Vantagens:
1 - Dançar, dançar e aparecer:
No Egito não só há todo um mercado interno pronto para a dança do ventre, como ela também é um dos atrativos turísticos deste país. Ou seja: a dança do ventre é uma atividade comercial e corriqueira, não é como os shows daqui que a maioria do público é de parentes das bailarinas. Lá há sempre gente atrás de eventos de dança do ventre, sejam turistas leigos, como também dançarinas de todo o mundo.
2 - Experiência:
As dançarinas do ventre mais antenadas vão ao Egito para fazer compras (roupas e acessórios) e também para dançar, o que fornece um grande intercâmbio de vivências, conhecimento, não só entre Brasil e Egito, mas entre dançarinas das mais diversas nacionalidades. Esse contato cultural traz não só um vocabulário de dança mais diversificado (senão personalizado, afinal temos que nos destacar no meio de tanta mulher), como também um amadurecimento com o público, com colegas de profissão (não somente amiguinhas do mesmo centro de danças) e com a própria ideia que temos da dança do ventre.
3 - Qualidade:
Pois bem, estar no Egito é dançar ao lado de grandes nomes consagrados, e também de dançar ao lado de desconhecidas muito talentosas. Claro que estou me referindo aos locais de dança para turistas, os hotéis, e o famoso Sheraton Cairo Hotel, onde dança Soraia Zayed. Dançar ao lado de estrelas e de tanta gente talentosa já é um desafio, agora pense em dançar toda noite com uma banda ao vivo, com músicos de verdade (de verdade é ironia mesmo, hehehe): que responsabilidade, hein? Dançar ao vivo, arrasar e ainda segurar a banda na mão. Segundo li em alguns relatos de dançarinas, a banda e a dançarina ensaiam antes da apresentação para que tudo saia perfeito.
Desvantagens:
1 - Dançarina do ventre nunca é estrela:
Para você e para o mundo ocidental, dançar no Egito é "abalar Bangu", é ser diva total. Agora viva lá para sentir na pele o que é ser discriminada. Para se ter uma ideia, para tirar a licença para dançar é preciso fazer teste de HIV. Dá para ter uma noção de como eles enxergam a dançarina. Dentro do Hotel você pode ser uma deusa, mas na sua vida social, vai ser preciso tomar muito cuidado para não ser confundida com uma prostituta.
2 - Prostituição × Dança do Ventre:
Existem os hotéis e também os bordéis para a atividade da dança do ventre. Há alguns vídeos no youtube mostrando este localzinho nojento, mas a prostituição não tá milimetricamente delimitada entre esses dois meios. Já contei da menina que foi dançar no Egito, e foi estuprada, ela não estava em um bordel. Infelizmente isso não é uma exceção. Ofertas de shows particulares, eventos que pagam muito acima da faixa são perigosos! Muitas vezes a dançarina é contratada como prostituta, porque não há uma diferenciação clara entre o que é ra'assa e o que é ra'issa (dançarina que se prostitui e que não se prostitui), e ela não percebe a armadilha. Ter um agente de confiança é fundamental, mas esses riscos rondam todo o meio da dança do ventre no Egito.
3 - Submundo do Egito:
Onde está o submundo do Egito? A dança do ventre está permeada dele. No Festival Ahlan Wa Sahlan não é difícil encontrar dançarinas drogadas se apresentando. Péssimo isso, eu sei. Mas dançar por lá é conviver com isso também, por isso a polícia (da moral e dos bons costumes) sempre está realizando entrevistas com as bailarinas, fiscalizando até mesmo seus figurinos, mas ainda que isso não resolva o problema, as mantêm sob constante vigilância. Fora dos hotéis e dos bordéis, a dança do ventre é assunto de família, dançada em casa para o marido, então aquelas que dançam em público já são consideradas a escória da sociedade, já são parte do submundo.
Então é mais ou menos isso. Quem tiver mais informações, pode acrescentar aqui! Quem quiser ir ao Egito, esteja preparada, para não se decepcionar (quantas já tive que ouvir por isso), vá com o pé no chão, e aproveite a estadia! Abaixo Soraia Zayed no Sheraton!
Um comentário:
Temos que estar sempre atentas a esse tipo de situação, se for trabalhar fora do Brasil, é melhor checar todas as informações antes de ir e procurar conversar com pessoas que já foram pra lá. Mesmo no Brasil se for fazer um trabalho num lugar que ainda não conhece melhor levar alguém junto pra te ajudar caso de alguma eventualidade. É a mais fácil prevenir.
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