Amadas adoradoras do conhecimento que seguem esse blog e tantos outros! Pensando sobre essa questão do Orientalismo, encontrei um artigo da saudosa Luana Mello explicando o que ele é e sua relação com a dança do ventre. Achei interessante compartilhá-lo com vocês.
Antecipadamente, fazendo um comentário sobre as impressões que ela teve quanto ao livro do Edward Said e o da Wendy Buonaventura, os dois que se usam no meio da dança do ventre como conhecimento do Orientalismo, ela falou algo que me caiu uma ficha muito grande: que a Buonaventura possui uma visão positiva do Orientalismo, diferentemente do Said. Gente, quem é a Buonaventura?! Uma americana que se propôs a estudar o exótico oriente e mostrar a conexão da dança do ventre com a deusa Ísis! E quem é Edward Said? Um ensaísta palestino formado em Harvard que viveu em ambos os lados, Oriente e Ocidente, e virou referencial teórico a diversos pesquisadores do Oriente. Acho que comparativamente estamos lidando com uma estrangeira defensora de uma visão esotérica do Oriente ao lado de um estudioso que é voz deste mesmo Oriente, onde nasceu, cresceu e teve suas raízes, que lutou pelos direitos da Palestina e pelo fim do preconceito sobretudo contra o mundo árabe. Acho que cabe aqui o pensamento do dia do Khaled Iman, em seu facebook: algumas pessoas acham que sabem mais sobre uma cultura do que quem vive no local e faz parte da mesma.
Vamos ao artigo! Ah, alguns pontos que ela levantou pretendo discutir em outros posts. Aproveitem:
Já que estamos falando tanto de história da dança e das alterações que arte sofre quando sai do seu contexto histórico, precisamos falar sobre o Orientalismo, uma febre que conhecemos pouco no Brasil. O orientalismo nos ajuda a entender a história e a trajetória da Dança do Ventre no Ocidente.
O que é Orientalismo?
O Orientalismo começou no final do século XVIII, mas seu auge aconteceu de meados do século XIX até o começo do século XX. Foi um movimento generalizado de artistas e estudiosos que estudavam o que eles denominaram de 'Oriente': Índia, Ásia Central, Extremo Oriente e Médio Oriente - este último que recebeu então o nome de países árabes. Há quem atribua seu início a expedição napoleônica, rumo ao Egito em 1799.
O Orientalismo foi movido por uma nostalgia que envolveu os ocidentais. Eles voltaram sua atenção aos países do oriente, que ainda 'viviam no passado', mas de forma supérflua e cheia de preconceitos. Eles viam esses povos como atrasados e subdesenvolvidos, prontos para serem colonizados. Tinham uma curiosidade pejorativa, e tratavam os povos orientais como primitivos e "portadores de uma cultura engessada que não evoluiría com o passar dos anos".
Mas, no ocidente, a falta de entendimento e respeito para com a cultura de outros povos é um costume. O Orientalismo foi mais uma febre que mostrou preguiça em conhecer profundamente a cultura oriental. Tudo então virou 'exótico'. O Orientalismo foi o maior responsável pela visão deturpada e limitada que temos dos povos orientais e seus costumes.
As idéias montadas pelos visitantes ocidentais, se tornaram febre na Europa e principalmente nos Estados Unidos. Uma avalanche de livros, poemas, quadros, músicas e danças que vendiam a imagem de um oriente que não existia. A visão 'romântica' do Oriente injetada por quase um século no imaginário coletivo, é algo tão incrustrado na nossa cultura que nos impede, ainda hoje, de enxergar o oriente de forma mais realista.
Edward Said, autor do livro Orientalism, define essa cegueira como "o oriente visto não como ele é, mas sim, como ele foi Orientalizado." E ele vai mais longe, em seu livro, ele afirma que os próprios orientais - a geração do século XX, pós Orientalismo - se vê influenciada pela definição ocidental de oriente.
Nossa falta de entendimento e interesse sobre esses povos faz com que limitemos os orientais (principalmente os árabes) a: perigosos, loucos, exóticos, misteriosos e enigmáticos.
O Orientalismo e o Baladi
Quando os orientalistas se aproximaram da dança árabe feminina - o Baladi, se surpreenderam. As bailarinas eram procuradas como mais uma atração bizarra, mas a dança Baladi, com seu erotismo delicado e movimentos sensuais, era diferente de tudo o que eles já tinham visto. Nos Estados Unidos do século XIX as mulheres ainda dançavam na ponta, de forma etérea e os primeiros vestígios da dança moderna estavam acontecendo.
Encontrei essa foto em alguns sites da internet como sendo de Kutchuk Hanem, uma das bailarinas baladi mais importantes do século XVIII, porém a internet nem sempre é algo confiável! Se alguém souber, afirme para nós!
Como a profissão de bailarina nos países árabes tinha má fama, mulheres 'de família' não dançavam. A dança sobreviveu por muitos anos nos cabarés, sendo executadas por prostitutas ou mesmo bailarinas que eram marginalizadas também. Com essa parte da história, nós conseguimos entender por que a Dança do Ventre (até então o Baladi), até hoje carrega o tabu de ser uma dança vulgar.
A imagem e importância de uma bailarina, está sempre associada com a posição da mulher na sociedade em que sua dança está inserida. Enquanto Duncan, Ruth St. Dennis, Maria Sallet e outras bailarinas americanas e europeias foram heroínas e revolucionárias, respeitadas pelos mais altos níveis sociais (há quem conteste essa colocação), as bailarinas árabes eram a escória da sociedade.
Por isso, em meados so século XIX - precisamente - desde 1834, segundo Wendy Buonaventura - as bailarinas egípcias estavam sendo exiladas. Com a febre do Orientalismo elas foram em massa para os Estados Unidos e países europeus. Na Europa o Orientalismo não foi tão forte, ele competiu com as novidades trazidas pela Revolução Industrial.
O Baladi então tomou os Estados Unidos e estava presente em shows, eventos, reuniões e cafés. A grande atração da época eram as bailarinas exóticas vindas do oriente. É nessa época que começa a ocidentalização da dança que transformou o Baladi, na Dança do Ventre que conhecemos hoje.
Uma pausa na história: Os orientalistas deixaram resumos muito fantasiosos sobre as apresentações do Baladi nos países árabes. O Baladi - que nos Estados Unidos acabou conhecido como Bellydance (Dança do Ventre) - é praticamente ocidental. Existem especialistas - como eu já ouvi do próprio Yousry Sharif - que afirmam que a Dança do Ventre que chamamos de Egípcia é na verdade, americana com toques de Baladi.
O ocidente comercializou a dança Baladi para torná-la mais atrativa. Esse fato desvalida os argumentos desesperados de bailarinas que pregam a essência da Dança do Ventre Egípcia acima de qualquer crítica. Não podemos afirmar que a Dança do Ventre que aprendemos hoje seja parecida com sua origem. O que nós aprendemos já é uma deturpação, então, qual o fundamento em manter essa discórdia a cerca o que 'é ou não Dança do Ventre'?
Voltando...
A Dança do Ventre
As bailarinas árabes que dançavam nos Estados Unidos não tinham técnica. A dança Baladi era intuitiva, passada de geração para geração, sem registros manuscritos muito menos visuais. Quando a Dança do Ventre - como então havia ficado conhecida - ganhou fama, chamou a atenção de bailarinas profissionais e deu-se o começo da mais importante revolução da dança árabe.
Profissionais renomadas e vanguardistas aplicaram na Dança do Ventre as técnicas de Ballet e Dança Moderna. Ruth St. Dennis foi a representante mais forte, a consagradora da Dança Moderna, gostava de colocar em suas danças movimentos de outras culturas e encontrou na Dança do Ventre uma de suas paixões.
Ruth St. Dennis é a maior responsável pelas imagens estereotipadas que temos de bailarinas árabes. Como era muito influente nos Estados Unidos - a primeira dama da dança americana ditava moda. As próprias bailarinas árabes se influenciaram com seu estilo e foram procurar as técnicas de dança moderna para melhorarem suas performances, já que as profissionais de outras áreas estavam ganhando mais espaço.
Outras bailarinas também tiveram influência do Orientalismo no seu trabalho, entre elas, Isadora Duncan, Martha Graham e Doris Humprey. As duas últimas alunas da escola Dennishaw, de Ruth St. Dennis e seu marido Ted Shaw.
Palavras de Wendy Buonaventura, em seu livro The Serpent of the Nile: "Como todas as formas de arte, trazidas para fora de seu contexto cultural e oferecida comercialmente, ela perdeu algo de seu espírito essencial, assim como sua integridade de forma." Ouso acrescentar a essa frase, que em meu ponto de vista, não apenas perdeu, também ganhou o mundo e se adaptou ás outras artes então existentes.
Todas as danças do mundo passaram por esse tipo de transformação e a Dança do Ventre foi apenas mais uma delas. Deste ponto pra frente a dança passou a ser apresentada nos cabarés americanos e sofreu forte influência Hollywoodiana nas roupas, maquiagem, cabelo e até nos movimentos.
Quem já assistiu Gilda, com Hita Hayworth (lindaaaa!!!!) de 1946, consegue perceber resquícios de orientalismo em suas performances. O cinema egípcio também encheu as telas com bailarinas árabes já estilizadas com influências americanas. E o resto é história...
O mundo das artes é assim, nada é original, nem puro, nem está livre de miscigenações. A arte é livre e etérea, serve para comunicar códigos sociais ou apenas pessoais, mas não pode ser restringida a fronteiras geográficas. Nem nossas estrelas (Randa, Lulu, Soraia, Dina) podem sair por aí afirmando que fazem a Dança Tradicional, aliás elas não afirmam, nós é que costumamos afirmar por elas.
Sei que tenho batido muito nessa tecla, mas esse assunto é muito importante para nós que queremos olhar a Dança do Ventre como arte!
A dança é atemporal, aprisioná-la a datas e regras é excluí-la da eternidade.
Obs: Escrevi esse texto com minhas palavras baseada em livros lidos e aulas de aulas de história e filosofia. Existem muitas inexatidões sobre o Orientalismo. É bem provável que vocês encontrem divergências e contradições com outras fontes. Abaixo, cito dois livros que abordam o orientalismo de forma bem prática. O de Wendy Buonaventura é voltado à Dança do Ventre, ela tem uma visão mais otimista a respeito do Orientalismo. O de Edward Said é mais polêmico, pessimista e racional.
Fonte: http://www.dancadoventre.art.br/
O que é Orientalismo?
O Orientalismo começou no final do século XVIII, mas seu auge aconteceu de meados do século XIX até o começo do século XX. Foi um movimento generalizado de artistas e estudiosos que estudavam o que eles denominaram de 'Oriente': Índia, Ásia Central, Extremo Oriente e Médio Oriente - este último que recebeu então o nome de países árabes. Há quem atribua seu início a expedição napoleônica, rumo ao Egito em 1799.
O Orientalismo foi movido por uma nostalgia que envolveu os ocidentais. Eles voltaram sua atenção aos países do oriente, que ainda 'viviam no passado', mas de forma supérflua e cheia de preconceitos. Eles viam esses povos como atrasados e subdesenvolvidos, prontos para serem colonizados. Tinham uma curiosidade pejorativa, e tratavam os povos orientais como primitivos e "portadores de uma cultura engessada que não evoluiría com o passar dos anos".
Mas, no ocidente, a falta de entendimento e respeito para com a cultura de outros povos é um costume. O Orientalismo foi mais uma febre que mostrou preguiça em conhecer profundamente a cultura oriental. Tudo então virou 'exótico'. O Orientalismo foi o maior responsável pela visão deturpada e limitada que temos dos povos orientais e seus costumes.
As idéias montadas pelos visitantes ocidentais, se tornaram febre na Europa e principalmente nos Estados Unidos. Uma avalanche de livros, poemas, quadros, músicas e danças que vendiam a imagem de um oriente que não existia. A visão 'romântica' do Oriente injetada por quase um século no imaginário coletivo, é algo tão incrustrado na nossa cultura que nos impede, ainda hoje, de enxergar o oriente de forma mais realista.
Edward Said, autor do livro Orientalism, define essa cegueira como "o oriente visto não como ele é, mas sim, como ele foi Orientalizado." E ele vai mais longe, em seu livro, ele afirma que os próprios orientais - a geração do século XX, pós Orientalismo - se vê influenciada pela definição ocidental de oriente.
Nossa falta de entendimento e interesse sobre esses povos faz com que limitemos os orientais (principalmente os árabes) a: perigosos, loucos, exóticos, misteriosos e enigmáticos.
O Orientalismo e o Baladi
Quando os orientalistas se aproximaram da dança árabe feminina - o Baladi, se surpreenderam. As bailarinas eram procuradas como mais uma atração bizarra, mas a dança Baladi, com seu erotismo delicado e movimentos sensuais, era diferente de tudo o que eles já tinham visto. Nos Estados Unidos do século XIX as mulheres ainda dançavam na ponta, de forma etérea e os primeiros vestígios da dança moderna estavam acontecendo.
Encontrei essa foto em alguns sites da internet como sendo de Kutchuk Hanem, uma das bailarinas baladi mais importantes do século XVIII, porém a internet nem sempre é algo confiável! Se alguém souber, afirme para nós!
Como a profissão de bailarina nos países árabes tinha má fama, mulheres 'de família' não dançavam. A dança sobreviveu por muitos anos nos cabarés, sendo executadas por prostitutas ou mesmo bailarinas que eram marginalizadas também. Com essa parte da história, nós conseguimos entender por que a Dança do Ventre (até então o Baladi), até hoje carrega o tabu de ser uma dança vulgar.
A imagem e importância de uma bailarina, está sempre associada com a posição da mulher na sociedade em que sua dança está inserida. Enquanto Duncan, Ruth St. Dennis, Maria Sallet e outras bailarinas americanas e europeias foram heroínas e revolucionárias, respeitadas pelos mais altos níveis sociais (há quem conteste essa colocação), as bailarinas árabes eram a escória da sociedade.
Por isso, em meados so século XIX - precisamente - desde 1834, segundo Wendy Buonaventura - as bailarinas egípcias estavam sendo exiladas. Com a febre do Orientalismo elas foram em massa para os Estados Unidos e países europeus. Na Europa o Orientalismo não foi tão forte, ele competiu com as novidades trazidas pela Revolução Industrial.
O Baladi então tomou os Estados Unidos e estava presente em shows, eventos, reuniões e cafés. A grande atração da época eram as bailarinas exóticas vindas do oriente. É nessa época que começa a ocidentalização da dança que transformou o Baladi, na Dança do Ventre que conhecemos hoje.
Uma pausa na história: Os orientalistas deixaram resumos muito fantasiosos sobre as apresentações do Baladi nos países árabes. O Baladi - que nos Estados Unidos acabou conhecido como Bellydance (Dança do Ventre) - é praticamente ocidental. Existem especialistas - como eu já ouvi do próprio Yousry Sharif - que afirmam que a Dança do Ventre que chamamos de Egípcia é na verdade, americana com toques de Baladi.
O ocidente comercializou a dança Baladi para torná-la mais atrativa. Esse fato desvalida os argumentos desesperados de bailarinas que pregam a essência da Dança do Ventre Egípcia acima de qualquer crítica. Não podemos afirmar que a Dança do Ventre que aprendemos hoje seja parecida com sua origem. O que nós aprendemos já é uma deturpação, então, qual o fundamento em manter essa discórdia a cerca o que 'é ou não Dança do Ventre'?
Voltando...
A Dança do Ventre
As bailarinas árabes que dançavam nos Estados Unidos não tinham técnica. A dança Baladi era intuitiva, passada de geração para geração, sem registros manuscritos muito menos visuais. Quando a Dança do Ventre - como então havia ficado conhecida - ganhou fama, chamou a atenção de bailarinas profissionais e deu-se o começo da mais importante revolução da dança árabe.
Profissionais renomadas e vanguardistas aplicaram na Dança do Ventre as técnicas de Ballet e Dança Moderna. Ruth St. Dennis foi a representante mais forte, a consagradora da Dança Moderna, gostava de colocar em suas danças movimentos de outras culturas e encontrou na Dança do Ventre uma de suas paixões.
Ruth St. Dennis é a maior responsável pelas imagens estereotipadas que temos de bailarinas árabes. Como era muito influente nos Estados Unidos - a primeira dama da dança americana ditava moda. As próprias bailarinas árabes se influenciaram com seu estilo e foram procurar as técnicas de dança moderna para melhorarem suas performances, já que as profissionais de outras áreas estavam ganhando mais espaço.
Outras bailarinas também tiveram influência do Orientalismo no seu trabalho, entre elas, Isadora Duncan, Martha Graham e Doris Humprey. As duas últimas alunas da escola Dennishaw, de Ruth St. Dennis e seu marido Ted Shaw.
Palavras de Wendy Buonaventura, em seu livro The Serpent of the Nile: "Como todas as formas de arte, trazidas para fora de seu contexto cultural e oferecida comercialmente, ela perdeu algo de seu espírito essencial, assim como sua integridade de forma." Ouso acrescentar a essa frase, que em meu ponto de vista, não apenas perdeu, também ganhou o mundo e se adaptou ás outras artes então existentes.
Todas as danças do mundo passaram por esse tipo de transformação e a Dança do Ventre foi apenas mais uma delas. Deste ponto pra frente a dança passou a ser apresentada nos cabarés americanos e sofreu forte influência Hollywoodiana nas roupas, maquiagem, cabelo e até nos movimentos.
Quem já assistiu Gilda, com Hita Hayworth (lindaaaa!!!!) de 1946, consegue perceber resquícios de orientalismo em suas performances. O cinema egípcio também encheu as telas com bailarinas árabes já estilizadas com influências americanas. E o resto é história...
O mundo das artes é assim, nada é original, nem puro, nem está livre de miscigenações. A arte é livre e etérea, serve para comunicar códigos sociais ou apenas pessoais, mas não pode ser restringida a fronteiras geográficas. Nem nossas estrelas (Randa, Lulu, Soraia, Dina) podem sair por aí afirmando que fazem a Dança Tradicional, aliás elas não afirmam, nós é que costumamos afirmar por elas.
Sei que tenho batido muito nessa tecla, mas esse assunto é muito importante para nós que queremos olhar a Dança do Ventre como arte!
A dança é atemporal, aprisioná-la a datas e regras é excluí-la da eternidade.
Obs: Escrevi esse texto com minhas palavras baseada em livros lidos e aulas de aulas de história e filosofia. Existem muitas inexatidões sobre o Orientalismo. É bem provável que vocês encontrem divergências e contradições com outras fontes. Abaixo, cito dois livros que abordam o orientalismo de forma bem prática. O de Wendy Buonaventura é voltado à Dança do Ventre, ela tem uma visão mais otimista a respeito do Orientalismo. O de Edward Said é mais polêmico, pessimista e racional.
Fonte: http://www.dancadoventre.art.br/
7 comentários:
Ainda não li o seu post inteiro, quero ler com calma, mas não consegui me segurar sobre a Wendy Buonaventura... tem duas coisas fortíssimas nos livros dela que depõe contra ela: 1- em Serpent of the Nile ela mostra uma foto na Nadia Gamal e diz que é outra bailarina; 2- No seu outro livro, Something in Way she Moves ela diz que a Shakira é brasileira.
O primeiro erro a gente até entende, apesar de não ser perdoável para quem diz entender/estudar dança do ventre. Já o segundo mostra como ela leva a sério pesquisar as coisas antes de publicar, e, tipo assim (detesto essa expressão, mas cabe bem aqui), hoje em dia tem internet, né? Não é que a Shakira não seja famosa e tenha um site próprio com todas as informações que você quiser sobre suas origens... Sem comentários, né?
Beijos e adoro o seu blog :-)
Olá Laura, obrigada pelo carinho!
Olha, o único site que encontrei uma resenha sobre esse livro foi esse aqui: http://www.shira.net/books/breviews/buonaventura-serpentnile.htm . Nos demais sites, há comentários de um ou dois parágrafos, mas nada profundo, nesse ela coloca bem os prós e os contras do livro, e veja: ela adora a dança dessa Wendy, mas saber dançar e levar a dança a sério parecem ser coisas diferentes.
Quanto ao que você me disse sobre as incongruências da Wendy, além da Shira no link acima, todos os comentários que li foram categóricos em afirmar que há muitas informações no livro, mas nenhuma com fundamento, com fontes descritas. Saber se a informação é correta ou não, não foi preocupação da autora, mas sim vender a boa e velha história da dança do ventre que dá muito dinheiro e permite que muitas pessoas ainda vivam de sua ilusão. O livro dela é um apanhado dos estereótipos da dança do ventre, eu iria até criticar um ponto no texto da Luana, que acredito que tenha sido tirado do livro da buonaventura, que é questão dos cabarés: a dança do ventre no Egito em cabaré é coisa moderna, e não a forma como a dança sobreviveu ao longo do tempo! Mas isso fica pra um outro post...
Ah, sim, eu não li o livro, ele não está disponível online, mas eu não gastaria meu dinheiro para comprar ou tirar xerox dele, só se fosse emprestado mesmo!
Ah tenho que ler o post rs
Mas to atrasada, calma que leio e comento rs! Bjs
Bom, muito bom esse texto da Luana (uma pena ela ter se desligado da nossa dança, contribuía demais essa menina, mas que seja feliz).
Como vc disse tem alguns problemas no texto mas em suma é só deleite de informação que pode vir a se tornar reflexão sobre a história, a dança, a arte e a dança do ventre como um todo. Esse assunto dá muito pano pra manga...se deixar ficamos um mês só falando sobre isso aqui rs lembra daquele vídeo que te passei com um relato de uma francesa (eu acho) sobre o q viu da dança do ventre (ou o baladi) do século XIX? Seria legal mostrar tbm! O problema é traduzir rs Beijos
Adorei esse texto, muito bem escrito e fundamentado. Parabéns!
Achei excelente o texto, não entrando na questão das possíveis incongruências de informação, mas trás à tona uma reflexão profunda sobre a dança como arte e ainda mais, pelo menos eu me senti assim, me faz sentir mais livre para "criar" a minha dança sem apegar a tudo quanto dizem de "isso pode", "isso não pode", lógico que deve haver bom senso mas também não devemos virar "robozinhos" programados para executar somente aquilo que dizem ser bonito, se não houver espaço para novas criações é qq coisa estagnada menos arte e dança.
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