sábado, 18 de fevereiro de 2012

Beyoncé do Golfo Pérsico

Ok, é uma piada! Na verdade é o clipe da cantora Myriam Fares, em que ela dança Khaleege ao maior estilo clipe da Beyoncé.


Essa cantora fez milhares de passos a mais que muita dançarina que já vi coreografando este folclore aqui no Brasil!

O nome da música é Ya Sariya!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Crônicas de uma Dançarina do Ventre - Episódio 2


Há um bom tempo atrás eu nunca tinha assistido uma apresentação de dança do ventre num restaurante, então surgiu a oportunidade: minha professora Virgínia iria dançar no Restaurante Amir com a Sara Caldas. Combinei com a galera para prestigiarmos a apresentação, mas como sou "pobre a pé", fui de carona com a dançarina para o local... Deu 10 min, 20 min, 40... Ninguém apareceu...

Então assimilei a situação de que ficaria sozinha na mesa, a esfiha e eu, eu e a esfiha, e decidi aproveitar que estava lá e ver a dança. Eu via os garçons me olhando assim com cara de "ela é crítica de revista?", porque eu saí pedindo os pratos diferentes pra experimentar e me distrair. O que eu não sabia era o que a dona Virgínia tava aprontando pra mim!

O dono do restaurante, Seu Nicholas, veio perguntar a ela quem era a guria sozinha na mesa, ela prontamente respondeu que eu era aluna dela, e ele fez a pergunta fatídica: "Ela vai dançar?", e ela respondeu: "É claro, está tudo combinado". Combinado pra quem, criatura?!?!?! Eu tava linda e plácida na mesa comendo os quitutes árabes e esperando pra ver a "dançaria"! Pobre de mim!

Então elas vieram dançar! Primeira apresentação de ambas, tudo lindo, Vivi me deu um sorriso, eu lá feliz da vida, Seu Nicholas naquele derbake dele. Depois, veio a segunda apresentação, eu dei uma bela mordida na esfiha de ricota na mesa, quando olho pro lado, Virgínia com as mãos estendidas me chamando pra dançar. Eu empalideci, girei a cabeça dizendo não aflitivamente, ela insistiu; meus olhos marejando de vergonha, ela quase soltando: "veeeeenhaaaa, você não escapa"; eu estática com os olhos arregalados, senti nela aquela levantada de sobrancelha, era ir ou ir, então eu levantei, aff...

Aí ficou aquela situação, eu dei meia dúzia de passos tímidos, fiz um reverência a ela e sentei. VERGONHA!!! Ela dançou mais um pouco e foi embora. Restaurante olhando fixamente para mim, eu olhando fixamente a minha esfiha mordida de ricota. Eu juro que a vontade era puxar a toalha da mesa e me enfiar debaixo dela.

Vieram outras apresentações, um grupo de egípcios chegou e começou a dançar no meio do restaurante, o que quebrou o peso no ar que eu tava sentindo, aí acabou o show! Desci pro primeiro piso para esperar a Vivi e voltar pra casa, e claro dar a bronca nela: como assim fazer isso comigo?! Eu não sabia ainda que ela tinha dito que era "combinado", mas cara, o Seu Nicholas deve ter achado que eu era a maior atriz, merecia um oscar!!

Aí o próprio Seu Nicholas e um grupo de libaneses me chamou pra sentar na mesa deles enquanto esperava. Eu ali no meu cantinho super tímida, ele me perguntou se eu era mesmo aluna da Virgínia, eu confirmei, e ele então me disse: "Ah, que maravilha, gostei de você, combina com a Sarinha para você vir dançar aqui um dia." Comé que é?! Será que ele fala isso pra todas?huahahuhaua. Eu ainda bobona perguntei duas vezes se era de mim que ele tava falando, se era sério isso. Imagina, ele ia dizer: "rá, pegadinha do malandro!".

As meninas demoraram ainda, e o papo entre os libaneses começou a rolar em árabe, eu não sou fluente, só saquei que eles estavam falando do grupo de egípcios, que eram animados, que estavam em Copacabana e tal, então apareceu finalmente a Virgínia, que me solta: "ah, vocês estão conversando em árabe? A Celia fala árabe". Olhar atônito de todos para mim, meu olhar para as minhas mãos já sem cor. "Fiquem calmos, eu não sei xingar em árabe, se vocês falaram mal de alguém, eu não entendi.", pensei, hehehe.

Fomos finalmente embora! Com certeza a noite foi completamente diferente do que eu imaginava! Ah sim, não insisti depois em dançar lá, não faz meu estilo (não sou bones, eu sei que o público não repara só arte num restaurante), mas valeu o convite, ao menos pro meu ego!hahaha

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A Visão da Dança do Ventre no Mundo Árabe


Muitas pessoas ficam meio sem entender como nos países árabes, expostos pela grande mídia com aquelas mulheres sob burkas, política fundamentalista e "homens terroristas", poderia ter uma arte como a dança do ventre. Hoje vocês vão ter uma mini-aula de história contemporânea! :p

Primeiramente, o nome "dança do ventre" no mundo árabe não existe. "Dança do ventre" é uma criação francesa para designar a Dança Oriental, a Raqs Ash-sharqi. Logo, dizer que a dança do ventre é uma arte feminina porque só mulher tem ventre é a reprodução de um preconceito orientalista criado no séc. XIX. O termo "dança do ventre" acabou por abarcar não só a "dança das odaliscas", como também as expressões culturais de cada região, massificando num só nome estilos de diversas regiões e posteriormente países.

A dança oriental sempre esteve presente na cultura árabe, mas é claro que ela variava conforme o local que aparecia. A dança oriental que hoje chamamos de dança do ventre é em grande parte uma herança egípcia, e estava relegada aos círculos familiares, pouco aberta a grandes exposições. Esta dança foi completamente absorvida pelo Império Turco Otomano, mas nele ganhou outra conotação, passando a ser tanto uma prática familiar, como uma prática artística, na qual dançarinas e dançarinos se apresentavam em festas, eventos imperiais e até mesmo para receber chefes de Estado que visitavam o Império.

Dessa forma, a dança oriental teve uma grande expressão no mundo árabe, e posteriormente na época do Imperialismo, pelo mundo europeu. No mundo árabe percebemos a grande influência no Líbano, ainda que lá não seja tão marcante e característica quanto no Egito (o dabke é muito mais tradicional no Líbano que a dança do ventre propriamente dita), e também na Turquia, a atual herdeira do Império Turco Otomano.

Na época do Imperialismo, antes mesmo do fim do Império Turco Otomano, a França e a Inglaterra literalmente dividiram entre si as regiões árabes. Com a desculpa que as administrariam para se modernizarem (alguém lembra do caso do Iraque e do Afeganistão?), tomaram-nas como posses, o que gerou muitas revoltas, ocorrendo entre a década de 20 e 40 a maior parte das independências dos recém-países árabes, como a do Egito. Pra que estou contando isso? Essa presença ocidental é fundamental para a forma como a dança do ventre se moldará ao longo do séc. XX!

Sendo assim, vou me ater ao Egito para facilitar a visão deste momento. Ahhh, o Egito! A Inglaterra deu a independência ao Egito em 1922, mas quem disse que ela saiu de lá? A influência britânica foi extremamente forte até o início da segunda onda do nacionalismo egípcio na década de 50.

O que temos neste intervalo, digamos, entre as décadas de 30 a final da 40 na dança do ventre egípcia? Os famosos cabarés! Aqueles filmes de dança do ventre, pelos quais hoje conhecemos nomes como Samia Gamal, Tahia Carioca, etc? É literalmente a Era de Ouro da Dança do Ventre. Nessa época até mesmo eram poucas as mulheres que usavam véu nas cidades, como conta a escritora Nawal Saadawi no livro "A Face Oculta de Eva". Havia uma ocidentalização forte no Egito, a dança do ventre na maior parte das vezes era para entreter turistas, mas também era uma forma de exportação da cultura egípcia, algo que muitos egípcios valorizavam e tinham orgulho.

Bem, aí a coisa começou a mudar: a Palestina foi repartida para dar lugar ao Estado de Israel em 1948. Comoção no mundo árabe! Uma das explicações para isso ter acontecido foi o desvirtuamento da fé que os países árabe-islâmicos haviam se submetido ao absorver valores ocidentais. A dança do ventre começou a perder espaço gradativamente, o uso do véu começou a voltar com força nas grandes cidades, várias pessoas passavam a exprimir asco e revolta ante os valores ocidentais que antes se faziam presentes nos grandes círculos da sociedade. Os países árabes ainda tentaram retomar os territórios da Palestina, mas foram derrotados (espiões israelenses descobriram a tática de guerra deles pouco antes do confronto), o que gerou ainda mais essa necessidade de retorno à , aos verdadeiros valores islâmicos. Para piorar na Guerra dos Seis dias, em 1970 Israel invadiu e ocupou a Península do Sinai, território egípcio, que só foi devolvida através de um tratado de paz em 79. O que aconteceu então? Egito expulso da Liga Árabe, presidente assassinado por um fundamentalista, Egito na mão de Hosni Mubarak. O resto a gente conhece pelos noticiários...

Essa situação também é narrada no livro autobiográfico da dançarina egípcia Dina (Ma Liberté de Danser), que só tomei conhecimento depois de contar para a Lívia o que conto a vocês neste post, sobre a mudança da imagem da dança do ventre no mundo árabe. Essa volta ao conservadorismo aconteceu em todo o mundo árabe, até mesmo no Líbano que é cristão! A dança do ventre fora dos círculos familiares passou a ser vista como haram (ilícito), como uma importação e não com expressão da cultura egípcia, e até mesmo árabe!

Com o tempo, a tradição das dançarinas na vida cotidiana da sociedade egípcia deixou de ser comum. Ano passado, por exemplo, meu amigo Mohamad Khairy se casou com minha amiga Weasal lá no Cairo, e ele me convidou para dançar no casamento dele. Tipo: isso era tradição anos atrás!! Mas eu fiquei chocada e perguntei a ele se os convidados não ficariam incomodados, a resposta dele foi: "Não, mas eles vão estranhar. Só que eles sabem quem eu sou e como minha família é, e não vão pensar mal de mim e de minha esposa". Pensar mal por quê, né? Pois alguém já viu o vídeo de uma dançarina do ventre super over deixando a noiva morta de vergonha? As dançarinas divas que vemos por aí como Soraia Zayed, Dina, Randa Kamel, não dançam pro povo, baby, elas dançam pra ricaços e principalmente pros turistas.

Hoje em dia eu tenho as minhas dúvidas se a dança do ventre ainda vai ter espaço no meio de entretenimento egípcio. Se vocês não sabem, a maioria do parlamento eleita recentemente é da Irmandade Islâmica, e a intenção deles é instituir a charía como lei constitucional. A minha amiga Esraa de Alexandria diz que o Egito não vai virar uma Arábia Saudita, mas eu tenho minhas ressalvas. Ah sim, cabe lembrar que essa imagem que vemos na TV é super deturpada, homens-bomba, terrorismo, etc, nada tem a ver com uma volta à religião, a sua ação é totalmente motivada por uma questão política, e não religiosa (como vocês poderão entender aqui).

No entanto, a dança do ventre no meio familiar anda fortalecida no Egito. As mulheres andam de niqab na rua (aquele véu que só deixa os olhos à mostra), depois passam na Khan el Khalili (ou seus maridos), compram uma roupa de dança do ventre ou um xale de medalhas, e vão pra casa dançar! Eu mostro meus vídeos para elas, elas gostam, dão opinião, dicas, etc, a dança do ventre nesse ponto acredito que nunca vai morrer! Inshallah!

E aqui esse vídeo que acho ótimo para ilustrar a sociedade egípcia da era de ouro da dança do ventre:


O menininho dançando a la Tito Seif, as mulheres de pernas de fora e sem véu, roupas ocidentais, uma dançarina do ventre do povão beeem diferente do que vemos quando buscamos no youtube.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Tabu: Gosto // Não Gosto

Estava lendo um texto muito engraçado indicado pela Lívia neste blog, sobre como devemos agir quando percebemos que não seremos dançarinas famosas. É bem divertido porque ela usa os exemplos daquilo que é extremo de acontecer, aquelas pessoas que viram caricaturas humanas, literalmente! Tenho que admitir que já vi umas alunas fanáticas pelas professoras, e digo: elas realmente dão medo!heheh

Mas aí eu comecei a pensar e pensar, dois dos exemplos dela são relacionados a críticas e gosto pessoal. Claro, não se pode chegar para uma pessoa e odiá-la gratuitamente, mas será que a gente não pode ter opinião de nada, sair falando que tudo é lindo, o amor é lindo, a la Caetano Velloso? Me pareceu o que já comentei antes, que criticar é coisa de mal-amada, de invejosa, de quem sabe que não vai chegar lá e por isso destrói o trabalho alheio. Mas será que é só isso?

Nem vou dizer que todas as pessoas que criticam estão imbuídas no mais sincero espírito de expressar sua opinião. Eu, por exemplo, não sou uma diva, nem bellydancer superstars, danço para me alegrar e já ouvi que não sei dançar. Será que foi uma crítica construtiva? Saber dançar pra quem, como quem, de que forma? Acho que as justificativas fazem toda a diferença quando queremos expor o que pensamos, seja algo bom ou ruim. Claro que em certos locais - como um blog acessado diariamente por centenas de pessoas - é perigoso dar seus motivos, pois pode parecer que você está fazendo campanha contra determinado estilo, pessoa, escola, etc. Mas por isso devemos nos calar e nos resignar ao "tudo é lindo"?. Olha aqui a minha pinta de Revista Caras!!

Então, gente, não se anule! A dança do ventre é para a gente se divertir, se alegrar, se unir, mas não acredito que temos que ficar engolindo sapos por aí a todo preço. Se não me engano isso é um dos motivos que muita gente se desilude com a dança do ventre: a falta de espaço para se exprimir. Não to falando de lugar pra dançar, pra fazer o seu estilo de dança, pra isso antes de espaço é preciso coragem, reconhecimento não é algo que a gente pode calcular para ter, ele simplesmente acontece! Eu falo de espaço, até mesmo dentro da companhia que fazemos parte, de sermos ouvidas quando achamos "isso não é legal". Tememos ser rechaçadas sem antes tentarem nos compreender, e muitas vezes tentamos nos adaptar ao que não gostamos. Resultado: decepção.

Eu quero e posso enumerar o que gosto e o que não gosto, e desejo que muitas outras dançarinas queiram e possam fazer o mesmo! Eu adoro a Suellem Morimoto, gosto de saias com babados laterais, gosto da coreografia da Orit Maftsir da música Ana Keda, gosto do Tito Seif, amo Mowashahat (me sinto em al-Andalus tomando um chá de hortelã com meu amado Ibn Hazm no Califado de Córdoba)! Não gosto de danças super técnicas sem emoção ou de dançarinas que fazem super requebrados sem sincronia com a música (só pra aparecer); não gosto da Karla Tem Tem, não gosto da Didem, nem da Dondi, e não gosto de dança do ventre com minissaia. E aí? Minha opinião!

Para quem gosta de tudo, fica aí esse vídeo (dica da Débora Hathor). Gosta, nêga?

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Primeiros Passos de Munira Magharib

Outra bailarina sensacional para nossa série de entrevistas! Munira Magharib teve contato com a música e a dança árabe desde pequena, através de sua mãe, mas em 1991/1992 se aperfeiçoou tecnicamente com Fátima Fontes na dança do ventre. No ano seguinte, em 1993, ela passa a integrar o grupo de bailarinas da casa de chá egípcia Khan el Khalili, onde dança até hoje. Você pode assistir a Munira, inclusive, em vários DVDs da casa. Em dezembro do ano passado, ela completou 20 anos de carreira! Essa mulher é um show. Gosto muito mesmo!! Divas são eternas, né gente? Assisto os vídeos dela e fico encantada com a vitalidade, delicadeza e sentimento que ela possui. Uma vez vi alguém diferenciar as bailarinas que nos encantam das que nos emocionam. Eu me emociono com a Munira. Já cheguei a lacrimejar vendo ela interpretar um taksim de tão lindo que era, sério mesmo. Munira dança lindamente as músicas clássicas, com braços magníficos e uma leitura tradicional muito rica, além de possuir uma alegria de viver no folclore. Ah, não podemos nos esquecer de seus cambreés fantásticos (morram de inveja). Sua apresentação na Super Noites no Harém 3 com Aysha Almeé de percussão afro é de ficar babando, nunca me esqueço. Vamos conhecer mais sobre sua história? Com vocês, Munira!
Porque você começou a dançar a dança do ventre?
Desde bem pequena sou apaixonada por música árabe. Em casa, tínhamos um disco chamado “Port Said” que eu ouvia, cantava e dançava suas músicas sem parar, e minha mãe me ensinava alguns movimentos de braços e passos árabes. Aos 8 anos, fui assistir pela primeira vez a um show árabe na Casa de Chá Khan El Khalili e fiquei deslumbrada, sonhando em ser uma bailarina. Na minha adolescência, já dançava em festinhas de família, mas só aos 17 anos pude me aprimorar tecnicamente. Aos 18 anos, entrei como bailarina da Khan El Khalili.
Como foram as primeiras aulas?
Minhas primeiras aulas foram com a bailarina Fátima Fontes. Eram aulas particulares de dança. Na época, não havia essa variedade de passos como atualmente. Aprendi os oitos, alguns camelos, batidas e tremidos. Estudava bastante os vídeos da Fifi Abdo, Amani, Asa Sharif e Samara. Aprendi muito na prática; dançando, fazendo show e observando as bailarinas mais experientes.
Quais eram as suas dificuldades e como você as superou?
A minha maior dificuldade era dançar música lenta, porque quando era mais nova era muito agitada. Com o tempo, acho que também com mais maturidade, aprendi a ser mais calma. Para superar essa dificuldade, comecei a escolher músicas que tinham uma parte lenta para me obrigar a estudar. Hoje, amo dançar lento. Consigo me entregar nesse momento. É uma das partes preferidas da música para mim. Agora, sempre escolho músicas que me desafiam, que têm partes que acho difíceis. Isso é ótimo para você crescer como bailarina.
Uma história peculiar sua com a dança do ventre.
Um dos meus primeiros shows foi em um antigo restaurante chamado “Porta Aberta”, muito tradicional em show árabe. Já estava pronta desde as 22:00 e fiquei esperando para entrar, com um frio na barriga porque era com música ao vivo e eu não estava acostumada. Bom, entrei mais ou menos às 2 e meia da manhã e dancei mais de 1 hora e meia sem parar, porque tinham mais músicos naquele dia e eles ficavam revezando o teclado, o derback, até o cantor, porque tinha convidado de fora naquele dia. Quando acabou e entrei no camarim, eu parecia que tinha saído da piscina: o cabelo molhado, o delineador e rímel no meio do rosto. Eu costumava dançar umas 3 ou 4 músicas seguidas, no máximo. Como eu era inexperiente, não falei nada durante o show, então os músicos achavam que eu estava adorando e continuaram tocando. Depois, eu me acostumei a trabalhar com música ao vivo e me lembro dessa época com muito carinho.
Um recado para quem está começando ou continua estudando.
Estudar é muito importante para o seu crescimento como bailarina. Não se pode parar de aprender nunca. Claro que não podemos perder de vista os passos que caracterizam a dança do ventre, senão a dança perde a sua essência. Mesmo que você consiga fazer passos mirabolantes, não se esqueça dos oitos, dos camelos, da sinuosidade dos braços, das batidas laterais e dos básicos egípcios. Lembre-se o que a dança do ventre representa ou significa. Assista suas apresentações com um olhar objetivo; veja o que pode melhorar e quais vícios adquiriu. E não importa quanto tempo já dance: você pode melhorar sempre!
Beijinho carinhoso a todas, Munira Magharib.
*
Que lindo não é? Perceberam que a Munira também tinha o mesmo probleminha (rs) da Suellem de hiperatividade? Adorei a história do show árabe também, fiquei imaginando a cena! Coitada. Vamos ver o Antes e Depois da Munira.
Antes (2005/2006)
Depois(2011)
Me permito colocar mais esse vídeo, porque é muito lindo!
Quem quiser conhecer mais, acesse o site da Munira: www.munira.com.br

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