Vamos lá. Comece escolhendo uma música que você adora dançar. Vai ser muito mais fácil improvisar com aquela música que você ama.
Antes colocar a música para tocar, pense em quais movimentos você gostaria de usar. Escolha dois passos dos quais você realmente gosta, nos quais você se considera expert. Coloque a música para tocar e... se vira nos 30! Comece a improvisar, primeiramente, tentando evitar esses dois movimentos que você escolheu. Assim, você ganhará tempo para pensar no que fazer em seguida. Quando você se sentir "sem repertório" novamente, aí sim, use os dois movimentos que ficaram escondidos na manga.
Lembre-se da "regra dos 4", que se aplica a muitos estilos musicais, incluindo a música árabe: geralmente, o mesmo padrão musical é repetido 4 vezes antes que a música mude para um outro padrão. Como dançarina, você pode repetir o mesmo movimento 4 vezes antes de passar para outro. Conforme for adquirindo mais e mais experiência, termine a quarta repetição de uma forma diferente das três anteriores para mostrar que você completou a série de movimentos e que agora vai fazer algo novo. Na primeira vez em que você fizer um movimento, a plateia não irá notá-lo propriamente. Na segunda vez, as pessoas prestarão mais atenção. Na terceira vez, a plateia apreciará seu domínio sobre a técnica e, com a quarta repetição, quando você adicionar aquela leve alteração ao movimento, dará à plateia uma ideia de conclusão. Será como um ponto final numa frase.
Quando você sentir que já está craque com a primeira música, escolha uma outra e recomece todo o processo. Pratique os movimentos até sentir que eles estão fluindo automaticamente e de maneira confortável para você em diversas músicas. Assim, você estará pronta para o próximo exercício.
Escolha mais dois movimentos. Dessa vez, não precisa escolher apenas aqueles que você já domina. Você pode optar por passos nos quais espera se especializar com o tempo. Pense nesses dois movimentos como os seus "movimentos obrigatórios". Desta vez, quando colocar a música para praticar o improviso, "obrigue-se" a realizar os movimentos obrigatórios periodicamente durante a dança. É claro que você pode continuar usando os dois primeiros movimentos de improviso. Não se esqueça da "regra dos 4" e pratique muitas vezes até incorporar naturalmente os novos movimentos à sua dança. Depois de um bom tempo de prática, esses movimentos vão se tornar parte de seu improviso naturalmente e você não vai mais precisar pensar intencionalmente em usá-los. Será automático.
Continue usando a metodologia dos "movimentos obrigatórios" para incluir mais um ou dois passos de cada vez em sua dança. Depois de adicionar cada par de movimentos, pratique frequentemente até que a dança se torne natural para você, como já dito. Com o tempo, você atingirá um ponto em que a variedade de movimentos encontrará seu próprio caminho dentro de sua dança.
As dicas acima podem funcionar ou parecer complicadas demais para um improviso. Por isso, há uma alternativa mais simples e que resume toda a ideia da "técnica do improviso": enquanto estiver dançando, deixe sua mente passear pelas várias coreografias que você já tenha aprendido e retire delas alguns movimentos para a sua dança.
E pratique. Muito.
Adaptado de http://www.shira.net/technique/improvising.htm
3 comentários:
Muito boas as dicas! ;)
Uau, eu sei improvisar!! Descobri isso porque, ao ler o post, reparei que fazia a "Regra dos 4" e toda essa coisa de fazer de alguns movimentos algo obrigatório e usar movimentos que eu já domino bem. Por isso que, para montar minha coreografia final para dançar em minha festa de Formatura, eu criei tudo num piscar de olhos. ;)
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