terça-feira, 22 de maio de 2012

Tradução: Alf Leila Wa Leila

Tradução da música Alf Leila Wa Leila da Oum Khalthoum a pedido da Claudia Lozano.



Alf Leila Wa Leila - Mil e Uma Noites


Meu querido
A noite e seu céu, suas estrelas, sua lua,
Você e eu, meu querido, minha vida
Somos todos parecidos
Despertos e apaixonados!
Oh, este amor,
Fazendo-nos todos sem sono!

Meu querido, vamos viver nos olhos da noite
E vamos dizer à luz do sol para vir, para vir só depois de um ano, não antes!
A noite do amor é tão bela quanto as mil e uma noites
Tão preciosa quanto uma vida inteira!
O que é uma vida senão em uma noite como esta?

Como posso te descrever, meu querido, como outrora te amei, como você era?
Ontem eu não pensei e não tive o amanhã para esperar e ninguém está vivendo meu dia, meu querido

Você me conquistou com um piscar dos seus olhos e me mostrou onde estavam os mais doces dias, os mais doces dias
A noite seguinte foi solidão, solidão, você a preencheu com segurança
E a vida que era um deserto se tornou um jardim.

Meu querido, vamos viver nos olhos da noite, vamos viver nos olhos da noite
E vamos dizer à luz do sol para vir, para vir só depois de um ano, não antes!
Mil e uma noites, mil e uma noites, mil e uma noites, mil e um noites...
Eles dizem vida, o que há em uma vida, senão uma noite como esta noite, esta noite, esta noite, esta noite...

Letra:

Ya Habeebi, Ya Habeebi, Yaaa Habeebi.
Illeil wi samah, wi ingomo iw amaro, amaro wi saharo.
Winta wana, ya habeebi ana, ya hayati ana.
Ya Habeebi, Ya Habeebi, Yaaa Habeebi.
Illeil wi samah, wi ingomo iw amaro, amaro wi saharo.
Winta wana, ya habeebi ana, ya hayati ana.

Kollina, Kollina fi ilhobi sawa.
Wilhawa, ah minno ilhawa. Ilhawa, ah minno Ilhawa, ah minno Ilhawa, aaah minno Ilhawa.
Sahran Ilhawa yis-eena Ilhana weyool Bilhana. Wilhawa.
Ah Minno Ilhawa. Wilhawa. Ah Minno Ilhawa. Ah Minno Ilhawa, Aaah Minno Ilhawa.
Sahran Ilhawa yis-eena Ilhana weyool Bilhana.

Yallah In3eesh Bi 3youn illeil. Yallah In3eesh Bi 3youn illeil.
Winool lilshams ta3ali, ta3ali ba3di sana. Mosh abli sana ta3ali, ta3ali, ta3ali, ta3ali ba3di sana. Mosh abli sana.
Fi leilate hobi hilwa bi alf Leila iw laila, alfi Leila iw Leila, alfi Leila iw Leila, alfi Leila iw Leila, alfi Leila iw Leila. alfi Leila wi Leila.
Bikolli il3omr gowa il3omri Eih, ghair lailah zayyi illeilah. zayyi illeilah. Illeila, illeila.

Ezzay, Ezzay, Ezzay awsiflak ya habeebi ezzay, abli ma hibak konti izzay ya habeebi.
Ezzay, Ezzay, Ezzay awsiflak ya habeebi ezzay, abli ma hibak konti izzay ya habeebi.
Ezzay, Ezzay, Ezzay awsiflak ya habeebi ezzay, abli ma hibak konti izzay ya habeebi.
Ezzay, Ezzay, Ezzay awsiflak ya habeebi ezzay, abli ma hibak konti izzay ya habeebi.
Ezzay, Ezzay, Ezzay awsiflak ya habeebi ezzay, abli ma hibak konti izzay ya habeebi.
Ezzay, Ezzay, Ezzay awsiflak ya habeebi ezzay, abli ma hibak konti izzay ya habeebi.

Konti wala imbaraih fakraah, wala 3andi bokra astanaah, wala haddi yoami 3ayshah ya habeebi.
Konti wala imbaraih fakraah, wala 3andi bokra astanaah, wala haddi yoami 3ayshah ya habeebi.

Ezzay, Ezzay, Ezzay awsiflak ya habeebi ezzay, abli ma hibak konti izzay ya habeebi.
Ezzay, Ezzay, Ezzay awsiflak ya habeebi ezzay, abli ma hibak konti izzay ya habeebi.

Konti wala imbaraih fakraah, wala 3andi bokra astanaah, wala haddi yoami 3ayshah ya habeebi.
Konti wala imbaraih fakraah, wala 3andi bokra astanaah, wala haddi yoami 3ayshah ya habeebi.

Khadtini bilhob fi ghamdhait 3ain, waraitni halawait ilayaam fain, halawait ilayaam fain, halawait ilayaam fain.
Khadtini bilhob fi ghamdhait 3ain, waraitni halawait ilayaam fain, halawait ilayaam fain, halawait ilayaam fain.

Illeil ba3di ma can ghorba, ghorba, malaito amaan, wil3omri illi can sahra, sahra sabah bostan.
Illeil ba3di ma can ghorba, ghorba, malaito amaan, wil3omri illi can sahra, sahra sabah bostan.

Ya habeebi yalla in3eish fi 3yoon illeil, yalla in3eish bi 3yoon illeil. Winool lilshams ta3ali, ta3ali ba3di sana, mosh abli sana, ta3ali, ta3ali, ta3ali, ta3ali, ba3di sana, mosh abli sana.
Fi leilate hob hilwa, bi alfi leila iw Leila, alfi leila iw Leila, alfi leila iw Leila, alfi leila iw Leila, alfi leila iw Leila, alfi leila wi Leila.
Bikolli il3omr, howa il3omri eih ghair Leila zayyi illeila, zayyi illeila, illeila, zayyi illeila.

terça-feira, 8 de maio de 2012

A Internet e a Dança do Ventre - O projeto "Sala de Dança"

Ah, a internet... Eu agradeço quase todos os dias por essa GENIAL invenção, sobretudo ao Google (um beijo, querido). Esse enorme acervo de dados revolucionou totalmente o acesso à informação, seja ela de que tipo for. Hoje, é possível acessar livros, músicas, artigos, filmes, shows e muito mais, tudo isso, na maior parte do tempo, com um custo baixíssimo.

Para mim, o mais impactante desse meio virtual é que ele propiciou uma troca de conhecimentos altamente frutífera nos mais diversos campos do saber e isso contribui para o nosso próprio desenvolvimento enquanto seres humanos, estou falando da "espécie" mesmo no mundo. Claro que a internet não tem só o lado "positivo da coisa", mas ela está disponível aí para ambos os lados.

Em relação à Dança do Ventre, ela foi a grande responsável pela disseminação de novas possibilidades dentro desta arte e é até hoje. Foi por intermédio da internet que nós conseguimos entrar em contato com artistas pouco conhecidas no local onde moramos, ou pouco conhecidas em qualquer lugar, mas que por causa da internet ficaram famosas, ou ainda, artistas pouco tradicionais que nos fizeram pensar sobre movimentações, culturas, linguagens, idéias diferentes e novas, abrindo nossos horizontes de perspectiva.

Além do contato com o novo e o diferente, nós temos o privilegiado acesso também à opinião e informação de quem faz e pensa dança, seja famoso ou não, por meio dos blogs (vide este que vos fala), entre outras ferramentas (um exemplo recente é o Glossário da Dança do Ventre feito pela Suheil que está totalmente disponível de forma gratuita em seu site). Mas aí, conheci algo novo, gostoso, interessante e inteligente que até então, que eu saiba, a Dança do Ventre ainda não tinha alcançado: os podcasts.

Diferente dos audioblogs, o formato de transmissão de um podcast facilita o acesso à informação e sua disseminação, já que podemos baixar o arquivo gratuitamente e compartilhar com quem desejarmos. Já vi podcast de tudo, desde programas de humor até aulas. Eu adoro podcast e fazia tempo que não ouvia um, mas esses dias recebi um e-mail sobre o Sala de Dança.

O Sala de Dança é um projeto das Bailarinas e Professoras Carol Louro, Bruna Milani e Valéria Alves (e produção de Fábio Custódio - "O Diretor") e traz conhecimento e debate sobre Dança do Ventre (ou Dança Oriental como as meninas preferem - para saber mais sobre a discussão ouça o podcast "A invenção do Outro") de uma forma divertida e espontânea, mas com muito estudo por trás e produção de qualidade. Divulgo com gosto essas iniciativas que juntam excelência de produção e o debate inteligente. Por enquanto o site disponibilizou 4 podcasts, todos ótimos:

* O palco é sua casa: No qual as meninas falam de uma maneira muito descontraída sobre a vida da bailarina Fifi Abdo, curiosidades e informações úteis até mesmo para nós estudarmos e facilitar a aprendizagem (torcendo por futuros podcast sobre outras bailarinas antigas). Gostei muito desse podcast, me senti amiga da Fifi rs.

* A invenção do "Outro":  Este é ótimo, foi o primeiro que ouvi. Fala sobre a possibilidade da mudança da nomenclatura Dança do Ventre para Dança Oriental (que seria mais adequada à transliteração de "Raqs el Sharq"), além de tratar a visão orientalista sobre a dança que já abordamos tantas vezes, aqui, aqui, aqui e aqui (por Carol Louro) no blog também. Contém histórias divertidas rs.

* Philipine Bausch - Um olhar além da pele: Podcast sobre a grande artista conhecida como Pina que recentemente teve um longa-metragem em sua homenagem tratando sua carreira e companhia de dança.

* Produção em grande escala: ÓTIMO. O podcast é sobre um assunto muito comentado na blogosfera que são as cópias que vemos nos eventos aos montes, mas, incrivelmente, as meninas sintetizaram boa parte de muita coisa que penso sobre Dança do Ventre e faltava alguém falar assim, do jeito que elas falaram. Nada escapou. O final sobre o Hossam Ramzy também é DESTAQUE, ouçam.

O mais importante, não é concordar ou discordar, mas termos esses espaços para pensarmos e colocarmos nossas opiniões, modificar e melhorar o que temos. Comentem lá, está sendo um canal muito bonito de se ver, os comentários também são uma ferramenta que as meninas usam nos podcasts. Elas prometem convidadas importantes no futuro! Bora prestigiar o que a internet tem de bom a oferecer?

terça-feira, 1 de maio de 2012

Para onde vai o Mercado de Dança do Ventre - Por Jade el Jabel

Existe vida inteligente na Dança do Ventre! Estou apaixonada por essa maravilhosa artista, cada dia mais um pouquinho! Uma sobriedade linda de se ver (e ler) sobre um assunto que tenho pensado muito: "para onde vai e onde estamos enquanto mercado artístico?". Chegando ao final deste artigo quis muito poder dar um abraço em Jade el Jabel. Sabe aquela sensação gostosa de "vocês estão errados" ao lembrar das pessoas que reclamam do meio da Dança do Ventre? Existe sim, gente que pensa e muito sobre a dança, que está comprometida com sua evolução e ama o que faz. 
Leiam com atenção as palavras abaixo e inspirem-se. 

**** Texto retirado do seguinte endereço: http://www.bailarmagazine.com.br/pra-onde-vai-o-mercado-de-danca-do-ventre-no-brasil-e-no-mundo/

"Aí está uma pergunta cujas respostas estão se formando bem diante dos nossos olhos.

Antigamente, uma cantora, para ser “uma Madonna”, precisava de uma Grande Gravadora, hoje em dia, uma artista como a Madonna tem seu próprio selo, administrado por ela mesma, total liberdade, assim como administra sua carreira e escolhe os rumos que irá tomar. Assim também, é boa parte dos Artistas Plásticos da Atualidade, trabalham em casa, em pequenos Ateliers, em cooperativa com outros artistas da área e, muitas vezes, entregam o “produto”, diretamente na mão do consumidor, sem passar pelas Grandes Galerias que, no passado, eram imprescindíveis para o sucesso de sua carreira.

O Mercado de Dança do Ventre “Oficial” existe há, no máximo, 20 anos, é um bebê, comparado à música e às Artes Plásticas (não como arte, sim como mercado) e, como as outras artes, não passará toda a eternidade “Underground” como foi, durante quase todos estes anos. À medida que a Dança do Ventre move mais gente e, conseqüentemente, mais cifras, pouco a pouco, se insere no mercado de arte Global e não continuaremos onde estamos, neste “Lugar Especial”, separadamente das outras artes.

Alguns Produtores, munidos de boa vontade (e dinheiro, claro) globalizaram o Mercado – no Brasil, na Europa, no Egito – trazendo/levando/apresentando artistas de várias partes do mundo e, hoje em dia, pode-se dizer que “praticamente todo mundo se conhece”. Os grandes produtores foram fundamentais para este processo de “popularização” da Dança do Ventre.

E foram, também, incumbidas da função de informar ao público o que deveria ou não ser referência, tudo isto, sem muita consciência ou intenção.

Hoje, já não tem funcionado mais assim, já que alguma criatura incrível criou o Youtube e outra, mais incrível ainda, o Goolge e você pode, dentro da sua casa, escolher o que ver sem jamais ter visto a bailarina em um único “grande cartaz” e muitas vezes, sem querer “esbarra” com uma artista e, simplesmente, se apaixona.

Em seguida, à medida que os Festivais foram crescendo pelo mundo, a escolha dos artistas para estar em um evento era baseada no evento que este artista poderia vir a produzir em sua localidade (Estado, no Brasil, País, na Europa) e, a partir deste momento, a norma passou a ser “me leva que eu te trago”. Entretanto, esta “política” está ficando cada vez mais desgastada. Um dos comentários que tenho ouvido por aqui é “Muda o evento e o cartaz continua o mesmo” e, assim, algumas professoras e bailarinas que também produzem, acabam perdendo credibilidade no seguinte sentido: “Minha professora – mestra, predileta, ídolo, etc – não escolhe outras professoras baseada na qualidade e sim, em quem irá convidá-la para seu próximo evento”. Deu errado. É uma política que está muito perto do fim.

O contrário, aqui na Europa, funciona da seguinte maneira: As alunas/bailarinas que têm interesse em uma determinada bailarina/professora se organizam e contratam a bailarina para o “Job”. Muitas vezes o “Job” consiste em Workshops, Aulas Particulares e Shows. Quase sempre, trabalham para 80, 100 pessoas e não 800, 1000, como vinha acontecendo.

As redes sociais aproximaram os artistas do público, portanto, “qualquer um” hoje em dia, pode contatar um artista, diretamente, pedir um orçamento, fazer contas e descobrir, inclusive, que seu dinheiro estava sendo investido em sabe-se lá qual bolso, já que os artistas não estão acendendo charutos com notas de cem (ou estão?).

Como foi que algumas grandes gravadoras sobreviveram à nova ordem? Selecionando e pagando melhor os artistas e (esta é a melhor parte!): prestando mais atenção ao desejo dos consumidores de música. O que, penso eu, já está acontecendo, também, no Mercado de Dança do Ventre.

Eu produzo pequenos eventos no Brasil, sempre na casa dos 200 convidados, sempre lotados até a última cadeira e já convidei artistas que jamais me convidaram para nada (e convidaria novamente!) e o contrário também. Furei a fila do “Me leva que eu te trago”, e furei várias vezes! Pisei em boa parte dos maiores palcos do Mundo, sem ter, jamais feito uso de nenhuma estratégia política e/ou pago para dançar (que também é uma política em uso há muitos anos no Brasil e no Mundo) e este ano, ministrarei aulas no Ahlan Wa Sahlan no Cairo, onde tantas pessoas já haviam dito que “só funciona na politicagem”, fui convidada pela própria Mm. Raqia Hassan, estou em Turnê na Europa, 8 cidades, todas, sem exceção, produções pequenas, de artistas que admiram meu trabalho, furei a fila de novo, portanto, dá.

Entre os artistas que me contataram, houve também os contatos do tipo “Jade, estou muito interessada em seu Mercado, quero dizer, no seu Trabalho, se você me levar para o Brasil…” ao que eu respondi que sinto muito – não por não gostar do trabalho da menina, por outras três razões, a primeira, que eu não produzo eventos para bailarinas de fora da minha Companhia, a segunda, por não acreditar no formato e a terceira porque eu sempre soube que isso – também – iria passar.

Eu gosto muito de pensar por esta perspectiva, que as coisas passam, até porque não sou nada saudosista, nunca fui! Não tenho a menor saudade do Cinturão de Franjão de canutilhos, porque já usamos, já vimos, já passou. O início do mercado em São Paulo e o que fazíamos há 15, 18 anos era muito bonito e cheio de paixão, mas os anos não voltam e, sendo assim, melhor olhar para frente, como qualquer profissional e as bailarinas que, neste momento, estão “ralando” na frente do espelho – que é onde todas deveriam estar – é o que eu quero ver no palco nos próximos anos! Com ou sem cinturão, ou tradição, ou fusão, ou seja lá qual for o “ão” do ano.

E, quando chegar a hora de eu estar na platéia e não na coxia, eu prometo a vocês que não vou dizer “no meu tempo é que era bom” porque o meu tempo é agora, o seu também, e amanhã será nosso também, um outro tempo, outras formas e a única coisa que não muda nunca é que o mercado pertencerá a quem sempre pertenceu: Às grandes bailarinas de Dança do Ventre que fazem seu trabalho com amor e profissionalismo. Todo o resto é momento e o momento sempre passa.

Jade El Jabel
(de Bordeaux/França)
www.jadedancadoventre.com.br"

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