Nos dias de hoje, muitas pessoas vivem em busca da calma e da serenidade das antigas práticas e filosofias orientais, como forma de aliviar o estresse e a tensão de nossos tempos modernos. A Dança do Ventre é apenas uma dessas muitas formas que tem se tornado um remédio popular contra um mundo tão agitado e competitivo.
Algumas das mais antigas civilizações do Oriente deram origem a diversas formas de arte e filosofias de vida como o Yoga, a meditação, a acupuntura, a massagem, o Tai Chi e é claro, a Dança do Ventre.
Cada uma dessas formas, e outras semelhantes, têm como objetivo maior a compreensão do holismo, ou seja, o entendimento de que o equilíbrio e a integração entre mente, corpo e espírito são de extrema importância para a saúde, a felicidade e a harmonia com Deus.
É claro que é bem complicado (senão impossível) ter a mente em paz ao mesmo tempo em que se pratica um exercício corporal difícil, doloroso e artificial. Assim, muitas filosofias orientais enfatizam a prática daquilo que é agradável e saudável ao mesmo tempo para um bem-estar total.
Os movimentos da dança do ventre trabalham junto com o corpo, e não contra ele. De uma maneira mais eficaz, os movimentos exercitam e aperfeiçoam toda a parte física e suas funções. Os movimentos circulares e ondulatórios trabalham os músculos e as articulações completamente e, ao mesmo tempo, massageiam o corpo, aliviando as tensões.
Movimentos mais enérgicos, como shimmies e outras vibrações, ajudam a eliminar o excesso de energia e o estresse, enquanto trabalham aerobicamente o sistema corporal. Os exercícios físicos são muito utilizados no Oriente como uma forma de facilitar a comunhão com o Divino.
Como exemplo, pode-se citar o taqsim lento, que improvisa uma melodia hipnótica. A dançarina realiza movimentos circulares e ondulatórios do tronco, dos quadris, dos braços e da cabeça, de maneira bem suave. Esses movimentos agradáveis harmonizam o sistema nervoso central, fazendo com que ele libere hormônios que controlam o humor e a energia corporal. A mente torna-se relaxada e centrada. Enquanto improvisa o movimento, a dançarina foca-se na sua habilidade criativa como forma de resposta à música. Este foco permite que ela se concentre apenas no momento. Além disso, estados de alteração de consciência podem ocorrer, deixando-a revigorada quando a dança termina.
Se o estresse da pessoa em questão é mais severo, certos movimentos enérgicos de rituais do Zaar (danças de exorcismo) podem ser usados para expulsar a negatividade do corpo e aliviar a tensão. Ritmos especiais de percussão são utilizados. A repetição da batida, a concentração mental na música e a energia do movimento trabalham juntos. Quando a pessoa já está exausta, significa que os "demônios" de energia negativa foram expulsos, e a paz e a cura, reforçadas.
A Dança do Ventre reverencia o corpo como sendo o templo da alma. Dessa forma, procura deixar o corpo saudável através do uso adequado dos movimentos e sua interação com a música. A dança também harmoniza as emoções através da expressão criativa de cada dançarina, desenvolvendo a capacidade de relaxar a mente para que possa fluir a inspiração do Eu Superior. A dançarina torna-se o canal, através do qual, a luz divina ilumina a realidade física. O poder dessa forma de arte é imenso, pois tem durado e permanecido até hoje, apesar do constante fluxo e refluxo das civilizações e mudanças das normas sociais.
Aqueles que praticam a Dança do Ventre encontram um verdadeiro oásis de cura, em meio ao turbilhão de nossos tempos. Afinal, estabelecer a paz dentro de nós é o primeiro passo para estabelecer a paz ao nosso redor.
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