhado da flauta mizmar, que indicará que é um folclore (Raqs Assaya, comumente chamado também de Saidi). Nas músicas propriamente folclóricas, tendo um mizmar é Raqs Assaya com certeza, mas existe uma flauta muito parecida com o mizmar que junto ao ritmo Saidi caracteriza o folclore dabke. Segundo nos esclareceu a dançarina Hanna Aisha, essa flauta facilmente confundível com o mizmar é o mijuez, um instrumento musical que é próprio do dabke.

Nos solos de derbake e nas músicas modernas, o ritmo saidi marca uma dança do ventre mais livre, com movimentos geralmente mais marcados, mas claro que um básico egípcio cai muito bem (não na música toda!). Nas músicas modernas, a mizmar também dá o tom de Raqs Assaya, mas existem momentos que podem ser exceções, como introduções ou breves trechos, fica a critério da dançarina, assim como no solo de derbake, se ela vai ler o ritmo como folclórico ou não.

Aqui abaixo o exemplo do ritmo Saidi muito bem tocado (esperem depois da explicação em russo!hehe)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Ritmos: Rumba e Bolero

A Rumba e o Bolero são ritmos claramente ocidentais, incorporados à dança do ventre pelas naturais trocas culturais em meados do séc. XX. A Rumba e o Bolero são originalmente da Espanha, mas possuem modificações por toda a América Espanhola. Na dança do ventre estes ritmos aparecem em músicas clássicas e em algumas músicas modernas egípcias.

O Bolero, na dança do ventre, é tido como uma versão mais lenta da Rumba. A Rumba possui a estrutura 2/4: DUM DUM TAKA TAKA. E o Bolero possui a estrutura 4/4: DUM TAKA TA TAKA. Estes ritmos costumam aparecer em momentos mais lentos da música, podendo ser a base de um Taqsim ou até mesmo ser o ritmo de entrada da música (como é o caso da música Balady Solo). Ambos combinam imensamente com véu, deslocamentos e arabesques.

Aqui abaixo dois vídeos para exemplificar os ritmos: Saida ensinando movimentos para ler o ritmo Rumba e Zahira Nader se apresentando com um Bolero Árabe:



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Ritmos: Nawari

Nawari ou Tabl é um ritmo da "família baladi". Ele é um ritmo muito utilizado no Egito, sobretudo nos solos de percussão.

O ritmo segue a estrutura 4/4: TAKA DUM TAKA DUM TA. O DUM é bem denso neste ritmo, e geralmente os derbakistas costumam florear bastante nos TAKA. Diferentemente dos demais ritmos, o Nawari não começa com o DUM, o que pode deixar muita bailarina perdida mas já reconhecendo o ritmo, a dança seguirá basicamente como um baladi animado.

Infelizmente não consegui um vídeo melhor, mas aqui abaixo extremamente floreado é o ritmo Nawari. Ele é segundo executado.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Ritmos: Vox

Um ritmo pouco conhecido das dançarinas, o Vox (podendo aparecer como Foks ou Fox) é uma marcha. É considerado uma variação rápida do Foxtrot, logo é um ritmo importado para a dança do ventre! Ele começou a ser usado por compositores egípcios, como Mohamad Abdel Wahab.

O ritmo Vox segue a estrutura 2/4: DUM TAKA. Ele está presente nas entradas de músicas clássicas (alguém lembra da música Ísis?). Ao ouvir este ritmo, diferentemente do Malfuf e do Ayoub, a entrada não poderá ser feita com deslocamentos em chasse, mas como um desfile. A bailarina entrará caminhando com uma postura triunfante, firme, e fará movimentos com o véu nas variações da melodia.

Eu gostaria de colocar a música Ísis, mas não encontrei no youtube! Então fica Rakkasah com Fifi Abdo!

sábado, 31 de outubro de 2009

Ritmos: Falahi

O Falahi (ou Felahim) é um ritmo egípcio, que segundo a dançarina Hayat el Helwa, provém de uma espécie de confraternização dos camponeses egípcios, quando iam preparar a terra para a colheita. Este ritmo é uma variação acelerada do Maqsum, e pensando um pouco com este exemplo da Hayat, provavelmente começaram tocando Maqsum, e na empolgação transformaram num ritmo novo: o Falahi (viagem de Celia, pelo amor de Deus, não é nada científico! ^^).

O Falahi segue a estrutura 2/4: DUM TA TA DUM TA. Ele está presente em músicas clássicas, modernas, solos de derbake e especialmente para compor o folclore Ghawazee e o próprio folclore Falahi. Nas músicas clássicas e nos solos de derbake, este ritmo surge para acelerar a performance, e no folclore... Bem, no folclore é mais específico!

No folclore Ghawaaze, praticamente ele é a base da música, assim também como no Falahi Folclórico, este possuindo ainda variações, como a dança das flores, a dança do jarro e a dança dos pescadores Muitas dançarinas veem esses dois folclores como um só, o que seria no final Ghawazee com jarro ou Ghawaaze com flores, mas quando pensamos nas origens de cada povo, não faz lá muito sentido: Ghawaaze são ciganos originários da Índia e Falahim são camponeses egípcios! Não que isso impeça de uma ghawaaze dançar com flores ou o jarro, mas se focarmos na origem do ritmo com a origem do folclore, temos dois estilos diferentes. Mas isso fica para um post sobre folclore!

O ritmo Falahi tem uma batida marcante, o que quero dizer com isso: ao ouví-lo, por mais que andemos ou façamos movimentos elaborados com os braços, nosso corpo sempre se conecta ao acento do ritmo, seja pela marcação com os quadris ou com as pernas. Então, não o ignore!!

Para exemplificar este ritmo uma só música em dois vídeos: a primeira é um grupo feminino dançando a Dança do Jarro, e o segundo é um grupo egípcio com três homens e uma mulher dançando o Falahi "puro". Masha Allah! (O nome da música é Halawa).


domingo, 9 de agosto de 2009

Ritmos: Soudi

O ritmo Soudi, ou Aadany, é característico do estilo folclórico Khaleege, uma dança presente no Golfo Pérsico. O nome Soudi, por sinal, vem de "Saudi" - saudita - uma homenagem, tanto no nome do país quanto do ritmo, à dinastia Al-Saud, unificadora da nação.

O ritmo Soudi, apesar dessa forte relação à Arábia Saudita, está presente em outros países, como o Yemen, Bahrain, Kuwait, Oman, Qatar e os Emirados Árabes Unidos. O ritmo Soudi, como muitos confundem, não é o Khaleege: este folclore tem variações dependendo do seu país de origem, logo não pode ser associado diretamente ao ritmo Soudi. Ainda que não sejam a mesma coisa, tanto o Soudi quanto o Khaleege terão basicamente os mesmos movimentos de leitura.

O ritmo segue a estrutura 2/4: DUM TAKATA, variando conforme a aceleração da música. No Khaleege, este ritmo pode aparecer com estruturas diferentes, de acordo com a região de origem do estilo (apesar de continuar sendo o Soudi para muitos, nessas versões alguns músicos passam a chamá-lo de acordo com o nome usado na região, como Aadany no Yemen, procurando diferenciá-lo), como, por exemplo, iniciar com dois DUM no início. Numa música clássica, o ritmo Soudi aparece para marcar o folclore da música, a sua leitura portanto é a de um Khaleege. Após a sua identificação, os instrumentos melódicos não poderão ser ignorados, pois estão acima da percussão e tem prioridade na leitura.

Abaixo, a música "arroz de festa" Azez Alaya para exemplificar o Soudi. Atire a primeira pedra quem nunca viu uma bailarina ignorar completamente o ritmo desta música e dançar totalmente fora do contexto!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ritmos: Ayoub

O ritmo Ayoub é muitas vezes confundido com o nome do estilo Zaar (dança em transe, praticada no Alto Egito de forma privada - por causa do islamismo - na Somália, Sudão, Tunísia e Etiópia), mas ele pode ser encontrado em outros estilos, em músicas folclóricas, como o dakbe, em músicas clássicas e modernas.

Nas músicas clássicas, o Ayoub pode aparecer em transições de ritmos, substituindo o Malfuf nas entradas e finalizações e compondo a base do solo de derbake, aparecendo geralmente para acelerar a performance. Algumas bailarinas executam movimentos de Zaar ao identificar o ritmo, balançando a cabeça (como a Jillina faz), mas este tipo de leitura do ritmo só pode ser feito se ele vier "puro", isto é, sem nenhum outro instrumento floreando sobre a percussão. O importante, assim como em outros ritmos, é identificá-lo e marcá-lo corretamente.

O ritmo segue a estrutura 2/4: DUM TA(KA) DUM TA (Este "ka" pode ser suprimido nas versões rápidas do ritmo). O Ayoub representa o "andar do camelo". Para quem não sabia, o camelo é símbolo de beleza para o árabe, pois na língua a mesma palavra que significa belo, significa camelo (Jamil = جَمِيل). Logo, deve ser algo igualmente bonito dançar ao ritmo do som do casco do camelo batendo nas areias do deserto... Que emoção! No Marrocos há uma versão folclórica dele mais rápida em 6 tempos acompanhando o som do mizmar (flauta), e também outra versão que se inicia com dois DUM, chamada Bayou.

Aqui abaixo fica o vídeo da dançarina Viviane num concurso em Los Angeles. No final da apresentação, ela dança um solo de derbake marcado com o ritmo Ayoub.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Ritmos & Estilos: Baladi

O Baladi é muito conhecido e também polêmico: afinal, o Baladi seria um ritmo ou um estilo (Hossam Ramzy que o diga!)? Ou ainda, ele seria um ritmo ou uma estrutura musical (Não menos parecido que um estilo...)? O Baladi pode ser "encontrado" em variações de outros ritmos, especialmente sendo encarado como uma versão do Masmoudi Saghir (como já tratamos aqui) e também encarado como uma derivação folclórica e mais lenta do Maqsum.

Tais associações não se atêm a meras semelhanças, o Baladi é um estilo tradicional, de origem libanesa, tem presença marcante neste país já há muito tempo (tanto, que nem dá para precisar!). O próprio nome Baladi, que quer dizer "minha terra", nos levar a concluir que é um ritmo regional, podendo realmente ser uma variação de outros ritmos com uma roupagem popular. Para Hossam Ramzy, o Baladi nada mais é do que uma mistura de ritmos, um estilo do Líbano, que por convenção acabou sendo utilizado erroneamente para nomear o Masmoudi Saghir e o Maqsum, de acordo com suas variações correspondentes. Fato é: quando se busca entender a origem do Baladi se conhece mais do que um ritmo, mas o espírito materializado de uma saudade, do amor por uma terra, por uma aldeia, por um estilo de vida onde se nasce e cresce, onde se encontra uma identidade. O Baladi é a identidade de um povo, o som que o faz relembrar sua história.

A estrutura do Baladi segue o compasso 4/4: DUM DUM TAKATA DUM TAKATA TAKA. Os seus dois primeiros "DUM" são sempre marcados na dança, e eles que transmitem a energia deste ritmo e o diferencia do Maqsum. O Baladi está presente em músicas clássicas, modernas e até em solos de derbake, se relacionando sempre ao que é básico na dança, sem extravagâncias. É usual as bailarinas fazerem básicos egípcios assim que identificam o Baladi numa música clássica, nele não é hora de muitas variações, a dança neste momento compõe-se de passos mais tradicionais para seguí-lo (básicos, marcações de quadril, deslocamentos com quadril). Alguns especialistas dizem que o Baladi verdadeiro só é aquele em que os dançarinos estão caracterizados (roupas simples, como camponeses), pé no chão (sem meia ponta) e que quando se ouve este ritmo em ocasiões diferentes, ele seria na verdade uma variação do Maqsum (novamente as agruras por não se decidirem se é estilo ou ritmo!)... Bem,acho que é muita complicação, é Baladi por sua estrutura, e não por sua composição cênica!

Aqui abaixo temos a Saida nos mostrando o Baladi para a dança do ventre.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Ritmos: Malfuf

O Malfuf (também chamado de Malfouf, e no Egito de Laff) é um ritmo bem forte, vibrante. Originário do Norte da África ele é conhecido no Brasil, não só pelas músicas árabes, mas nas próprias músicas brasileiras: pare para ouvir um forró, um baião, lá está o Laff! Eu tive o prazer e o orgulho numa aula de Brasil II na minha faculdade, de levantar a mão e dizer ao professor um dos ritmos que os árabes haviam incorporado na nossa cultura! Agora vocês sabem também! Masha'Allah! Mas em outro post eu falo mais especificamente sobre esta influência árabe no nordeste brasileiro!

O Malfuf é um ritmo de 4 tempos (2/4): DUM TATA DUM TATA. Ele aparece muito em solos de derbake e em músicas clássicas, além de - claro - estar bem presente no Melea Laff (não é à toa que este ritmo possui o mesmo nome no Egito: "enrolado", usado também como gíria: "enrolação"), possuindo ainda uma versão mais lenta no Raks El Shamadã (Dança do Candelabro). O Malfuf rápido aparece nas entradas e nas saídas nas músicas clássicas (sabe aquela parte que aparece no início e repete no final da música?), logo muito presente para deslocamentos. No geral ele é primordialmente usado para alternar momentos na dança (da entrada para o meio, do meio para o fim, entre os estilos no derbake, em mudanças de interpretação na música, etc), o que faz com que ele seja visto como um ritmo "ponte", ligando momentos diferentes da apresentação.

Aqui abaixo temos um Malfuf no derbake logo no início do vídeo, e abaixo um Malfuf na entrada e na finalização de uma música clássica interpretada pela dançarina Polímnia Garro.


sábado, 23 de maio de 2009

Ritmos: Masmoudi

O ritmo Masmoudi (ou Masmudi), de origem andaluza, é um grande conhecido das bailarinas. Este ritmo possui variações que o permitem encaixar desde em músicas clássicas até em dança ghawazee, hoje sendo visto também em músicas para a dança tribal.

O Masmoudi possui 8 tempos: DUM DUM TAKA TAKA TA DUM TAKA TAKA TA TAKA TAKA TA, tendo duas formas características: Masmoudi Kebir e o Masmoudi Saghir. O primeiro é chamado de "masmoudi de guerra" por apresentar uma cadência agressiva, sendo mais lento que o segundo. Já o Masmoudi Saghir é praticamente um Baladi, por utilizar a mesma estrutura com um tempo diferente (o Baladi tem 4 tempos, e o Masmoudi, 8. Há também quem diga que o baladi não é um ritmo, mas uma estrutura musical, por isso tanta associação com outros ritmos, mas isso fica para outro post!). Destes, o Masmoudi Kebir é o que mais se destaca nas músicas clássicas, sendo utilizado em solos, como uma quebra da música, para a dançarina fazer movimentos mais elaborados e com menor velocidade. Existe uma variação do Masmoudi Kebir que se inicia com 3 dums, chamado "masmoudi caminhando", que como o nome diz é usado para deslocamentos (DUM DUM DUM TAKA DUM TAKA TAKA TAKA TAKA TA ou então menor como DUM DUM DUM TAKA DUM TAKA TAKA).

Para encontrar o Masmoudi precisamos ficar atentos ao ouvir uma música clássica. Geralmente ele se associa aos deslocamentos e também aparece muito junto com Baladi. Para ilustar melhor este ritmo decidi colocar uma música clássica interpretada pela dançarina Luciana Nogueira: Nasma de Sayed Balaha! Abaixo também há um professor explicando o ritmo - em uma língua desconhecida - e temos uma ótima visualização através dos derbakistas, sendo primeiro o exemplo do Masmoudi Kebir e depois o Masmoudi Saghir.


domingo, 17 de maio de 2009

Ritmos: Maqsum

O Maqsum (também escrito Maksum) é o ritmo base de outros diversos ritmos, como o Baladi, o Said e o Ciftelelli. No mundo árabe, aliás, como explicado pelo mestre Anthar Lacerda em um dos seus workshops, esses ritmos não são nomeados somente por "said" ou "baladi", por exemplo, mas sim "maqsum said", "maqsum baladi". Se você estiver lá fora e pedir para um músico árabe tocar "said", ele vai entender na verdade que você quer que ele toque feliz (de sa'aid, سعيد!)!

O nome maqsum significa "cortado ao meio", possuindo 4 tempos. Na Tunísia, ele é chamado de Duyek, sendo exatamente o mesmo ritmo sem variações. A sua estrutura é semelhante ao baladi (este sendo considerado uma versão folclórica do Maqsum), mas sem os dois dums característicos: Dum takata dum taka. Na página do derbakista Pedro Françolin é possível ouvir as versões rápida e lenta deste ritmo, entre outros, em performances executadas por ele mesmo. O maqsum lento, para alguns estudiosos, é considerado parecido com o masmoudi, porém menos longo.

O Maqsum é um ritmo muito utilizado, e também muito conhecido aos ouvidos de quem dança, e bem característico nas músicas árabes. Para expor melhor este ritmo, encontrei um vídeo da Saida, que o apresenta muito bem para a dança, mas uma pena que não encontrei o vídeo que Mario Kirlis explica o ritmo (eu tinha esse dvd!!! É o Bellydance Instructive Saida & Mario Kirlis)... Ok, aqui está:

sábado, 16 de maio de 2009

Ritmos: Ciftelelli

O ritmo Ciftelelli (também chamado Chifteli, Chiftelelli, Chifteleli ou Tsiftetelis), considerado majoritariamente como de origem turca, é um dos ritmos que menos se comenta aqui no Brasil, até porque são poucas bailarinas que dançam os estilos que correspondem a ele.

A base do Ciftelelli é parecida com a do maqsum, porém marcado por uma cadência diferente e lenta: DUM TAKA TA TAKA TA DUM DUM TA. O Ciftelelli é um dos ritmos-base que acompanha o taksim (improvisação melódica de um outro instrumento, que não a percussão), sendo encontrado também em músicas clássicas. Existe no Egito uma variação mais simples dele e também mais lenta denominada Wahda Khabir ou Wahda Wa Noss, este mais comumente presente nas músicas clássicas, e com a estrutura: DUM TAKA TA DUM TAKA.

O nome Ciftelelli é uma derivação do grego arcaico "diphuatila" que significa "duas cordas". Esse nome tem origem do instrumento que originalmente compunha este ritmo, o "baglamá". O nome Ciftelelli também corresponde à denominação da dança do ventre na Grécia, por essa se compor de estilos bem diferentes do padrões libaneses e egípcios, e consequentemente do resto do mundo. A dança do ventre grega/turca, dizem os estudiosos, se compôs não só com presença otomana em seu território, mas também com a junção de danças ritualísticas da época da Grécia Antiga... Além da dança do ventre, o ritmo Ciftelelli também é utilizado numa dança para casais, no qual o homem fica "admirando" os movimentos sinuosos da parceira! Haja tcham!

Depois de muito procurar no youtube, não consegui um só estilo de dança para representar o Ciftelelli, assim aqui estão dois bem distintos entre si para que possam apreciar! O primeiro é uma apresentação bem coreografada de moças muy respeitáveis, e a segunda é o exemplo do Ciftelelli numa dança de casais pra lá de sensual! Que versatilidade!

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