segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Beat Box para Dança do Ventre

É brincadeira, hehe! Mas é um vídeo promocional de um DVD de folclore, e o instrutor reproduz oralmente os ritmos de uma maneira, digamos, peculiar:


Agora é só a gente reproduzir em casa e/ou na aula quando estivermos aprendendo aquele ritmo maroto! =p

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Workshop: Música Árabe


Porque ainda há esperança em quem estuda a dança com amor e verdade!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Zahra Sharq 2012 com Nur no RJ - eu fui!!

Eu fui... e quem não foi perdeu!!

Eu, Lívia, não gosto falar de eventos que vou no blog, para não parecer propaganda, coleguismo gratuito. Aí para não ser injusta, eu teria que que falar de todos que eu fui, pois todos eles poderiam merecer destaque. Entretanto, o ano ainda não acabou, ainda teremos alguns eventos importantes e conhecidos pra ir, mas eu vou repetir o que disse pra muita gente que acabou não podendo ir ao Zahra Sharq 2012 e que me motiva a escrever o post de hoje: "Foi o melhor evento de dança do ventre no Rio de Janeiro que eu já fui". Sem desmerecer outros que também tiveram grande destaque este ano, como o Lumina-Qamar (que trouxe ninguém menos que Soraia Zaied) e o Ayuni (que trouxe a simpatia e a presença de Ju Marconato), o evento contou com uma produção e uma energia que eu nunca havia presenciado. 
A 4ª edição do evento, organizado pela bailarina/blogueira Hanna Aisha, recebeu conhecidos nomes do Rio, além das convidadas Nur (SP) e Rafaela Alves (MG), mas não é por isso que ele foi o melhor evento que eu já fui. Ele me ganhou como um todo, do início ao fim, por todos os detalhes. Desde o teatro, a produção, o clima, a iluminação, as bailarinas, as danças apresentadas, os figurinos, o público, tudo, incrivelmente tudo, se harmonizou de um jeito delicioso no dia 18 de agosto. 


A grande estrela da noite era a Nur sem sombra de dúvidas... e foi mágico. Assisti-la por meio dos vídeos é uma coisa totalmente diferente de presenciar esta mulher no palco. Não tenho palavras para esta experiência. Além disso, a Nur estava inspiradíííííssimaa! Com certeza não era só porque "ao vivo é mais legal", a cada entrada nós éramos surpreendidos com uma Nur que nem eu conhecia. Suas três aparições no palco foram uma explosão de energia, criatividade, dança, força, graça, estou até com medo de selecionar UM dos vídeos, vocês precisam assistir os três, por favor!


Primeira entrada da Nur, música tradicional
Terceira entrada, solo de percussão

Fiz o meu top 5 (incluindo a Nur) pra não massacrar de vídeos o post. Quem esteve lá poderá se recordar com muito carinho aqueles momentos especiais e quem não foi poderá se morder bastante e ficar aguardando o próximo.


Hanna Aisha (Taqsim de Saxofone)Este é não só um dos vídeos top do evento, é também pra quem quer estudar taqsim. Eu sou muito chaaata com leitura musical, taqsim então... É um desafio, ao meu ver, conseguir obter uma leitura que concilie técnica + emoção, aproveitamento do tempo e dos instrumentos musicais, a escolha do movimento, da expressão e da parte do corpo que vai transmitir o som que estamos ouvindo e ainda assim manter a beleza, a leveza, a plástica da dança, etc. A Hanna, de improviso, conseguiu tudo isso lindamente, e pior: num taqsim de saxofone. Palmas! Foi a penúltima apresentação da noite e foi intenso. Lindo mesmo.


Keyla Milanez (Leque de Plumas): Quando eu vi estas palavras na programação eu entortei a boca. Pra não ser injusta, eu já vi UMA apresentação de leque com plumas que gostei. Mas, como já disse, era uma noite mágica de puro deleite e surpresas. Veja se eu exagerei: a música, a bailarina, a roupa, a interpretação/dança, o clima, tá tudo perfeito. Eu amei essa apresentação, sobretudo por não ser fã do gênero, e foi a partir dela que me dei conta do quanto estava sendo agraciada naquele dia por um evento ímpar. Keyla, parabéns! Estava de um bom gosto, de dar gosto de estar assistindo!


Grupo Hátor (Shaabi): Que gracinhaa! Eu amei esse grupo, alunos da Elaine Rollemberg. Muito gostoso ver a animação, a alegria deles dançando... shaabi é isso né gente? Uma pérola. Poucos grupos são tão bem organizados, bem coreografados, simpáticos, com prazer na dança e que conseguem transmitir esta mesma animação pra quem está assistindo. Os meninos e as meninas estavam de parabéns! Levantaram o público, foi ótimo!!!


Elaine Rollemberg (Baladi): Por último, mas não menos importante: que baladi gostoooosssoooo! Ela é outra gracinha que eu só conhecia por meio dos vídeos e que ao vivo é muito mais legal. Linda, simpática, claramente à vontade no palco, com certeza seu grupo (citado acima) é um reflexo dela mesmo. Belo, belo, belo. Dá vontade de estar lá de novo só pra poder aplaudir novamente. Eu sinto que naquele dia todos combinaram em pegar seu melhor figurino, sua melhor energia, a melhor ideia, a melhor execução, só pra eu ficar rasgando seda aqui. 

Deu pra ver que o evento teve de tudo um pouco? E que as pessoas capricharam? Como tudo estava combinando? Fico radiante com esses vídeos, gente. O Rio merece essa qualidade toda. Que o Zahra Sharq 2012 seja mais um dos muitos eventos que irei por aqui e tecerei tantos elogios.

*
O evento ainda contou com a presença das bailarinas 
Aischa Hortale
Aline Muhana 
Cia Zahra Sharq
Dahab Chaim
Darah Hamad
Elaine al Nahid
Melinda James
Nilza Leão

Não deixe de ver os outros vídeos se ficou curioso, é só visitar o canal do Youtube do evento: http://www.youtube.com/user/ZahraSharq2012/videos?flow=grid&view=0

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Serpente que Dança de Charles Baudelaire


A Serpente que Dança (Le Serpent Qui Danse)

Em teu corpo, lânguida amante,
Me apraz contemplar,
Como um tecido vacilante,
A pele a faiscar.
Em tua fluida cabeleira
De ácidos perfumes,
Onde olorosa e aventureira
De azulados gumes,
Como um navio que amanhece
Mal desponta o vento,
Minha alma em sonho se oferece
Rumo ao firmamento
Teus olhos que jamais traduzem
Rancor ou doçura,
São jóias frias onde luzem
O ouro e a gema impura.
Ao ver-te a cadência indolente,
Bela de exaustão,
Dir-se-á que dança uma serpente
No alto de um bastão.
Ébria de preguiça infinita,
A fronte de infanta
Se inclina vagarosa e imita
A de uma elefanta.
E teu corpo pende e se aguça
Como escuna esguia,
Que às praias toca e se debruça
Sobre a espuma fria.
Qual uma inflada vaga oriunda
Dos gelos frementes,
Quando a água em tua boca inunda
A arcada dos dentes
Bebo de um vinho que me infunde
Amargura e calma,
Um líquido céu que se difunde
Astros em minha alma!
               (Charles Baudelaire, tradução de Ivan Junqueira)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O que nos une?


Estava lembrando quando eu só admirava a dança do ventre de longe, quando a vi pela primeira vez e me empolguei, pensando o quanto queria fazer! Eu sempre vestia umas roupas loucas quando criança e fingia que era dança do ventre ou então dança cigana na época da novela "Explode Coração" com a minha amiga Samara Ali! Gostava tanto que meus primeiros cds de dança do ventre foi a minha mãe que me deu: da Claudia Cenci e um outro em inglês, que esqueci o nome. Dançava troncha, mas dançava, um dia eu ia aprender certinho!

Vez ou outra tive pessoas da dança do ventre na minha vida, ainda que não praticasse: minha professora de matemática do primário, Kátia, na dança do ventre conhecida como Mayra Shams, a minha colega de escola Helena, que não sei se tinha nome artístico. Eu lembro da festa de quinze anos da Helena, as colegas de aula dela e sua professora fizeram um super show de dança do ventre, com velas, véus, espada, uma coisa de louco! Fiquei encantada mais ainda, e desejei o dia que iria aprender.

Só comecei a fazer aula quando tive meu primeiro salário de estágio, minha professora Vanessa Costa. Todas as ex-alunas sentem falta dela, realmente ela é insubstituível. Nela aprendi a dançar de verdade e a valorizar o conhecimento para a dança, não apenas passos assim e assado, mas dança com conteúdo. Ela se foi para outra arte, ela estava certa, o que ela tem hoje no Pole Dance ela jamais conseguiria na dança do ventre: lá ela é profissional, artista, valorizada por quem faz e por mérito. Ela tem retorno do investimento que ela faz, ela cresceu e na dança do ventre é muito difícil disto conseguir.

Eu lembro dos meus primeiros dias de blog, quando lia Luana Mello e suas ponderações tão sensatas. Ela também se foi: ela disse certa vez, em uma entrevista, que ela é uma artista e isso ela não conseguia ser na dança do ventre. Ela encontrou a dança burlesque uma forma de expressar sua arte. Eu não sou artista, mas sou pesquisadora, e também sei que muitas vezes não dá para unir pesquisa com dança do ventre, porque uma envolve totalmente a razão e a outra a emoção. E nas paixões a razão sempre perde... =p

Aí nesse vai e vem, fico pensando: o que me une à dança do ventre? O que me une a tantas outras praticantes desta arte, que se enchem o coração com um toque no derbake, que cantam árabe sem saber árabe, que exploram belos figurinos para serem bonitas para si e para o público? O que faz de mim mais ou menos importante que todas as meninas que já vieram para a dança do ventre, e que fazem ou não mais parte dela?

Gente, eu sou nada. Eu hoje tenho um blog acessado diariamente por milhares de pessoas, tenho fãs e tenho os super fãs (aqueles que precisam comentar qualquer coisa que escrevo só pra espinafrar),  recebo contatos de emissoras e grandes empresas, contribuo com entrevistas para jornais e revistas, tenho amigos, tenho colegas, tenho afeto e mágoa de várias pessoas; e eu sou feliz, não por isso, eu sou feliz por cada dia respirar e poder agradecer a Deus por todas as conquistas que tive até hoje.

Tive anos maravilhosos na dança do ventre e anos ruins também, mas o saldo é positivo. O que me une a todos que fazem dança do ventre é uma paixão, um arroubo incontido de felicidade ao ouvir uma melodia familiar. A gente não se importa se agrada a todos, se tem a todos do seu lado ou contra você, a gente se importa em dançar, em sentir a música.

Por isso agradeço a quem fez parte da minha formação como dançarina, minhas professoras: Vanessa, que sinto saudades das aulas divertidas e desejo tudo de bom; Ranaa e Paula, por terem me dado toques preciosos; Virgínia, amiga de hoje e sempre; Heloísa, não concordamos em alguns pontos, mas sempre lhe quis bem; Samara, mestra máxima, seu brilho é contagiante.


Obrigada a todos e todas pelo carinho! E continuamos aqui! XD

domingo, 9 de setembro de 2012

Salomé de Oscar Wilde

Essa semana comprei um livro bem famoso (na verdade é uma peça) para iniciar minha pesquisa acadêmica oficial sobre o Orientalismo: Salomé de Oscar Wilde.

O livro trata da paixão doentia de Salomé por João Baptista (este retratado como Yokanaan), que a rechaça veementemente. No final, Salomé faz a dança dos setes véus (imaginário europeu) e sob juramento do rei Herodes consegue em troca a cabeça de seu amado, realizando assim um desejo sombrio, o qual também selaria seu destino.

Achei interessante por abordar uma Palestina repleta da entrega à concupiscência e à beleza física, uma crítica à própria sociedade hedonista em que Oscar Wilde vivia, a Inglaterra do séc. XIX. A peça foi ojerizada e massacrada pela crítica, atacando ferozmente o trabalho de Wilde sem dó, nem piedade. Na verdade é exatamente assim como a maioria das pessoas ignorantes fazem, criticam e jogam pedras sem conhecer aquilo que falam. A sorte de muitos é que a obra de Oscar Wilde seria lida e relida por mentes tão brilhantes quanto a dele e se tornaria um grande sucesso.

A peça de Oscar Wilde foi adaptada para uma ópera por Richard Strauss, tendo o momento mais impactante da mesma a famosa dança dos sete véus. Aqui abaixo a música:



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